Em meio a notícias das eleições gerais ocorridas ontem no Brasil, escrevo sem pretensões enciclopédicas sobre um assunto que eu já deveria ter escrito semana passada: os Mundiais femininos de vôlei e de basquete que estão correndo neste instante.

O Mundial de vôlei terminou ontem a segunda fase e entrará em sua semana final. A seleção feminina conseguiu ganhar os sete jogos que disputou no Mundial até o momento. Isso é especialmente impressionante se formos analisar a difícil sequência de adversários que o Brasil enfrentou nas duas fases, com os fortes times de Sérvia, Bulgária,  Turquia e ainda os maiores rivais, Rússia e Estados Unidos.

Apesar da invencibilidade, nem tudo são flores. Dani Lins, que nunca foi uma levantadora fantástica, mais uma vez não está passando por um grande momento nesse Mundial. Eu me irritei com ela especialmente ao ver o jogo contra a Turquia. O Brasil perdeu os dois primeiros sets e a distribuição da Dani estava péssima. O Brasil conseguiu uma bela virada e ganhou no tiebreak, mas muito mais na força do seu ataque de ponta do que por boa distribuição de sua levantadora.

voleifemininoPor falar em apagões, essa tem sido a grande manchete do Brasil nessas duas primeiras fases do mundial, apesar da invencibilidade. Alem dessa virada enorme contra a Turquia, o Brasil perdeu o primeiro set para a fraca seleção holandesa e estava coma a partida contra a Rússia muito bem encaminhada para o tiebreak no quarto set. O mesmo só não ocorreu porque Gabi veio do banco para sacar e fez isso com tamanha maestria que deu sete pontos seguidos para o Brasil e o set que estava 15-21 (e que estava 11-20 antes) virou para 22-21 devolvendo o Brasil ao set.

Ao final, o Brasil terminou em primeiro em seu grupo na segunda fase e agora espera o sorteio dos grupos da terceira fase que ocorrerá nesta segunda-feira. A fórmula é igual à do Mundial masculino: agora serão dois grupos de três times, passando os dois primeiros para as semifinais.

O Brasil está no Grupo H, enquanto a Itália, dona da casa, está no Grupo G. Estados Unidos, Rússia, Republica Dominicana e China entrarão no sorteio a ser feito nesta segunda0feira para ver quem fica no grupo do Brasil e quem fica no grupo da Itália.

O Brasil jogará na quarta-feira e na sexta-feira, com as semifinais no sábado e a final no domingo.

Rússia e Estados Unidos têm times fortíssimos e dividem com o Brasil o favoritismo. Itália e China também tem times muito bons e nada impedem que sejam campeãs, mais as italianas que as chinesas. A República Dominicana é um tanto inferior.

basquetefemininoJá o Mundial de basquete terminou ontem com mais um título dos Estados Unidos na final contra a Espanha, enquanto o Brasil, como já esperado, não fez grande participação.

Nos dois primeiros jogos, derrotas de lavada contra os fortes times da Republica Checa e da Espanha, já esperadas. Isso nos deixou em situação de vida ou morte para o jogo contra o Japão, o qual ganhamos por fáceis 79-56, aproveitando da péssima qualidade do time japonês. Tal resultado nos classificou para as oitavas de final.

Nas oitavas enfrentamos a França, um time no papel bastante superior ao nosso fraco selecionado. O resultado: uma já esperada derrota por 61 a 48 e a eliminação do mundial.

A seleção feminina não é boa e o basquete feminino como um todo no Brasil vive uma péssima fase da qual ainda não vejo saída. O problema é gigante e passa pela ineficiência da CBB, o desprezo do público (e consequentemente das TVs por assinatura) dos campeonatos de basquete feminino e a inexistência de qualquer trabalho sério e massificado de base. Especialmente o último problema, se já atinge o basquete masculino,  no feminino é muito pior.