De certa forma posso dizer que o jornalista é meu “primo”, pois tempos atrás ele conviveu fortemente com a família da minha esposa. Rodrigo Mattar é o entrevistado de hoje da coluna “Jogo Misto”.
1 – Como você avaliaria o automobilismo brasileiro no momento atual ?
RM – O automobilismo brasileiro vive um momento muito complicado. Diria até que é o ponto mais crítico em toda a sua história. Os dirigentes não se entendem, os regulamentos são confusos, não há uma base capaz de formar bons pilotos e para piorar, nossos autódromos, tirando Curitiba e Interlagos, estão péssimos. O que fizeram com Jacarepaguá é um crime. Goiânia não ter corridas é inaceitável. Brasília e Tarumã não sofreram nenhuma reforma desde que foram inaugurados. É preciso um choque, uma revolução, no automobilismo nacional.
2 – O torcedor de automobilismo é diferente daquele que ama o futebol ? Como atender à demanda cada vez maior por informações em tempo real ?
O blog é um espaço democrático sobre automobilismo, velocidade em geral, música e cultura em geral, que muito me dá satisfação em atualizar. Já tem dois anos e espero que venham outros mais.
3 – O que representou a você ter sido ex-aluno do Colégio Pedro II ? Como foi sua história lá ?
RM – O Colégio Pedro II foi minha segunda casa por três anos. Vivi uma história curta, porém maravilhosa, cheia de momentos especiais e emocionantes. Os colegas que saíram comigo se tornaram tão queridos que a cada reencontro, é uma nova alegria. Já se vão 20 anos desde a formatura. Que venham outros 20, 30, 40…
4 – Qual sua expectativa sobre o desfile de sua Imperatriz Leopoldinense ? O que pensa de necessário para a escola voltar a disputar títulos ?
Quanto ao samba de 2011, fizeram milagre diante de um enredo de temática incompreensível. O samba não tem o mesmo brilhantismo do “Brasil de Todos os Deuses”, que arrepia até hoje, e o “João e Marias”, que é muito bom também. Mas os compositores fizeram um belo trabalho. Minhas esperanças estão depositadas em que o samba funcione na avenida e a bateria do Mestre Marcone, hoje a melhor do carnaval carioca, arrebate de novo as notas máximas dos jurados.
5 – Como você avalia a literatura especializada em automobilismo disponível ?
RM – A literatura estrangeira é ótima. A brasileira, o produto 100% nacional, ainda deixa a desejar.
Porém, indicaria “Ayrton, o herói revelado”, de Ernesto Rodrigues, como sugestão de leitura sobre o tema.
6 – Um livro inesquecível. Por quê ?
RM – Adoro ler “O Anjo Pornográfico”, a biografia de Nelson Rodrigues. Ruy Castro fez um outro livro brilhante, “Chega de Saudade”, sobre a história da Bossa Nova. Mas sensacional mesmo é “Vale Tudo”, a divertidíssima biografia de Tim Maia escrita por Nelson Motta.
7 – Uma canção inesquecível. Por quê ?
RM – Tenho grande predlieção pelos Beatles e por John Lennon e gosto muito de “Jealous Guy”. Mas uma música que marcou pra sempre é “Todo menino é um rei”, cantada pelo inesquecível Roberto Ribeiro. Um samba maravilhoso, emocionante, tocante, que meu pai punha na vitrola quando eu era criança e dizia que era pra mim. Quando num aniversário meu, acho que o último que comemorei em 2009, o DJ tocou essa música, chorei muito de saudade e alegria.
8 – Livro ou filme ? Por quê?
RM – Só pra provar minha vocação de chorão: o filme da minha vida é “A fantástica fábrica de Chocolate”. Impossível não se emocionar com a história do menino pobre que ganha a fábrica de presente do excêntrico Willy Wonka.
9 – Finalizando, com os agradecimentos do Ouro de Tolo, algumas poucas palavras sobre o blog ou seu autor/editor
RM – Eu é que agradeço pela oportunidade. Acho que o “Ouro de Tolo” se parece muito com o “A Mil Por Hora” porque não se resume a variações de um mesmo tema. Fala de tudo, sobre tudo, com conteúdo, informação e principalmente opinião. Em tempos onde as pessoas normalmente ignoram o ponto de vista alheio, ter uma visão ampla e sobretudo firme dos fatos e acontecimentos é fundamental.