O Arsenal de Sarandí do DT Martín Palermo, a partir de um compacto 442, foi basicamente um ou dois toques na transição e tome bola esticada do goleiro Campestrini, da zaga (Nervo como zagueiro), dos meio campistas Marcone, Sanchez e Freire (mais técnico e melhor passe na meia cancha), ou velocidade e cruzamentos da ponta direita dos pés de Sperdutti. Opções estas que através de um posicionamento recuado de suas linhas marcando a partir do grande círculo central buscavam contragolpes mirando os atacantes Milton Caraglio (maior movimentação) e Júlio Furch, justificando o discurso pré-jogo assinado pelo técnico Palermo de que seu time jogaria “por uma bola”.

ARSENAL 442 - 30ab14 - Zanata

E a jogada do gol único da partida começou em lance de bola parada que se desenvolveu com a já citada opção de acionar o volante externo Maurício Sperdutti. A manjada trama (desde os tempos do DT Alfaro) de bola parada que sai do pé esquerdo de Nicolás Aguirre, terminou com assistência de Sperdutti para a certeira finalização de cabeça do zagueiro Diego Braghieri.

Confira o gol e algumas tramas da equipe argentina durante a partida:
http://www.youtube.com/watch?v=oC-5LuOoneY

E “El Titán” Palermo optou por deixar o seu 4312 (sistema que prefere) no banco de reservas em companhia do enganche Martín Rolle. Perdeu em qualidade de passe, em criatividade e jogadas mais aproximadas do setor de meio-campo com os dois homens de frente, mas ganhou em combatividade na busca pela recuperação da pelota pela beirada direita do campo, onde o jovem zagueiro Leandro González Pirez (emprestado pelo River) atuando improvisado como lateral direito* recebeu apoio defensivo do camiseta 14 Maurício Sperdutti.

Sperdutti tb jogou sem bola

Legenda: Além de ter sido o meio-campista com responsabilidade maior na tarefa de acionar os dois homens de frente, Sperdutti também foi importante taticamente quando a Unión Española desenvolvia tramas pelo lado direita da defesa argentina. Fonte: “Olé”

“[…] yo fui siempre marcador central y en inferiores nunca jugué como lateral. Por eso les pido consejos a Luciano Vella y Luciano Abecasis, pero puntualmente sobre conceptos y jugadas específicas”, explicou Leandro González Pirez após uma atuação ruim como lateral direito atuando pelo River Plate, em 2012, na derrota millonaria para o Quilmes por 1 a 0.

Em entrevista ao diario “Olé”, na véspera da partida, o DT do Arsenal explicou o motivo que o levou a deslocar Hugo Nervo da lateral direita para a zaga: “Martín(Nervo) viene con mucha carga de partidos y sabemos que Campos Toro es un delantero peligroso y rápido, por eso decidimos ponerlo de central y a Leandro de lateral, para estar bien atrás”.

Vale destacar que a Unión Española (433) adiantou a sua marcação, deixando pelo menos três jogadores dentro do campo defensivo argentino ao perder a bola, obrigando ao goleiro Campestrini a rifar mais pelota do que gostaria, do que premeditava fazer.

No segundo tempo, com a entrada de Nicolás Aguirre em lugar de Matías Sanchez, o Arsenal de Sarandí ganhou em Aguirre um jogador de mais velocidade e verticalidade pela beirada esquerda do campo e também ganhou em mais qualidade técnica para potencializar o último passe em tramas pela faixa central com o deslocamento de Federico Freire para o posto de segundo volante no 442 aplicado por Palermo.

(Renato Zanata Arnos, 47 anos, niteroiense, autor de “Adílio,Camisa 8 da Nação”; coautor de “América, Terreirão do Galo”; coautor de “Sarriá 82 – o que faltou ao Futebol-Arte?”, e blogueiro no Globoesporte.com – Blog: http://globoesporte.globo.com/platb/futebolargentino/