20130209_042159A coluna “Sabinadas” de hoje, do jornalista Fred Sabino, enfoca a transmissão televisiva dos desfiles. 

Para quem está na avenida, o trabalho da tv atrapalha demais especialmente quem está nas frisas (foto acima, de minha autoria) e aqueles que estão na Harmonia das escolas. Falta um pouco de bom senso em certas situações, embora eu entenda que seja o trabalho deles.

Eu vi até agora apenas o compacto de Portela e Mocidade, e pelo que vi a transmissão melhorou um pouco em relação aos últimos anos.

Mais tarde teremos o post com o desfile das Escolas do especial, com áudios e vídeos.

Transmissões distintas, com evolução

Uma das grandes novidades do Carnaval deste ano foi a exibição dos desfiles da nova Série A pela TV Globo para o Rio de Janeiro. E, nesse contexto, outra novidade: um estilo de transmissão num outro padrão, bem mais solto e menos preocupado com aspectos que são mais valorizados pela emissora nos desfiles do Grupo Especial. 

Na transmissão da Série A os âncoras foram Alex Escobar e Mariana Gross. O primeiro, sempre ligado ao Carnaval carioca e muito conhecimento sobre a história das agremiações. A segunda, repórter de rádio e experiente em coberturas dos desfiles. No Especial, novamente a transmissão ficou com meu amigo Luis Roberto e Glenda Koslowski, que, embora não criados no ambiente do Carnaval, a cada ano vêm ganhando experiência e evoluindo.

[N.do.E.: o Acesso deu 16 pontos no ibope na sexta, ótima marca e superior a de São Paulo.] 

Entre os comentaristas, mais diferenças. Na Série A, os convidados foram personagens mais ligados ao Carnaval, como o compositor Arlindo Cruz, o mestre de bateria Odilon e os carnavalescos Milton Cunha e Chico Spinoza. No Especial, os comentaristas foram outros, exceto Milton Cunha: Eri Johnson, Fernanda Abreu e Teresa Cristina, além de Pretinho da Serrinha. 

Isto posto, vamos às diferenças de transmissões e o motivo disso. 

Na Série A, Escobar e Gross adotaram um estilo em que eram mais valorizadas as informações históricas de cada escola, inclusive com as localizações de cada quadra num mapa. Além disso, ambos fizeram menos intervenções na transmissão, deixando o samba rolar mais para o telespectador carioca – por algumas vezes a letra do samba era mostrada. Isso sem contar que os comentaristas falaram mais sobre aspectos ligados aos quesitos. 

Milton Cunha e Chico Spinoza, por exemplo, explicaram detalhadamente, sem serem prolixos, questões relativas a alegorias e fantasias. Já Mestre Odilon até explicou quais as diferenças de batida de repique entre as baterias da Tradição e do Império Serrano. 

No Especial, houve mudanças em relação aos últimos anos – e para melhor. Enquanto antes apenas os âncoras – e os repórteres, claro – falavam durante o desfile, Milton Cunha foi bastante acionado por Luis e Glenda para realizar comentários mais técnicos. 

No entanto, ambos os narradores continuaram muito ligados às explicações sobre cada ala e a letra do samba foi mostrada menos do que na Série A – embora, ao contrário de anos anteriores, o samba foi mostrado logo de cara. Já a Esquina do Samba voltou a ser utilizada, embora de forma mais discreta, com a competente Ana Paula Araújo comandando repórteres e comentaristas. 

Mas, e por que então as transmissões foram diferentes? Por que no Especial não se adota o esquema de transmissão da Série A?

Explica-se. 

Fazendo uma analogia com a Fórmula 1, o público criado no Rio, portanto mais afeito ao dia a dia das escolas e à história do Carnaval, sempre exigiu uma transmissão mais especializada, com comentários mais técnicos. E, como a transmissão da Série A foi apenas para o Rio e outras poucas praças, a Globo então atendeu a essa necessidade. 

Já a transmissão do Especial é exibida para todo o Brasil, para uma esmagadora maioria que não entende o que acontece num desfile. Portanto, a Globo prefere ser didática ao extremo na explicação do que se passa na tela a todo momento, e fala menos dos quesitos aos quais o carioca está mais acostumado. 

Explicações dadas, aqui não cabe dizer se um tipo de transmissão é certa ou errada, mas explicar por que elas foram diferentes e o motivo de o esquema para o Especial ainda seguir padrões que o povo mais “especializado” em Carnaval ainda não aceita. 

De qualquer forma, o que posso dizer é que (sem trocadilhos) houve uma evolução em relação aos últimos anos. Que continue crescendo, então.

One Reply to “Sabinadas – “Transmissões distintas, com evolução””

  1. A explicação para a diferença faz todo sentido, mas será que é mesmo necessário gente tão sem noção comentando? Adoro a Fernandinha Abreu, mas ela comentando carnaval não dá.

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