Nos dias em que trabalhei na refinaria paranaense, tinha de acordar muito cedo a fim de pegar o ônibus que me levava à Repar – que fica em Araucária, cerca de trinta e cinco quilômetros da capital Curitiba.
Com isso, todos os dias enquanto tomava café no hotel assistia no salão ao programa Globo Rural, um dos mais antigos na grade de programação da tevê aberta brasileira.
Em uma das manhãs uma matéria me chamou muito a atenção. Era sobre a proibição da “cama de frango” na nutrição do gado de origem bovina e a inspeção que os órgãos oficiais fizeram naqueles dias a fazendas na Bahia.
Para os leigos como eu, “cama de frango” (foto acima) é uma espécie de “tapete” colocado nas granjas a fim de que os frangos não fiquem em contato direto com o chão. Formada com palhas e cascas de vegetais como o arroz e o café, tal cobertura recebe parte de alimentos não aproveitados pelas aves, suas fezes e restos de penas.

Também há farinha de carne na ração dos frangos, e aproximadamente 30% da ração ingerida é eliminada pelas fezes dos animais sem ser digerida.

Após a retirada e o abate das aves, tal mistura não é simplesmente descartada como o leitor poderia imaginar. Normalmente esta “cama” recebe duas destinações.
A primeira, considerada aceitável pelas autoridades sanitárias é sua utilização como adubo em culturas agrícolas. Em especial as fezes dos animais possuem nutrientes que são úteis às culturas e diminuem o custo de produção. Por outro lado a palha e as cascas diminuem a umidade do solo.
Entretanto, muitos fazendeiros utilizam a cama de frango como complemento alimentar do gado bovino. Neste caso temos um problema.
A Instrução Normativa nº 8 do Ministério da Agricultura, de 25/03/2004, proíbe que na alimentação de animais ruminantes (bovinos, caprinos, ovinos, entre outros) haja elementos que contém proteínas e gorduras de origem animal. Como explicado acima, a cama de frango possui elementos oriundos do descarte destes animais.
Outra questão é que a utilização desta mistura na alimentação dos bois e vacas pode causar doenças como a “vaca louca” e o botulismo. A proteína que compõe o vírus da “vaca louca” não afeta os frangos, mas no organismo dos bovinos causa a doença.
Além disso, a cama de frango pode trazer resíduos de antibióticos, hormônios e inseticidas utilizados na produção avícola, bem como pregos e outros tipos de refugos. Ou seja, é totalmente inadequado como complemento alimentar.
Entretanto, sua utilização tem fator econômico. Segundo a matéria a que assisti, o custo por cabeça de gado diário com farelo de trigo, milho e soja é de R$ 3. Utilizando-se a cama de frango – também chamada de “pé de cocho” – tal valor cai para R$ 1.

O econômico sendo colocado à frente da qualidade do alimento e das questões de saúde pública. Aliás, este não é um privilégio da pecuária, basta sabermos que boa parte da soja que consumimos, por exemplo, é de origem transgênica e contém grande percentual de defensivos agrícolas, em especial o famigerado glifosato.

Portanto, caro leitor, procure consumir produtos bovinos de origem certificada. Melhor ainda se forem orgânicos.

Um resumo da matéria do Globo Rural pode ser lido aqui.

3 Replies to “Cama de Frango”

  1. meu amigo da um copo de “cama de franco por dia misturado na ração, das vagas leiteiras “….

  2. lkdfbqehkvbhPFHÇVDGWRLOVJJSHBVMASLDVNDFNVLÇEWJVKL24HVWENVÇQWDabfqehvgrgkçbnrjbvasmvasbvjewnv.; fvgqevlmcjkhfqejfernjvalmcjlçelkjenvklrnvbhkbdf,khnhdfbkvmjçfbvhdbkfkvmhvçelkvis.,asnvhewvbke;mvwçejlfvbjkadlmcçewfknhkrfvbljefbhvihnvbehyifgqewkfglh3yfhjlergngryi f çdjvçihvoçwdfbhgvy ddd dddddddhjjjjjjkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeekkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkekkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeekkkkk

  3. Toda vez que tentamos ir contra a Natureza, o resultado sempre sera um desastre. Em 2001 mudei-me para a California. La’, trablhei com gado leiteiro durante 10 anos. Logo que cheguei, vi um nutricionista receitar farinha de sangue como fonte de proteinas. Indaguei se isso era correto, uma vez que a vaca e’ um herbivoro. Ainda mais, dar dangue de gado abatido para a vaca seria canibalismo. O tecnico respondeu que o rumem da vaca e’ um processador, e que tudo seria transformado em pelos microorganismos que ali existem. Passaram-se alguns meses e encontraram uma “vaca louca” no Canada. Imediatamente veio a proibicao nos EUA do uso de ingredientes de origem animal na racao das vacas. Ou seja, nao precisa esperar a ciencia provar tudo. Ainda da’ para usar um pouco de bom senso. O mesmo vale para os transgenicos. Em nome da fome no mundo estamos nos alimentando de quimeras. Ouvi do presidente da FAEP do Parana a seguinte frase: “O futuro do agronegocio esta na engenharia genetica!”. E eu diria “E o futuro da humanidade, onde esta’?”
    Convido a todos os que tem algum esclarecimento e que nao sejam a favor dos transgenicos, a visitarem o site http://www.zazzle.com.br/transgenicus.

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