Nesta sexta feira – afinal de contas, é uma coluna móvel – a coluna “Orun Ayé”, do publicitário e compositor Aloísio Villar hoje traz a recente decisão do Supremo Tribunal Federal sobre a união civil entre pessoas do mesmo sexo. Na foto podemos ver o primeiro beijo lésbico da televisão brasileira, da novela “Amor e Revolução”, do SBT.

O amor que não ousa dizer o nome

Semana retrasada foi aprovada no Supremo Tribunal Federal a União Civil entre pessoas do mesmo sexo.

Muita gente erradamente diz que é o “casamento gay” o que acaba prejudicando a aceitação. União civil não é casamento, nenhuma religião será obrigada a aceitar em suas igrejas que gays se casem com véu e grinalda. União civil é garantir sob contrato que os membros do casal tenham seus direitos reservados. Ou seja, tenha direito a herança, a serem dependentes no plano de saúde e na previdência privada, entre outras questões da vida prática. Que não perca tudo que construiu na morte do outro.

Entendo o lado dos religiosos, suas convicções, mas não há como negar a existência do homossexualismo ou do “amor que não ousa dizer o nome”. Desde que o mundo é mundo existem gays, no Império Romano era tudo liberado e grandes nomes da história da humanidade são homossexuais.

Mas mesmo assim até hoje existe uma grande intolerância com os homossexuais, que são perseguidos, ofendidos, agredidos e muitas vezes mortos. Por quê? Só porque amam.

Ninguém escolhe ser hetero, bi, tri, tetra, homo, pansexual. As pessoas nascem assim e só querem ser felizes. Querem ter o direito se serem elas mesmas e como cidadãos terem seus direitos resguardados.

Porque o gay não tem apenas seus direitos e deveres como qualquer pessoa, não é porque ele paga impostos como todos que tem que ser tratado igual. Tem que ser porque são seres humanos que choram, ficam felizes, caso se machuquem sentem dor e sai sangue de sua ferida como qualquer pessoa.

E isso vale pros gays, negros, judeus, cristãos, muçulmanos, anões, homens, mulheres, canhotos, vascaínos e todos os demais seres e minorias. Somos todos iguais e os maiores problemas que a humanidade passou em sua história, suas páginas mais tristes, ocorreram quando algum grupo social pensou que era maior que outro.

E na boa, negar às pessoas o direito de serem felizes é “muita viadagem”, com o perdão da brincadeira.

Orun Ayé!