Independentemente do local onde se vive, existem símbolos que são reconhecidos pelo seu significado. Alguns símbolos são mais internacionais do que outros, mas cada cultura tem o seu símbolo, nem que seja a sua bandeira nacional.

O símbolo é algo que lembra alguém, algum acontecimento, alguma coisa. É uma forma de se fazer compreender melhor e sentir mais de perto algo que não se pode ver ou entender bem. Transmite o pensamento de forma mais rápida.

A cultura LGBT também possui seus símbolos, contudo, por vezes desconhecemos seus significados e histórias.

 

Bandeira LGBT

A Bandeira do Arco-Íris talvez seja o símbolo mais conhecido da comunidade LGBT. Seu uso data de 1978 quando ela apareceu pela primeira vez na “San Francisco Gay Freedom Day Parade”. Um artista desta cidade, Gilbert Baker, criou a bandeira e, ajudado por trinta voluntários, costurou e tingiu a mão duas bandeiras gigantes para a marcha. Estas tinham oito faixas, com cada cor representando partes da comunidade:

  • rosa choque para o sexo;
  • vermelho para o fogo;
  • laranja para a cura;
  • amarelo para o sol;
  • verde para natureza;
  • turquesa para as artes;
  • azul indigo para harmonia;
  • violeta para o espírito.

Depois de um tempo houve a necessidade de fazer a bandeira em escala industrial e algumas das cores não estavam disponíveis neste tipo de processo, ficando seis cores em definitivo.

Triângulo Rosa e Negro

Um dos símbolos mais antigos é o triângulo rosa, que foi originalmente utilizado nos campos de concentração nazi para identificar os prisioneiros homossexuais. Aqueles que fossem judeus e homossexuais (considerados o pior nível de prisioneiros) deviam levar um triângulo rosa com outro de cor amarela. Em ambos os casos, deviam usar esta insígnia sobre o peito, cosido na sua roupa. Estima-se que cerca de 220.000 gays e lésbicas morreram junto aos seis milhões de judeus que os nazistas exterminaram nos campos de concentração durante a Segunda Guerra Mundial.

Por esta razão, a partir de 1970 o triângulo rosa utilizou-se tanto como um símbolo identificativo para recordar as atrocidades sofridas pela comunidade homossexual durante a perseguição nazista, como para representar a união da cultura homossexual.

Os nazistas associaram a “mulheres indesejáveis” ou “anti-sociais” incluindo às lésbicas, um triângulo negro invertido. Algumas lésbicas hoje em dia utilizam este símbolo como representação daquele massacre, de igual forma ao que os homens homossexuais fazem com o triângulo rosa.

Lambda

Escolhido pela New York Gay Activist Alliance em 1970 como símbolo do movimento, o Lambda é a letra grega que equivale ao “L”. Uma bandeira de guerra com Lambda foi desfraldada por um pelotão de guerreiros gregos mais velhos que eram acompanhados na batalha pelos seus jovens amantes, demonstrando a sua impetuosidade e o desejo de lutar até a morte.

Este símbolo também foi escolhido pelo Congresso Internacional de Direitos Gays que aconteceu em Edimburgo, Escócia em 1974. A letra lambda em física, representa a longitude de onda associada com a energia, portanto utiliza-se para simbolizar a energia do Movimento de Direitos Homossexuais. Diz-se também que significa a união na opressão.

Anéis da Liberdade

São seis anéis de alumínio desenhados por David Spada, a cada um com as cores da bandeira LGBT. Simbolizam a independência e tolerância. Utilizam-se geralmente em colares, porta-chaves e afins. Recentemente incluiu-se uma alternativa aos anéis, utilizando triângulos no seu lugar, sendo que o seu significado se mantém.

Este símbolo atualmente utiliza-se para representar o movimento lésbico e feminista, a sua força e independência.

Símbolos de gênero

Existentes desde a Roma antiga, a cruz do símbolo de Vênus representa o feminino e a seta de Marte o masculino. Os pares de símbolos de gênero são usados como símbolos identificativos de homossexuais masculinos e femininos respectivamente. Variações destes símbolos podem-se encontrar tanto para a bissexualidade como para a transexualidade.

Símbolos da bissexualidade

Os triângulos bissexuais foram criados em 1978 por Liz Nania. Representam a bissexualidade e o orgulho bissexual. A origem exata deste símbolo é ambígua. Uma possibilidade é a de que a cor rosa representa a homossexualidade enquanto o azul representa heterossexualidade. Juntos formam a cor roxa, uma mistura de ambas as orientações sexuais. Outra explicação é que a cor rosa representa a atração para as mulheres e o azul a atração para os homens, designando assim a cor roxa, a atração para ambos.

