Quinta feira, dia 22, aproximadamente oito da manhã: Linha Vermelha sentido Centro com duas faixas fechadas para obras em plena hora do rush.

Domingo, 25, por volta de dez da manhã: quatro quilômetros de engarrafamento na volta do feriadão devido a obras na BR-101, altura de Itaboraí. A retenção chegou a vinte e um quilômetros na parte da tarde, momento de maior fluxo de pessoas voltando do feriadão na Região dos Lagos (foto).

Faço esta introdução com estes dois fatos para abordar algo que está faltando bastante tanto nos políticos quanto nos administradores públicos: bom senso. Chico Buarque dizia que todo governo deveria ter um “Ministro do Vai dar Merda”. Sua função seria a de avaliar cada medida governamental com esta singela pergunta: “vai dar merda?” Garanto que evitaria muitos dos percalços pelos quais os cidadãos passam hoje em dia.

Às vezes eu me pergunto se aqueles investidos do poder de interferir na vida cotidiana dos cidadãos param para pensar nas consequências de suas determinações. Qualquer criança com a idade das minhas filhas saberia que fechar a Linha Vermelha ou a BR-101 da maneira como foi feito iria atravancar sobremaneira o cidadão que gostaria de seguir ao seu local de trabalho ou retornar de um merecido descanso nas praias do litoral.

Outro bom exemplo da total falta de bom senso é a localização de grande parte dos “pardais” da cidade. Eles estão não em locais onde realmente coibem práticas inadequadas ao volante, mas sim com o intuito de forçar o motorista a cometer a infração – basicamente por estarem em locais de risco.

Também reflexo da total ausência de bom senso são as esfarrapadas desculpas dadas pelos políticos a cada novo crime ou chacina empreendida pelas forças públicas. Ou o IPVA somente em um único banco, ou a burocracia cartorial do nosso dia a dia. Momentos não faltam.

O exercício da política reflete total comprometimento com o povo, que os colocou lá. O sentido de tal prática deveria ser sempre com o objetivo de simplificar a vida do cidadão, buscando atender às suas demandas e empreendendo decisões de administração ativas e simples. Entretanto, não é decididamente o que ocorre.

Eu me lembro que quando era criança chegou-se a criar o “Ministério da Desburocratização” a fim de simplificar a relação dos cidadãos com o Poder Público. Entretanto, apesar da internet vejo que pouca coisa mudou. Realço o bom exemplo da Receita Federal em permitir não somente a declaração de renda como eventuais correções de forma online.

Concluindo, urge que os políticos e administradores pensem um pouco nas consequências que seus atos trazem à vida dos cidadãos.

One Reply to “Política e bom senso”

  1. Concordo plenamente. As obras da Autopista Fluminense, parece que em Itaboraí, foram absurdas. Sabiam da volta do feriado, mas mesmo assim insistiram. Demonstração plena de insensibilidade e descaso com o cidadão. Certamente que quem autorizou isso, deve andar de helicóptero, viver no ar-condicionado, tomando seu uísque sossegadamente.

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