Foi com tristeza que recebi a notícia do falecimento do ex-Presidente do BNDES e professor da UFRJ Antonio Barros de Castro, aos 73 anos, após um estúpido desabamento de uma laje em sua residência no bairro do Humaitá. O economista estudava quando foi soterrado pelo desabamento.
Era um economista preocupado com o desenvolvimento nacional e com um senso crítico absolutamente elogiável. É uma grande perda para o pensamento econômico brasileiro.
Entretanto, quero narrar aqui a minha (pequena) experiência pessoal com o professor. Fui seu aluno no Instituto de Economia da UFRJ, anteriormente Faculdade de Economia e Administração da UFRJ, no segundo semestre de 1994.
Era uma das cadeiras de desenvolvimento econômico e industrial brasileiro, não me recordo exatamente o título da disciplina – lá se vão quase vinte anos, peço desculpas aos leitores. Normalmente Barros de Castro não dava aula na graduação, mas a minha turma tinha uma particularidade: sua filha Lavínia era da minha turma e provavelmente por isso ele optou por dar a cadeira. Provavelmente foi uma das únicas turmas de graduação que teve este privilégio.
Apesar da fama – já era então ex-presidente do BNDES – mostrou-se sempre bastante acessível e era um professor bastante didático em suas explanações. Consegui passar na disciplina com uma boa nota, uma das melhores do meu desempenho acadêmico – que foi pouca coisa acima de medíocre, em especial pela minha total inapetência para as disciplinas matemáticas.
Muitos anos depois – especificamente em 2008 – fui assistir a uma palestra na “Rio Oil and Gas”, feira voltada para o mundo do petróleo. Era um painel sobre “Desenvolvimento da Indústria Nacional de Bens e Serviços: A Nova Política Brasileira de Conteúdo Local”.
O objetivo era estudar as novas regras que visavam utilizar a Petrobras como indutora de uma nova cadeia de fornecedoras de bens e serviços nacionais. É um projeto ambicioso e que obtém bons resultados atualmente – será alvo de post futuro.
Ao final da explanação, dirigi-me ao professor – então ocupante de uma diretoria no mesmo BNDES – a fim de cumprimentá-lo pela explanação e apresentar-me como seu ex-aluno. Qual não foi minha surpresa ao ver que ele se lembrava de mim como ex-aluno, inclusive com detalhes de minha participação nas aulas. Quis saber como eu estava em termos profissionais e me desejou boa sorte. 
Lembro aos leitores que quase quinze anos haviam se passado e que ele não tinha a menor obrigação de se lembrar de mim, muito menos de meu desempenho na disciplina.
Concluo lamentando a perda de um grande brasileiro, com histórica atuação em defesa da indústria nacional e do desenvolvimento econômico brasileiro. E deixando um abraço fraterno à Lavínia, minha ex-colega de classe, neste momento difícil.
Perde o Brasil.