Nossa música para o final de semana é uma tremenda alegoria: “O Trem das Sete”, de Raul Seixas.
A letra originalmente significa uma espécie de “Juízo Final”, mas pode ser entendida – e deve – como um momento de transição na vida de todos nós.
Gostaria de colocar a excelente gravação do cantor Zé Ramalho, mas infelizmente o recurso “incorporar” não está disponível. Fiquemos, então, com a versão do autor, em uma rara gravação ao vivo.
Reflitam.
“Ói, ói o trem, vem surgindo de trás das montanhas azuis, olha o trem
Ói, ói o trem, vem trazendo de longe as cinzas do velho éon

Ói, já é vem, fumegando, apitando, chamando os que sabem do trem
Ói, é o trem, não precisa passagem nem mesmo bagagem no trem

Quem vai chorar, quem vai sorrir ?
Quem vai ficar, quem vai partir ?
Pois o trem está chegando, tá chegando na estação
É o trem das sete horas, é o último do sertão, do sertão

Ói, olhe o céu, já não é o mesmo céu que você conheceu, não é mais
Vê, ói que céu, é um céu carregado e rajado, suspenso no ar

Vê, é o sinal, é o sinal das trombetas, dos anjos e dos guardiões
Ói, lá vem Deus, deslizando no céu entre brumas de mil megatons

Ói, olhe o mal, vem de braços e abraços com o bem num romance astral”