A Médica e a Jornalista – "A ameaça da Hepatite A"

Neste sábado, mais uma edição da coluna “A Médica e a Jornalista”, assinada pela Anna Barros. O tema de hoje é a prevenção à hepatite A.

A ameaça da Hepatite A

A hepatite A é uma doença infecciosa causada pelo vírus A. Ele é encontrado principalmente em água contaminada e nas fezes de pessoas infectadas. Como tem um ciclo fecal-oral acomete mais com crianças, mas também pode atingir os adultos. Há um surto da doença inclusive na cidade de Mangaratiba (foto), na Costa Verde do Rio de Janeiro.

Pode se contrair a doença ao se beber água contaminada com as fezes que tenham o vírus da Hepatite A ou ao comer alimentos contaminados da mesma forma. Também pode haver o contágio ao manter contato com fezes de pessoas que tenham a doença e quando não há a higiene adequada ao se lavar as mãos após urinar e defecar. Esse último hábito de higiene é fundamental para não se contrair doenças, principalmente a gripe suína.

A incidência é maior nos locais onde o saneamento básico é precário.

Os sintomas podem custar a aparecer. O período de incubação leva de duas a seis semanas, mas a pessoa infectada pode transmitir o vírus. Apenas uma minoria apresenta os sintomas: febre, dores musculares, cansaço, mal-estar, náuseas e vômitos. Também podem acontecer icterícia, urina cor de ‘coca-cola’ e fezes amarelo-esbranquiçadas.

O diagnóstico é feito através dos sintomas e da detecção de anticorpos contra o vírus da hepaite A, HsBg A, no sangue ou sua presença nas fezes. O grupo de risco é formado pelas crianças, os adultos que interagem com elas e os profissionais de saúde.

Em geral, a doença se resolve em um a dois meses. Em alguns casos pode demorar seis meses para desaparecer. É uma doença benigna mas que pode gerar complicações graves, entre elas a hepatite fulminante – que pode matar e se detecta com a necrose maciça do fígado.

Não existe tratamento específico. Pede-se repouso e alívio dos sintomas com medicação específica. Para a febre, evita-se o paracetamol porque seu uso em excesso pode causar transtornos no fígado.O paciente deve ser orientado por um médico e obedecer às suas instruções quanto às medicações sintomáticas.

Alguns cuidados devem ser tomados: beber água fervida ou filtrada; não comer frutos do mar mal cozidos ou crus; evitar consumo de comidas ou bebidas em que não se saiba a procedência ou como foram preparados; lavar as mãos criteriosamente antes das refeições e após usar o banheiro; não tomar bebidas alcoólicas no decorrer da doença e após três meses ; tomar cuidado com alicates de salão de beleza, checando se são corretamente esterilizados.

É interessante que todos se vacinem contra a hepatite A, principalmente as crianças.

Todo cuidado é pouco com a hepatite A. Até a próxima!

Grande abraço,
Anna Barros