Quem leu minha primeira coluna aqui, quem me acompanha em facebook e twitter sabe que sou corintiana. Já me emocionei muito com meu time, com suas vitórias, derrotas, logo depois suas redenções, seus títulos e algo em especial faz eu me emocionar bastante: o torcedor corinthiano.

Este ser extremo, que faz da nossa casa um caldeirão, que faz atletas de outros times temerem jogar na nossa Arena mesmo o time não sendo tão bom assim. Mas isso não é assunto para agora, a corneta não tem espaço aqui.

Entretanto, o Corinthians e seu torcedor me inspiraram a começar a coluna de hoje falando dele, do João Marcos Andrietta. Falando assim, talvez você, caro leitor, não se lembre, mas este homem se trata do torcedor que assistiu o jogo do Corinthians contra o Joinville na Arena ano passado deitado em uma cama, pois a Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) limitou seus movimentos.

Calor-Esclerose-MultiplaA esclerose não é uma doença muito rara no meu cotidiano, nem no de muitas pessoas. Convivo com um primo que tem esclerose múltipla e, recentemente, a irmã dele também teve a doença diagnosticada. A esclerose é uma doença neurodegenerativa, ou seja: ataca os neurônios, as células que transmitem os impulsos nervosos e são as mais importantes do sistema nervoso.

A diferença entra a ELA e a esclerose múltipla está no local da degeneração. Enquanto a ELA degenera o primeiro neurônio motor superior do cérebro e o segundo neurônio motor inferior da medula espinhal, a esclerose múltipla provoca a degeneração da bainha de mielina, uma camada que envolve os neurônios e é muito importante na condução do impulso nervoso.

A esclerose em si não tem uma causa muito bem definida. Sabe-se que há a predisposição genética. No caso da ELA, a predisposição associada a fatores ambientais, como o uso muito frequente e de forma errônea da musculatura, pode provocar a doença. Por isso, os atletas são uma população considerada de risco à esclerose.

lou_gehrigimg-about-newsA manifestação clínica das doenças é diferente. A ELA começa com o enfraquecimento muscular, endurecimento da musculatura lateral e de acordo com a evolução da doença, leva ao estágio no qual se encontrava o torcedor conrinthiano, completamente imóvel.

A esclerose múltipla começa com outros sintomas que podem muito bem ser confundidos com os de outras doenças; portanto, podem muito bem ser deixados de lado pelo paciente. A visão turva, dificuldades com os movimentos são coisas que desaparecem com o tempo, mas que quando voltam, vêm com mais agressividade. Foi assim que aconteceu com meu primo. A irmã dele teve mais ‘’sorte’’. Logo quando sentiu a visão turva, procurou o médico e a doença foi confirmada.

Não existe uma cura definitiva, mas sim um tratamento acompanhado por médicos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, entre outros, tudo com o objetivo de retardar ao máximo a evolução da doença. Quando meu primo descobriu, foi definhando aos poucos, hoje não enxerga muito bem, quase não anda direito e tem dificuldades na fala. O correto seria a irmã dele ter feito imediatamente um mapeamento genético, pra saber se tinha a predisposição de desenvolver a doença.

O diagnóstico precoce e o tratamento correto são fundamentais para tentar manter a qualidade de vida desses pacientes. Nesse caso, mais uma vez, é importante não negligenciar sintomas que, a princípio, podem não parecer graves.

Imagens: Uol, Esclerose Múltipla.Med e Lou Gehrig.com

[related_posts limit=”3″]