É com muita tristeza que inicio esse texto afirmando para vocês uma suspeita que eu já tinha levantado no texto anterior: infelizmente, a Campanha do Novembro Azul ainda não é tão forte quanto a do Outubro Rosa. Não se vê por aí (pelo menos eu não vi) muitos hospitais enfeitados com balões, fazendo campanhas, etc. Não sei ainda o motivo, talvez por ser algo relativamente novo, mas é urgente que essa realidade mude, já que, ao contrário das mulheres, muitos homens ainda se recusam a fazer o exame que previne este tipo de neoplasia.

Não tivemos texto semana passada porque eu estava me preparando para viajar e participar de um congresso de oncologia, no Rio. E, vejam vocês, estamos em novembro e o que tivemos lá foram várias mulheres alertando sobre o câncer de mama e nenhuma programação especial voltada ao câncer de próstata, que foi tema de várias palestras, mas não no sentido de orientar os médicos a como conduzir seus pacientes a realizarem o exame de toque.

Assim como os demais tipos de câncer, o câncer de próstata depende de diversos fatores genéticos e ambientais. Ter alguém na família que já foi acometido pela doença é motivo de alerta para os homens, já que este precedente pode dobrar o risco de desenvolvimento da doença. A predisposição e hereditariedade ocupam lugares importantes dentre os fatores de risco, já que se parentes de primeiro grau forem diagnosticados com a doença com menos de 55 anos, o homem pode ser portador do câncer de próstata hereditário.

Os demais fatores de risco envolvem a alimentação, sedentarismo, obesidade, taxas de estrogênio, etnia, régio, dentre outros. Dietas ricas em gordura, carne vermelha e pobre em legumes e vegetais podem ser fundamentais para o desenvolvimento da doença. A dieta, se combinada com um estilo de vida sedentário, leva a obesidade e neste tipo de pacientes o câncer de próstata se mostra mais agressivo. Em relação à etnia, os negros apresentam maior risco de desenvolver a doença em relação aos asiáticos, por exemplo.

Como já percebemos durante esses dois meses falando de câncer, os fatores de risco, ambientais e estilo de vida influenciam bastante no desenvolvimento da doença, portanto, o responsável maior por seu bem estar é você. Na próxima coluna, falaremos do ponto mais delicado para muitos homens: o diagnóstico e o tratamento para a doença, fiquem atentos. Lembrem sempre: o exame não é um teste de masculinidade, não o veja dessa forma, é um bem que você faz a si e a sua família, evitando que ela sofra junto com você no futuro.

[related_posts limit=”3″]