… meu amor, diria a canção de Tom Zé, campeã do Festival de 1968. Já eu jamais gostei da cidade de São Paulo. Das poucas vezes que fui à cidade, me dava certo tipo de nojo com aquela cidade que te recepcionava com o cheiro da poluição do rio Tietê, mas, dos últimos anos pra cá, a convivência com a capital dos paulistas me fez ter uma visão diferente da maior cidade da América Latina.

São Paulo tem os seus encantos. É difícil, em uma cidade cheia de prédios, você encontrar as belezas naturais como em um lugar como o Rio de Janeiro, mas se a cidade tem prédios, é justamente nos prédios que a cidade se destaca.

Prédio Banespa: No alto dos seus mais 160 metros, o prédio dá uma vista de 360º de até 40km. Próximo a pontos de grande visitação como a Praça da Sé e a Rua 25 de março, o Banespão tem 35 andares, 14 elevadores, 900 degraus e 1.119 janelas. Durante os anos 40, levou o título de maior construção de concreto armado do mundo e, por mais de 20 anos, foi o edifício mais alto de São Paulo.

Para chegar ao topo do prédio, é necessário pegar dois elevadores e ainda subir lances de escada. As visitas são gratuitas, mas só acontece somente de segunda a sexta-feira (exceto feriado) das 10h às 15h e o método mais fácil de chegar é pela estação São Bento do metrô.

Museu de Arte de São Paulo (MASP): O prédio do museu é simbólico para a cidade assim como é para a arte. É o principal cartão-postal de São Paulo e quando Lina Bo Bardi, em 1968, projetou o MASP, a ideia era justamente que o vão livre fosse usado para passeios e imaginava ali crianças brincando.

1342286000_usuario_de_flickr_rodrigo_soldon_1311629418_rodrigo_soldonO vão livre hoje é o ponto de encontro de várias tribos paulistanas. É também ponto central de protestos que tanto marcam a cidade.

Dentro dele, nos seus 11 mil metros quadrados, o museu é distribuído em cinco pavimentos, com o mais acervo da América Latina. Rafael, Goya, El Greco, Van Gogh e Anita Malfatti são alguns nomes que estão presentes no museu.

A visitação ao museu acontece terça, quarta, sexta, sábado e domingo das 10h às 18h e na quinta-feira das 10h às 20h. O ingresso custa R$25.

Mas nem só de prédios vive São Paulo. A capital de todos os paulistas também tem rua.

Avenida Paulista: Ali São Paulo acontece. Da correria do dia a dia às grandes concentrações populares.

Inaugurada em dezembro de 1891, a Avenida Paulista foi criada para abrigar a população que crescia a cada dia. As áreas valorizadas, como a Praça da República e os bairros de Higienópolis e Campos Elíseos, já estavam tomadas e era necessário um local mais central. A expansão foi instantânea e, com as ruas projetadas por engenheiros famosos, morar na Paulista passou a ser caro.

Hoje, é um importante palco da cidade. É onde fica o tradicional Hospital Santa Catarina e instituiçõesavenida-paulista-2s científicas, como o Instituto Pasteur, culturais, como o MASP e educacionais, como os tradicionais Colégio São Luís e a Escola Estadual Rodrigues Alves.

Na Paulista também é que acontecem grandes concentrações como manifestações, comemorações de vitórias políticas e de futebol, Corrida de São Silvestre, a Parada Gay e o réveillon da cidade.

Nesses 461 anos da cidade, São Paulo passa por um momento de crise. Assim como todo estado, e outras regiões do país, uma crise hídrica assusta a cidade e um vereador já até pediu para que o Carnaval (que acontece de 13 a 17 de fevereiro) fosse cancelado. A Terra da Garoa hoje sofre com a falta de água, mas também com a enchente. Mais uma das contradições da capital paulistana.

As tarifas do metrô e do ônibus subiram mais uma vez. Agora, o trabalhador paga R$ 7 para ir e voltar do seu trabalho.

Apesar das coisas ruins, a maior cidade da América Latina tem um único motivo para comemorar o seu aniversário: ela é São Paulo. Sem o “orgulho de ser paulista” separatista, mas um orgulho de ser da cidade que rege muitas vezes o país.

Parabéns São Paulo!