No último mês do primeiro semestre, o Flamengo começou a melhorar. Embora, o desempenho ainda fosse bem irregular, o Rubro-Negro conseguiu evoluir o desempenho e perdeu pontos por conta de erros bobos e não por falta de qualidade. Por tudo isso, a avaliação do período e do trabalho de Zé Ricardo era positiva. Você vê agora como foi o junho flamenguista.

Junho

Um novo mês chegou e um pouco de paz surgiu no Ninho do Urubu. Após a vitória sobre a Ponte, o Fla conseguiu outro resultado positivo diante do Vitória. Mais uma vez, no entanto, sem brilhar. O jogo contra o time baiano foi bem nervoso e os donos da casa só conseguiram a vantagem no segundo tempo com o gol de Felipe Vizeu. Mesmo assim, o momento não era de grande futebol e sim de se recuperar no ano.

Paralelamente a isso, o Flamengo acertava a contratação do zagueiro Rafael Vaz (lembra-se dele no texto 2?), que atuava no arquirrival Vasco. Vaz chegaria para suprir uma carência que havia surgido no elenco rubro-negro ao longo do ano, mas, ao passo em que trazia Vaz, a diretoria insistia numa contratação mais robusta para o setor.

flamengopalmeiras2016brasiliaApós o jogo contra o Vitória e a contratação de Vaz, o Flamengo tinha compromisso complicado contra o Palmeiras em Brasília. No terceiro jogo de Zé Ricardo, o Fla começou tentando dominar a posse, mas sofreu erro bizarro de César Martins que culminou no gol de Gabriel Jesus. Para sorte do Fla, Alan Patrick dois minutos depois, acertou petardo absurdo para igualar o placar. O jogo, que seguia equilibrado desde então, foi decidido em bobeira da zaga rubro-negra. Léo Duarte falhou e César Martins cometeu pênalti claro (fez uma defesa com a mão digna de um bom goleiro, e foi expulso) que originou o segundo gol do Palmeiras marcado por Jean.

Apesar da derrota, o sentimento no Fla era de evolução e que o time, apesar de não ter conseguido a trinca, estava rendendo mais do que a situação permitia. No jogo seguinte, diante do Figueirense em Santa Catarina, o Flamengo mais uma vez jogou bem e não venceu. Com uma partida de propostas bem definidas, os visitantes tentaram muito e pararam no goleiro Gatito do Figueira. Para azar do Fla, Rafael Moura aproveitou bobeira do garoto Léo Duarte para marcar o único gol daquele jogo. Entretanto, ressalto que embora os resultados contra Palmeiras e Figueirense tenham sido negativos, os indícios de melhora do nível coletivo e de jogo do Flamengo eram nítidos.

Passado o jogo, o Flamengo anunciou mais um reforço. Era a chegada de mais um zagueiro: Réver, de 31 anos e muitos problemas no Internacional desembarcava na Gávea como uma solução de emergência para resolver os problemas defensivos do time. Assim que chegou, o zagueiro virou titular e foi decisivo para a vitória em sua estréia em Belo Horizonte contra o Cruzeiro. O gol de cabeça marcado pelo zagueiro foi o único de um jogo no qual, apesar do domínio do Fla na maior parte do jogo, o Rubro-Negro sofreu bastante por conta do recuo excessivo na etapa final. Mesmo assim, o time conseguiu vitória importante fora de casa após dois jogos e viajava para Brasília em busca de embalo.

Contra o São Paulo, o Flamengo atuou de forma dominante do primeiro ao último minuto. Com muita intensidade e toque de bola envolvente e coletivo forte, o time rubro-negro sempre buscou saídas inteligentes e, mesmo com erros pontuais que geraram gols do adversário, o rendimento foi de alto nível. O empate com pênalti perdido já nos acréscimos acabou com gosto de derrota, mas a sensação era a de que o time finalmente voltava ao nível apresentado em fevereiro e evoluía como era esperado.

