Blog Portela Verdade

Nesta segunda feira, a coluna “Toque de Letra”, do compositor Luiz Carlos Máximo, traz seu manifesto de apoio à chapa de oposição na disputa pela Presidência da Portela, a “Portela Verdade” – da qual faço parte.

Manifesto de Apoio

Já disse algumas vezes que a Portela passou a ser a minha escola de samba, quando adolescente, ouvi o LP de 1970 do Paulinho da Viola, que pertencia ao meu pai. Dali passei a conhecer os sambas da Velha Guarda .

Inebriado a cada samba que passava a conhecer e no desfolhar de “tantas páginas belas”, a opção se transformou definitivamente em amor.

Mas não pensava em desfilar ou participar de alguma coisa na Portela em virtude da direção que lá se perpetuava. Indagava: “Se o Paulinho da Viola e Candeia saíram, o quê que eu vou fazer lá?”

Em razão da volta de Paulinho, pelas mãos de Alberto Lonato, resolvi assistir ao desfile de 1995. E vi , ouvi e me emocionei no “esquenta” com o “Hino da Portela”, de Chico Santana e ” Foi um rio que passou em minha vida”, com Paulinho cantando. Para mim, a maior cena do carnaval carioca.

Em 2004, a velha direção caiu. Caiu como o “leste europeu”, com direito, inclusive, à derrubada de estátua. Acompanhando de longe, fiquei feliz. Até que Carlos Monte, então diretor cultural – pessoa que goza do meu apreço – me chamou para integrar a ala. “Não seu Carlos, meu negócio é samba de meio de ano. Esse negócio de disputa de samba de enredo é complicado”, respondi.

E seu Carlos, com sinceridade, me convenceu falando dos novos tempos, de uma “Nova Portela”. E entrei para a ala, como nos velhos tempos, a partir da feitura de um samba de quadra. E assim venho disputando e participando da escola desde 2005.

Nesse convívio com o amor da comunidade portelense aflorou meu sentimento de “pertencimento” com a escola e sua gente. Eu não vou à Portela para fazer “um social” pras disputas de samba de enredo. Eu vou porque gosto de ir lá. Porque sou um deles: um portelense de coração.

E nesse tempo o sonho de ter um samba de minha autoria, juntamente com meus parceiros, se realizou. Porém, o sonho maior de que a escola retomasse seus melhores dias, não se concretizou. E veio a desesperança e a decisão: “Bom. A minha vaidade enquanto compositor não é maior do que o meu amor pela escola. Tá na hora de dar um tempo. Não sei se importarão, mas a ausência também é uma manifestação de descontentamento.”

Mas a esperança se reacendeu com o lançamento da chapa Portela Verdade, que espero que se consagre nas urnas, na eleição em maio, e atenda as expectativas dos portelenses.

Avante portelense para a vitória!