Mais cedo, escrevi que a geração de 68, se não protestasse, se não lutasse pelos seus direitos, pela liberdade, certamente traria um mundo mais autoritário para a gente.

Queria falar um pouquinho não de história, que esta é bem sabida, mas sim da admiração que eu sinto por este ano de 1968.

Desde alguns anos atrás sempre tive interesse em ler tudo o que me caía em mãos sobre o tema. Isto veio através do livro do Zuenir Ventura, que li há mais de dez anos. Com a série de lançamentos sobre o tema, ano passado, por ocasião dos 40 anos decorridos, pude montar uma mini-biblioteca sobre o tema, com uns 20 livros.

Sempre me atraiu o desprendimento que esta geração teve dos valores pessoais em privilégio da sociedade, dos costumes, da solidariedade e da liberdade, especialmente. A luta por mudanças e para transfomar uma estrutura social carcomida e autoritária, muitas vezes sem medir as consequências, deveria servir de exemplo para a geração alienada que é a minha.

Sem dúvida alguma, na maior parte do mundo a repressão foi violenta, e as conquistas se restringiram muito mais ao campo dos costumes e da cultura do que à política – as velhas direitas continuaram a mandar, pelo menos naquele momento. Mas a utopia daquele ano sobreviveu nas mentes e nos corações.

Entretanto, o sonho daquela geração deve ser mantido vivo, pois era um sonho de solidariedade, de mudar o mundo, do “nós” acima do “eu”. Bem ao contrário do que vemos hoje…

Gostaria de ter vivido aquela época. Teria me divertido muito mais.

Recomendo, para começar, três leituras básicas sobre o tema: os dois livros do Zuenir Ventura, vendidos em uma única caixa , o livro “1968 – eles só queriam mudar o mundo”, que é um bom resumo dos acontecimentos daquele ano e o excelente “1968 – o ano que abalou o mundo”, que trata dos acontecimentos no plano mundial. Quem quiser mais dicas de leitura, só solicitar nos comentários.


P.S. – as fotos foram retiradas do site da Globonews, que fez uma excelente série sobre o assunto no ano passado (Arquivo N).

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3 Replies to “1968 – Nostalgia do que não vivi”

  1. Eu tbém admiro essa geração, essa consciência de buscar o melhor para o coletivo.
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    Alguma coisa dessa época, se perdeu.Ou não souberam usar depois de finalmente achado ou conquistado.
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    Mas acredito que tudo está certo do jeito que está, e só assim, nos questionando é que haverá lugar para o novo, tudo faz parte do processo de evolução, embora muitas vezes pareça que façamos o contrário de evoluir.

    Tudo faz parte de um mesmo dinamismo.

  2. Talita e Ambrosio, na verdade isto dá outro post, mas acredito que a própria repressão política tenha levado as duas gerações seguintes ao individualismo.

    Como as conquistas foram nos planos individual, cultural e comportamental, apenas, acredito que isto tenha gerado ao egoísmo radical que veio a seguir.

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