A partir de hoje, temos mais uma novidade em nosso Ouro de Tolo. Na verdade, um regresso.
O chef de cozinha e consultor gastronômico Emerson Mantovani, que assinou alguns artigos sobre harmonização de cervejas nos primórdios do blog, agora está de volta para uma coluna sobre gastronomia: a “Um Fio de Azeite”.
Será publicada sempre às sextas feiras, de forma quinzenal.
A coluna de (re) estréia trata de algo que simplesmente adoro: a chamada “gastronomia de botequim”, como esta suculenta rabada da foto. Seja bem vindo!
“Ouro de Tolo, aqui me tens de regresso
Mais uma vez sou chamado a escrever sobre gastronomia aqui no Ouro de Tolo. Desta vez assumi o compromisso de escrever quinzenalmente e vou cumprir a promessa. 
Sinto-me um pouco como o boêmio, pedindo licença para retornar a boa casa, pois sem pedir licença abandonei os companheiros e agora quero voltar. Por isso uso a letra da música para pedir permissão a vocês leitores do Ouro de Tolo que me aceitem novamente: 
“Boemia, a que me tens de regresso e suplicante lhe peço, a minha nova inscrição…”
Escrever sobre gastronomia para mim é um grande desafio. Sou chefe de cozinha, consultor e professor universitário em Brasília, trabalhando com dados técnicos todos os dias. 
Entretanto, aqui pretendo escrever e mostrar para vocês que a gastronomia é uma ótima terapia e uma grande necessidade, pois todos nós precisamos conhecer. Blogs de gastronomia estão ai por todos os lados, todos os tipos e maneiras. Colocar uma nova coluna deste tema tem que trazer conteúdo novo, novos olhares e novas percepções. 
Precisamos descomplicar a gastronomia, trazer a simplicidade. Como chefe de cozinha, estou cansado de muitas coisas que complicam a gastronomia. Tenho uma frase que sempre digo aos meus alunos: “Menos sempre é mais”; ou seja, menos firulas: as pessoas querem honestidade naquilo que ela come. 
Por isso inicio a minha nova temporada no Ouro de Tolo com o tema “Baixa Gastronomia”. 
A Alta Gastronomia sempre é explorada, mas a Baixa Gastronomia também. Podemos dizer que a baixa gastronomia é aquela comida que vem do povo, comida de boteco, a comida simples do dia-a-dia, a comida feita com ingredientes baratos da região – que ditam como é a vida de um povo. Mas sempre feita de forma simples, com amor carinho, a custo baixo e por pessoas simples, que não são consagradas pela mídia. 
Em todas as cidades temos este tipo de restaurante. Aqui em Brasília, por exemplo, temos uma feira na cidade satélite da Ceilândia que possui as melhores bancas de comida típica nordestina. Muitos ministros, juízes e pessoas do alto escalão vão a este local para comer da boa comida de sua terra natal. 
Como não lembrar o sanduíche típico das ruas paulistanas, o sanduiche de mortadela com queijo… como não falar do bolinho de bacalhau espalhado pela cidade do Rio? Alias, para os leitores do Rio, sempre tive esta dúvida, onde se come o melhor bolinho de bacalhau da cidade? [N.do.E.: na minha opinião, é o do “Rei do Bacalhau” do Encantado, o original.]
Nas próximas semanas estarei fazendo abordagens sobre a comida brasileira de boteco, contando um pouco de sua história, de onde surgiram os pratos e, além disso, passando umas receitas para vocês. 
Abraços e até a próxima.”