Nossa escola de hoje é a Imperatriz Leopoldinense, que atualmente granjeia uma fama não muito simpática entre a população por causa de alguns campeonatos muito contestados entre a década de 90 e o início desta. Infelizmente mistura-se a instituição com as pessoas.
Entretanto, os meus 35 leitores devem desconhecer o fato de que a grande escola da Leopoldina já possuiu sambas afro em sua história.
É exatamente deste que falarei hoje: “Oxumaré, a Lenda do Arco Íris”, 1979.
A verde e branca da Leopoldina voltava ao Grupo 1 (hoje, Especial) após o vice-campeonato do Grupo 2 no ano anterior. O presidente Luiz Pacheco Drummond optou por, mesmo asism, demitir o carnavalesco Max Lopes e trazer o carnavalesco Mário Barcellos.
O enredo proposto pelo carnavalesco destinava-se a contar a história dos arco-íris através da tradição afro-brasileira. Um tema de baixo custo e que se adequava às condições financeiras da época.
A Imperatriz foi a primeira escola a desfilar na noite de domingo de carnaval, 25 de fevereiro de 1979. A escola fez um desfile fluente, embalada pelo belo samba de Gibi, Darcy do Nascimento e Dominguinhos do Estácio, melodioso mas de fácil assimilação.
Na apuração dos votos, a escola obteve o sétimo e penúltimo lugar, com 140 pontos. Entretanto a escola não sofreu a penalização do rebaixamento, que não houve nesta oportunidade.
Com isso, o patrono da escola resolveu investir para a escola de Ramos se tornar finalmente uma das grandes do carnaval carioca, a começar pela contratação do carnavalesco campeão em 1979, Arlindo Rodrigues. Mas esta é outra história…
Vamos à letra do belo samba, que pode ser ouvido, em sua versão de estúdio, aqui. Abaixo, um vídeo do desfile.
“O arco-íris
Colorindo a passarela
Para Oxumaré passar
Os orixás estão em festa
Oi deixa a gira girar
Bata palma mãe pequena
Batam palmas Iaôs (bis)
Firma ponto meu Ogan
No rufar do seu tambor
Olha lá o arco-íris
Fazendo a natureza chorar
Menino vira menina
Quando por baixo passar
Diz a crendice popular
O rei ficou ciente
De tudo que aconteceu
Porque foi que os rios secaram
E o céu escureceu
E os negros africanos
Com a sua tradição
Quando vêem o arco-íris
Fazem esta louvação
Arrobóboia, Oxumarê
Arrobóboia, Oxumarê, Oxumarê (bis)”
Semana que vem, minha Portela querida, mestre Davi Correa: 1982, “Meu Brasil Brasileiro”.
(Foto: Galeria do Samba)
Campeonatos questionáveis da Imperatriz? Então vamos ficar aqui discutindo os campeonatos questionáveis da Beija-Flor e até mesmo da Portela, de Natal, nas décadas de 40 e 50, né?
Tá o único título absurdo da imperatriz na década de 90 foi 99 ..nos outros anos a escola veio superbem e fez desfile pra brigar pelo campeonato mesmo… Muito legal o seu blog , entrei aqui por causa dos comentarios no site do marco aureli melo .
ABS