Hoje em dia é fácil ver pessoas falando o que querem em redes sociais. A facilidade do anonimato dá a todos o poder de se expressar como bem entendem, falando o que der na telha, sem medo de que isso possa provocar algo maior. Mas que algo maior seria?

A liberdade de expressão dá fim à censura. Ou seja, o cidadão pode, sim, expressar como bem entende as suas ideias. Seria menos complicado quando o “expressar ideias” não fosse algo ofensivo, humilhante. Hoje é visto quase que, frequentemente, pessoas sendo ofendidas, sofrendo bullying em redes sociais e até mesmo, em meios de comunicações comuns, como rádio e TV.

facebookofensaJornalistas estão perdendo a sua voz. É fato que se um profissional expõe sua opinião em sua rede e um indivíduo não compartilhar do mesmo raciocínio, o jornalista irá sofrer todo xingamento existente no dicionário – e fora dele. O interessante é que os que mais sofrem em redes como Twitter e Facebook, são os jornalistas esportivos.

O que a grande massa, no caso, os seguidores, não entendem é que todos têm direito a opiniões e muitas das vezes o que um profissional de comunicação coloca em sua página ou em matérias que são veiculadas são fatores reais, notícias que precisam ser pautadas e, em outros casos, matérias vindas após ordens superiores.

Há quem não aguente e sai do mundo virtual. Não tem como culpar. As ofensas são diretas e por mais que possa usar o block como ferramenta de fuga, o burburinho vai aumentando, se espalhando como uma epidemia e em pouco tempo, toda a rede sabe o que está acontecendo, vai sendo compartilhado, favoritado e, não por exagero, se forma um motim.

É preciso entender que todos, sem exceção, têm direito a expor opiniões. Mas é preciso saber também, que hoje em dia existem leis que são aliadas dos que sofrem com pressão psicológica em internet, visto a Lei Carolina Dieckmann. Qualquer pessoa que se sentir invadida, ofendida, insultada, humilhada, pode recorrer a essa lei indo a uma delegacia e prestando queixa, abrindo um Registro de Ocorrência (R.O). É feita uma varredura, na qual se identificam IP, local, hora, data, nome, entre outras coisas, da pessoa que praticou tais atos.

wanessarafinhar7Mas não só nas redes sociais o exagero na expressão está sendo visto. O caso Rafinha Bastos x Wanessa foi um que deu o q falar. Há quem defenda o apresentador, dizendo que a liberdade de expressão está ai para isso, que deveria ser levado em conta o fato de ele ser humorista e estar fazendo uso disso, mas há quem também diga que ele errou na dose e que tal comentário, de fato exagerado, poderia ser evitado. Relembre o caso aqui.

Os usuários de internet estão perdendo tanto a cabeça que, recentemente, um ato monstruoso tomou proporção internacional, após um boato via Facebook, ser o motivo de espancamento seguido de morte de uma dona de casa. Ela foi acusada, injustamente, de sequestrar uma criança. Moradores inconformados, a agrediram e ela chegou a óbito no início da semana. E a pergunta que fica é: onde tudo isso vai parar?

Até quando pessoas vão usar um computador para denegrir a imagem da outra, torturar, invadir privacidade, causar terror? Será que é mesmo necessário que tanta gente sofra, para que outras se sintam realizadas, se achem o máximo? Será que a liberdade de expressão tem, como finalidade, desestruturar uma pessoa, uma família?

Jornalista não merece sofrer ataques gratuitos em sua página pessoal, assim como uma pessoa comum também não merece. Tem de haver respeito, em todos os lados, em todos os meios de comunicação. Dona de casa, faxineiro, artista, jnornalista… Todos merecem respeito. Se não compartilha da mesma opinião que o outro, saia do seu ciclo de amizade. O que não pode é pessoas continuarem sofrendo retaliações, famílias perdendo entes queridos por conta de boatos virtuais, pessoas querendo tirar a própria vida por conta de bullying.

Eu sou Raphaele, jornalista e já sofri ataques em redes sociais por expor minhas opiniões e recentemente fui atacada de forma ofensiva, por uma leitora que não aceitou uma determinada pauta minha. Por um momento me deu raiva seguido de ataque de choro, revolta, mas é algo corriqueiro na minha profissão. E em nome de todos os jornalistas que sofrem o mesmo, peço: respeito!

Fotos: R7 e reprodução de internet