Na última sexta-feira, estive de volta à Arena da Baixada, para o jogo da segunda rodada do Grupo E entre Honduras e Equador. Um amigo meu, que esteve comigo na partida, costuma dizer que “na Copa, jogo entre dois times ruins, dá jogo bom, porque há um equilíbrio”. Em minha opinião, são esses jogos alternativos que forjam a Copa do Mundo. E foi o que aconteceu. Diferente de Irã x Nigéria, tivemos um entretenimento bacana em Honduras x Equador.

A partida foi a mais fria desta Copa, com temperaturas na casa de 9°C. Eu e o grupo com quem fui chegamos ao estádio cedo, antes mesmo dos portões se abrirem. Já naquele momento as ruas próximas estavam tomadas de equatorianos, todos muito empolgados e entoando cantos, algo típico das torcidas sul-americanas – excetuando a brasileira…

20140620_172813Nos momentos pré-jogo, ficamos na praça adjacente ao estádio, tirando inúmeras fotos com estrangeiros. A tenda da Budweiser estava tomada de gente, que assistia a Suíça x França. Os equatorianos vibravam a cada gol francês.

No estádio, fiquei no anel superior, no fundo do mesmo gol de Irã x Nigéria – o direito nas imagens da transmissão. Apesar de o estádio proporcionar boa visão de qualquer lugar, basicamente – ainda mais depois dos pontos cegos existentes terem sido retirados – a parte superior é bem íngreme, e o espaço entre os degraus bastante curto. Não sei se diminuíram as escadas, ou se o novo posicionamento das cadeiras encurtou as fileiras, mas qualquer descuido pode te levar a cair da 15ª fileira à terceira.

O jogo foi aberto, com as duas equipes precisando da vitória. Honduras abriu o placar, com Carlo Costly, mas rapidamente veio o empate equatoriano, com Enner Valencia. O mesmo faria o gol da virada, no segundo tempo, em lance idêntico ao gol equatoriano contra a Suíça, na primeira rodada. Honduras quase empatou no fim do jogo, chegando a ter dois gols anulados durante a partida.
20140620_185629

Assim como em Irã x Nigéria, senti falta de voluntários ajudando às pessoas a chegarem aos seus lugares. Houve relatos de banheiros inundados ao fim da partida. Por outro lado, ao fim do primeiro tempo, conseguimos comida e bebida nas lanchonetes do estádio. Algo que não existia mais nessa altura da primeira partida realizada na Baixada.

A acústica do estádio se provou muito interessante. Em Brasília, os cânticos equatorianos se dispersavam, mesmo a torcida deles estando numa reta próxima ao meu lugar. Na Baixada, mesmo sem ter a maioria absoluta do estádio (que era dos brasileiros), parecia que eu estava em Quito, e não em Curitiba, quando os equatorianos se manifestavam. Imagino o caldeirão que será em um jogo com predominância total de uma torcida.

Outra questão a se notar é a presença constante de americanos e ingleses, comparecendo em peso em todos os quatro jogos que fui até agora. Colombianos, em menor número, também são presença frequente. Detalhe: nenhum dos jogos em que estive tinha participação destes três países.

20140620_163951Por fim, destaco a desolação dos taxistas curitibanos. Precisei pegar quatro deles nos últimos dias, e todos os motoristas são unanimes quanto à falta de rendimentos desta Copa para o ramo. Os estrangeiros que vieram, apesar de ser em um bom número – no caso de equatorianos, espanhois e australianos – recorreram a agências de viagem, e alugaram diversos micro-ônibus. Some-se a isso que a frota de táxis foi aumentada para a Copa, e tivemos mais oferta que demanda.

Volto à Arena da Baixada, nesta quinta-feira, dia 26, para o decisivo – quem diria – Argélia x Rússia, pela 3ª rodada do Grupo H, às 17h.

P.S: Quem assistiu ao Fantástico do último domingo, pôde ver uma matéria em que este colunista aparece sugerindo o “Lepo Lepo” como música para a torcida brasileira. Era uma brincadeira, ok?