Contra o Santa Cruz em Recife, o time não jogou tão bem. Talvez sentindo o cansaço pela intensidade apresentada no jogo de domingo, o Fla, após o belíssimo gol marcado por Willian Arão, recuou bastante e foi encurralado no campo defensivo pelos pernambucanos. Só que desta vez, o resultado foi favorável para o Flamengo. Com os três pontos e a evolução que vinha sendo apresentada, Zé Ricardo teve mais respaldo da direção e ganhou moral com a chegada de Mozer (ídolo do clube) ao cargo de gerente de futebol naquela semana. Mozer, assim que chegou, deixou claro que Zé Ricardo – que era visto como interino até então – era o treinador do Flamengo e ponto final.

Com respaldo a Zé, o Flamengo encarou o Fluminense em partida de dois tempos distintos, mas complementares. No primeiro tempo, um banho de bola rubro-negro que não resultou em gol. O que começava a aparecer era um problema que perseguiria o time pelo resto do ano, a crônica incapacidade de fazer gols. Sem os gols, o Flamengo voltou pressionado no segundo tempo. Mais tranquilo, o Fluminense soube se aproveitar disso e abriu o placar com gol contra de Willian Arão. Ainda diante do baque do gol, o Flamengo conseguiu responder e igualar o marcador com Paolo Guerrero, que, de volta da Copa América, marcou seu primeiro gol no campeonato. 1-1. Mas, faltando dez minutos para o fim, Rafael Vaz cometeu erro bobo e entregou bola limpa nos pés de Richarlison, que driblou Muralha e marcou o gol da vitória tricolor.

Com a derrota, voltavam às dúvidas sobre o futuro de Zé Ricardo e o jogo seguinte era diante do perigoso Internacional em Cariacica – guarde este lugar, será bem útil nos próximos textos. Outra derrota poderia fazer o Flamengo voltar à busca por um treinador no mercado, tornando a situação de Zé Ricardo bem instável. Diante disso, o Flamengo entrou disposto a resolver logo as coisas. Incisivo, intenso e atuante no campo de ataque chegou ao gol com Éderson antes dos 20 minutos e teve chances de fazer mais dois ainda no primeiro tempo. No segundo tempo, quando o time cansou, o Fla perdeu rendimento, mas ainda sim soube administrar a vantagem e garantir três pontos fundamentais. Ao fim do mês e de um trimestre tão turbulento, a sensação era de que finalmente o Flamengo chegava ao caminho certo, ao caminho que a diretoria começou a imaginar para 2016.

Resumo dos jogos do mês:

Flamengo 1-0 Vitória

Flamengo 1-2 Palmeiras

Figueirense 1-0 Flamengo

Cruzeiro 0-1 Flamengo

Flamengo 2-2 São Paulo

Santa Cruz 0-1 Flamengo

Flamengo 1-2 Fluminense

Flamengo 1-0 Internacional

Retrospecto: 4 vitórias, 1 empate e 3 derrotas. Gols marcados: 8; Gols sofridos: 7

Artilheiros do mês: Willian Arão 2, Felipe Vizeu, Alan Patrick, Guerrero, Éderson, Réver e gol contra 1

Balanço geral do segundo trimestre

Após um trimestre tão conturbado e complicado dá pra dizer que o período acabou sendo melhor que a encomenda pro Flamengo. Eliminações, mudança forçada de técnico, reforços chegando no meio do ano… Apesar de tudo isso, a semente do jogo coletivo foi plantada e o Flamengo parece perto de colher o seus frutos. O intenso trabalho de Zé Ricardo começou a funcionar, mesmo sendo um tanto irregular entre jogos e nos jogos, e a expectativa do segundo semestre parece interessante. Mas sobre ele, você verá nos próximos posts. A série “Dissecando o Flamengo-2016” continua e eu te espero lá. Até mais!

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One Reply to “Dissecando o Flamengo-2016 – Parte VI”

  1. Aí foram os pontos cruciais para o Flamengo ter perdido o Brasileiro. Se não fosse a derrota pro Figueirense? Se não fosse o pênalti que o animal do Alan Patrick errou? (Se bem que o primeiro gol do SPFC com falta do Caleri no Márcio Araújo, vamos combinar…) Se não fosse a pífia partida contra o fraco time do Fluminense? Mas como o “Se” não entra em campo…

    Eu cantei a jogada do gol contra o Cruzeiro. No escanteio anterior, eu dizia “joga na cabeça do Réver”. Não deu outra…

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