Em 1998, Michael Page desenhou uma bandeira do orgulho bissexual para representar a dita comunidade. Esta bandeira retangular consiste em uma faixa cor rosa/lilás em cima representando a atração do mesmo sexo; uma faixa azul em baixo, representando a atração ao sexo oposto e uma faixa mais estreita no centro, de cor roxa, representando a atração a ambos os sexos.

As luas bissexuais foram criadas para evitar o uso dos triângulos que possuem um passado diretamente associado ao nazismo.

Símbolos transgênero

Os símbolos utilizados para identificar pessoas transexuais frequentemente consistem numa modificação do símbolo biológico dos sexos, pertencendo à autoria a Holly Boswell. Para além da seta apontando para o extremo superior direito que representa ao homem (símbolo astrológico de Marte), adiciona-se a cruz na parte inferior do círculo representando o símbolo feminino (do símbolo astrológico de Vênus), e ainda uma terceira mista. Incorporam assim ambos os aspectos, tantos masculinos como femininos.

Outro símbolo transgênero é a bandeira do orgulho transgênero, desenhada por Monica Helms e apresentada pela primeira vez em sociedade na Marcha do orgulho LGBT em Phoenix – Arizona, no ano 2000. A bandeira representa a comunidade transgênero e consiste de cinco faixas horizontais: duas de cor celeste, duas rosa/lilás e uma branca no centro. A sua autora descreveu o significado da seguinte maneira: “A banda celeste representa a cor tradicional para vestir aos bebês varões e o rosa para as meninas. A branca no centro é para quem se encontra nessa transição, ou aqueles que desejam manterem-se neutros entre um gênero e outro ou ainda aqueles que mantêm ambos os sexos. A maneira como está desenhada permite que independentemente de como esteja posicionada, sempre será correta. Isto nos simboliza a nós mesmos, tratando de encontrar o lado correto nas nossas próprias vidas.

Outros símbolos transgêneros incluem a borboleta (simbolizando a transformação e a metamorfose) e um Ying Yang (símbolo do equilíbrio) cor rosa e celeste.

Mão Púrpura

Em uma noite de Halloween , o 31 de outubro de 1969 , sessenta membros da Frente de Libertação Homossexual (Gay Liberation Front, GLF) e a Sociedade pelos Direitos Individuais (Society for Individual Rights, SIR) marcharam em protesto para o jornal San Francisco Examiner em resposta a uma série de artigos com comentários depreciativos para a comunidade LGBT nos bares e clubes. Algumas pessoas reportaram que um balde com tinta foi levado ao protesto. Os protestantes utilizaram a tinta para escrever “Gay Power” (Poder Homossexual) e outros slogans nas paredes do edifício e estamparam suas mãos na cor púrpura sobre toda a área central de San Francisco, o que resultou uma das demonstrações mais visíveis do movimento gay no momento.

Labrys

O labrys ou machado de dupla folha, foi um símbolo utilizado pela antiga civilização minoica (às vezes associado com o poder matriarcal) e nas lendas da Grécia antiga foi utilizado por Amazonas Escitas. Também se associa com a deusa grega Demetria (Ceres, na mitología romana) e ocasionalmente a deusa grega Artemis (Diana na mitología romana). A religião da civilização minoica centrava-se no poder de uma deusa que se mostrava com o torso nu. Acha-se que foi a protetora das mulheres naquele tempo, e esta deusa se representa com serpentes estendendo desde suas mãos, símbolo da fertilidade e a agricultura, e rodeada por devotas com machados de dupla folha, as quais eram utilizadas para lavrar a terra.

Este símbolo atualmente utiliza-se para representar ao movimento lésbico e feminista por sua força e independência.

Mercúrio

O signo astrológico de Mercúrio tornou-se um símbolo tradicional dos travestis.

Na mitologia grega Hermes (a versão grega de Mercúrio) e Afrodite (a deusa do Amor) tiveram um filho chamado Hermaphroditus. A criança possuía tanto os orgãos masculinos quanto os femininos. Esta é a origem do termo moderno “hermafrodita”.

Além disso, alguns rituais associados à adoração de Afrodite acreditavam-se ter envolvimento com castração, travestismo e homossexualidade.

Este símbolo em si denota o masculino – a lua crescente em cima -, o feminino – a cruz embaixo – com o anel representando o individual e equilibrando os dois.

Num símbolo, o que vale não é o objeto em si, mas o que ele representa. O símbolo esconde e, ao mesmo tempo, revela uma realidade muito maior. Por exemplo, uma pétala de rosa não tem valor comercial, mas pode ter um grande significado para alguém que a recebe da pessoa amada. Qualquer objeto pode ser um símbolo. O mesmo objeto pode evocar lembranças e experiências totalmente diferentes nas pessoas.