O primeiro dia de desfiles da Série A do Rio de Janeiro foi marcado por desfiles extremamente mornos e a sensação de que a campeã sairá do desfile de hoje, sábado. As seis escolas que se apresentaram fizeram desfiles corretos e sem problemas graves, mas longe de apresentar algo exatamente brilhante.
Antes de falarmos dos desfiles, vale dizer que não ia ao lado par do Sambódromo desde 2014 e a organização piorou bastante. Uma única entrada para todos que iam dos setores 2 ao 10 e extrema desorganização. Como ano passado, só estavam revistando as bolsas térmicas exatamente grandes: a minha, que era pequena, passou sem problemas. O problema foi que minha cerveja acabou ainda no Porto da Pedra…
Escola a escola, vamos ao panorama do que eu vi ontem, das frisas do Setor 6:
Uma entrada imponente, com um leão iluminado – e melhor que o da Estácio de Sá. Bateria bem e o lindo samba funcionou otimamente para o desfile. Nível plástico caiu bastante nos dois últimos setores, especialmente no último.
O carnavalesco Jorge Carybé é pai de santo e sabe contar bem uma história afro. Não tinha gostado do que vira no barracão, mas alegorias e fantasias bem ok para contar a história de Olubajé.
Bateria também bem, mas o samba esteve abaixo do que se esperava. Desfile típico de meio para cima de tabela, mas nada mais. Registro que o o coreógrafo da comissão de frente foi a uma rede social pós desfile para dizer que irá processar o ateliê responsável pela roupa.
A ousadia trazida pelo samba sem verbos, a meu ver, não funcionou na avenida e, somado a uma parte plástica de mediana para fraca, acabou jogando para baixo o desfile da escola. Bateria abaixo do ano passado, mas em bom nível.
Ainda assim, pelo menos em um primeiro momento é um desfile que pode trazer riscos de rebaixamento.
Além da (desnecessária) polêmica de se considerar “Rádio Nacional” uma marca passível de ser punida por merchandising, foi um desfile correto – outro cujo samba não ajudou muito.
Correu do meio pro fim – a bateria passou inteira à minha frente em menos de um minuto. É aquela apresentação que na quinta feira que vem ninguém vai se lembrar mais…
A mesma dos últimos anos: samba e bateria muito bons – embora visivelmente prejudicados pelo péssimo som da Marquês de Sapucaí – parte plástica abaixo – embora surpreendente tendo em vista que a escola passou por três incêndios em seu barracão no pré carnaval.
O abre alas, aliás, estava bastante interessante e bem acima do padrão habitual da Renascer nos últimos anos. E Diego Nicolau já merece uma escola de Grupo Especial.
A escola teve problemas para levar seus carros à concentração e dois passaram apagados. Mais um samba que não funcionou e um desfile aquém do último ano.
Finalizando, este desfile precisa ser repensado. Com apenas uma subindo e Viradouro mais Padre Miguel bem superiores em termos financeiros, a maioria das escola, basicamente, só cumpre tabela. Voltarei ao tema pós carnaval, mas algum tipo de estímulo financeiro ou mesmo um “Desfile das Campeãs” precisa ser pensado.
E segue o carnaval.
Imagens: Ouro de Tolo
[related_posts limit=”3″]