Essa semana a Conmebol anunciou as mudanças da Copa Libertadores da América. Mudanças polêmicas nas quais a maioria dos analistas esportivos foram contra, mas eu achei interessantes.

Pois é, exercerei um de meus papéis preferidos na vida, se o “do contra”. Eu gostei e acho que todas essas mudanças farão crescer a Libertadores apesar de ainda não achar o ideal.

O ideal para mim seria uma Libertadores que englobasse todo o continente americano, não apenas América do Sul e convidados, mas esse ainda parece ser um sonho distante. Uma coisa que eu achava lógica finalmente ocorreu. Libertadores o ano todo.

Não tinha sentido Libertadores apenas seis meses do ano como não tem sentido a Sul-Americana também em seis meses. O ideal é que os dois torneios fossem disputados o ano inteiro e com espaçamento maior entre as datas para não cansar tanto os times. Que façam um dia, quem sabe?

Os que não gostaram das mudanças alegam que a competição ficará mais fraca, mas não acho que isso irá ocorrer se levarmos em conta que agora existem duas fases eliminatórias e o que nos interessa e sempre interessou é a fase de grupos. É assim na Champions League. Pouco vemos as fases eliminatórias a audiência cresce na fase de grupos.

As fases eliminatórias só terão importância para os três brasileiros que irão disputar, e acredito que a existência dessas fases deixará a fase de grupos mais fortes diminuindo a quantidade de equipes fracas. Essas equipes fatalmente serão eliminadas nessas fases e podemos ter sete brasileiros e seis argentinos, por exemplo, entre os trinta e dois. Vendo pela tabela do brasileiro atual, é melhor para o nível do torneio ter o Fluminense ou o Real Potosí? A possibilidade de ter o Corinthians e o Grêmio ou o Deportivo Táchira da Venezuela? Pode ficar injusto na divisão por países, mas para o nível, melhora.

Se os clubes brasileiros forem inteligentes, também não cairá o nível de disputa do Campeonato Brasileiro, muito pelo contrário. Muitos daqueles times que ficavam na zona da pasmaceira agora têm esperanças de chegar ao G6, tornando os jogos mais interessantes nessa reta final. O Santos, quarto colocado, hoje tem 51 pontos e o Grêmio que é o sétimo colocado, 43. Pela formula antiga, o Grêmio não teria mais nada a fazer no Brasileiro, mas, com a mudanç, está a apenas dois pontos do Atlético-PR, que é o sexto. Volta para a briga como Botafogo, Corinthians e Ponte Preta.

palmeiras2016brasileiroDisse “se forem inteligentes” porque existe uma briga importante em cima. Existe um G3 agora. Os três primeiros colocados não passarão por essas perigosas fases eliminatórias, que não só são perigosas, como obrigarão os times a jogarem mais quatro partidas em um calendário tão apertado como o nosso. O G4 na verdade se dividiu em dois, G3 e G6. Os clubes que estiverem entre quarto e sexto não podem descansar. Têm que buscar o terceiro.

Santos só está dois pontos atrás do Atlético e pode sonhar com a terceira vaga, enquanto o Fluminense, que é o quinto com 45, tem que ficar de olho no Grêmio, com 43. Dessa forma, os 10 primeiros têm pelo que brigar em cima e do São Paulo para baixo estão preocupados com o Z4. A Chapecoense é o único time que nesse momento não briga por nada.

Essa alteração também trará dinheiro aos clubes. É evidente que o Brasil ter ganho duas vagas tem a ver com o lado comercial. É o país que mais assiste ao torneio, audiência que aumentará com sete times (no mínimo) disputando e claro que a Conmebol pedirá mais dinheiro para a TV, assim como os clubes vão receber mais. Aliás, reclamação antiga dos mesmos.

Para finalizar, até a ideia da final em jogo único não é ruim. Desde que seja nos Estados Unidos como cogitaram. Comercialmente seria ótimo, muito dinheiro para a entidade, clubes, internacionalização das marcas dos clubes em um mercado importante e a certeza de estádio cheio. Para quem reclama, pergunto. Mundial não é disputado em local neutro desde os anos 80? Alguém hoje trocaria isso por um jogo na Europa e outro na América?

Acho até que a Copa do Brasil devia ser decidida em jogo único em uma dessas arenas elefantes brancos criadas para a Copa.

A Libertadores de 2017 promete. Esperamos que cumpra.

A única certeza que temos hoje e que por mais que aumentem as vagas, o Vasco não estará nela.

Faltou respeito.

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