O PMDB lançou recentemente sua propaganda política e nela se baseava em defesa do presidente Michel Temer mostrando como o “Brasil melhorou” e lançando slogans como “O presidente certo na hora certa” e “O Brasil de Temer”.

Curioso tudo isso. Curioso pensar que até pouco tempo atrás, o slogan era “País de todos”, agora virou de uma pessoa só, sendo que o Brasil, até onde sabemos, não é dele. Curioso também “o presidente certo na hora certa”, já que ele não era presidente, mas fazia sim parte do governo que comandou o país desde 2011.

Temer e o PMDB não tentam simplemente apagar o passado como manipular a seu favor. Adoram vociferar que o político foi eleito assim como é corriqueiro o discurso “Quem votou na Dilma votou no Temer”, mas na hora de cassar a chapa querem separar a Dilma de Temer. O PSDB, partido que entrou com representação contra a chapa, agora tenta defender o presidente e seu mandato.

E as melhoras alegadas? Será que aconteceram de verdade? Faz quase um ano que Michel Temer é presidente do Brasil e desde o fim dos anos 80 e começo dos 90, não vejo tanta desesperança, incerteza no futuro e baixo astral no Brasil. Violência cada vez maior, desemprego também, medidas impopulares que não fazem crescer poder de consumo.

A verdade é que ninguém gosta de Michel Temer. A esquerda lhe chama de golpista e a direita lhe trata como herança de Dilma e PT, alguns partidos como o PSDB apenas lhe toleram esperando por 2018.

O presidente mais impopular da história, caso algum instituto de pesquisa tenha coragem de avaliar sua popularidade, presidente que mexeu na previdência e nas leis trabalhistas, presidente que mesmo tendo o congresso a seu favor não consegue melhorar o país, tirar da crise. Governo cercado de corruptos e sem credibilidade.

Crise que começou no governo Dilma. Um governo fraco, também corrupto, mas que era refém do congresso que não deixava nada andar. Como eu disse Temer tem o congresso nas mãos e acreditem, coisas muito ruins ainda podem ser aprovadas em nome de um futuro que se mostra sombrio, de estancar uma crise afetando diretamente quem tem nada a ver com essa história, o povo.

E tome discurso maniqueísta, tome apoio da imprensa, tome povo sendo tratado como as crianças em “THe wall”, mas esse mesmo povo que acabou servindo de “gado” parece acordar e deixou o MBL falando sozinho domingo passado.

E 2018? O que esperar do Brasil de Temer em 2018? O que se espera é a eleição mais imprevisível da história. Boa parte dos políticos estão arrolados em corrupção, lava jato e tudo pode acontecer. Até mesmo a eleição de um extremista como Jair Bolsonaro e a volta de Lula. Sergio Moro parece ser hoje o maior adversário de uma possível volta de Lula.

Lula e Bolsonaro. Dois políticos antagônicos e que se assemelham em uma coisa, o discurso da salvação. Bolsonaro é a salvação para os que não aguentam mais corrupção, violência e acham que um pulso forte pode resolver nossos problemas. Lula, pricipalmente no Norte e Nordeste, é o “Messias”, aquele que trouxe mais condições aos pobres e que pode trazer de volta o Brasil otimista e consumidor da primeira década do século.

Sempre aprendi que nunca devemos tomar decisão de cabeça quente e é isso que o Brasil fará em 2018. Decidir um presidente de cabeça quente e isso é perigoso.

E Temer? O que é reservado a ele? O antes vice decorativo promete entrar para a história do Brasil pelo esgoto. A única coisa que une todo o país hoje é o desprezo por ele.

O presidente errado na hora errada.

O Brasil que teme.

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