Nesta quarta feira a coluna do especialista Nicholas Bittencourt aborda uma questão interessante: por que sempre vamos ao mesmo bar?

Eu, pessoalmente, tenho uma história curiosa: como moro na Ilha e nestes tempos de Lei Seca o táxi para os principais bares cervejeiros cariocas – todos na Zona Sul – sai muito caro, acabo bebendo quase o tempo todo em casa. Acaba saindo mais barato. No máximo passo às sextas feiras no citado Cerveja Social Clube, que é ao lado do meu trabalho.

Por que vamos sempre ao mesmo bar?

Todo mundo faz resoluções de Ano Novo. São pequenas mentiras para nós mesmos, que acreditamos cumprir no ano seguinte, mas dia 3 de janeiro já caíram por terra. Isso, claro, porque o dia 2 foi usado para a matrícula na academia.

Meu ano começou com uma resolução até interessante, de provar o maior número de cervejas diferentes em 2013. Até o momento, estou conseguindo manter a promessa, pois minha conta no Untappd, rede social de consumo de cerveja, já está beirando os 430 rótulos diferentes [1].

Só que essa promessa encontra uma dificuldade: os bares que frequento. Como vou sempre aos mesmos lugares, seja com a turma da firma, seja com a patroa, as cervejas não mudam muito. Quase sempre o pedido é feito com base no que é bem vendido, então poucos são os lugares que continuam renovando o cardápio e fazendo experiências.

Ainda assim eu continuo frequentando os mesmos lugares.

Existe uma explicação lógica e totalmente razoável para isso. Vou aos bares não só pela cerveja, mas pelo ambiente e pelos amigos. Quando saio de casa para fazer uma visita ao Botto Bar ou o Cerveja Social Clube, ambos no ‘Tijuquistão’, tenho uma ideia do que encontrar por lá: um ambiente legal, conversa divertida e a facilidade de voltar a pé pra casa.

O mesmo acontece visitante o Boteco Colarinho, esse em Botafogo. Não preciso saber de antemão quais cervejas estão nas sete torneiras do bar, basta convencer a patroa que ela precisa comer uma empada e já estamos a caminho de lá.

Só que existem muitos outros bares de cervejas especiais no Rio de Janeiro. Cada um com um público diferente e, consequentemente, cervejas diferentes. Enquanto escrevo esse artigo, outro já está inaugurando próximo a minha casa. Sem contar os outros, alguns um pouco mais distantes, como Centro, Leblon e até a distante Barra da Tijuca.

Esses bares podem ainda vir a ser conhecidos, mas ultimamente o coração fala mais alto que o fígado e acabo voltando onde mais me sinto a vontade. Afinal de contas, não é por isso que frequentamos sempre o mesmo bar?

P.S¹: Para beber uma cerveja diferente das que normalmente encontro? Tenho preferido comprá-las online ou usar os serviços dos clubes de cerveja [2]. O preço e a praticidade de receber em casa têm pesado mais na escolha.

P.S²: Lembrando da coluna que falei sobre copos, recentemente foi lançado um copo projetado especialmente para os amantes do estilo IPA, mais amargo e aromático. Uma parceria entre as americanas Dogfish Head e Sierra Nevada, o copo está a venda na Amazon e funciona muito bem!

[N.do.E.:1]: tenho pouco menos de 200 cervejas diferentes no Untappd, com umas 500. De dezembro para cá.

[N.do.E.2]: sobre clubes de cerveja, recomendo o Have a Nice Beer. Ótimas cervejas, bom preço e serviço adequado.