A 18ª coluna da série Sambódromo em Trinta Atos, do jornalista esportivo Fred Sabino, é sobre o desfile de 2001, que teve o tricampeonato da Imperatriz Leopoldinense mesmo depois de a Beija-Flor ter feito uma apresentação bem superior a todas as demais escolas.

2001: Beija-Flor sobra, mas “perfeita” Imperatriz leva de novo

O Carnaval de 2001 foi um dos poucos sem nenhuma grande novidade no regulamento. Continuavam os trinta julgadores em dez quesitos sem descarte de pontuação. Depois do, digamos, monotemático desfile do ano anterior, as escolas de samba escolheram enredos bem distintos.

A bicampeã Imperatriz Leopoldinense resolveu mudar para tentar o tri. Acusada de fazer desfiles frios, a escola de Ramos optou por uma temática mais leve, e contaria a história da cachaça com uma homenagem num quadro a um dos baluartes da Mangueira, Carlos Cachaça. Mas o nome do enredo de novo era daqueles bem complicados: “Cana-caiana, Cana Roxa, Cana Fita, Cana Preta, Amarela, Pernambuco… Quero vê descê o suco na pancada do ganzá”.

Mordida por dois vice-campeonatos consecutivos, a Beija-Flor escolheu um enredo de temática negra, sobre Agotime, uma rainha africana que virou escrava no Brasil – com um samba brilhante. Já a Unidos do Viradouro, sem Joãozinho Trinta, falaria sobre os pecados capitais. O consagrado carnavalesco foi para a Grande Rio e escolheu como tema a história do profeta Gentileza. Outras que tentariam passar mensagens de paz nos seus enredos eram Mocidade e Portela.

Depois da ótima quinta posição em 2000, a Unidos da Tijuca homenagearia Nelson Rodrigues. Já o Salgueiro teria um enredo sobre o Pantanal, e a Mangueira, depois de cogitar uma homenagem a Jamelão (duramente rechaçada por este, diga-se), escolheu o povo fenício como enredo na volta de Max Lopes à escola.

Mas a grande homenagem do ano prometia ser da Tradição, que escolheu como personagem do enredo o apresentador Silvio Santos – o samba, embora criticado, foi muito executado na fase pré-carnavalesca. A Caprichosos de Pilares optou por levar o estado de Goiás para a avenida, enquanto a União da Ilha falaria sobre a energia.

Fechavam o grupo das 14 escolas do Carnaval de 2001 as duas agremiações oriundas do Acesso: o Império Serrano, com enredo sobre os estivadores e o porto do Rio, e um dos melhores sambas do ano, e o estreante Paraíso do Tuiuti.

OS DESFILES

tuiuti2001-18A Azul e Amarelo entrou na avenida com o enredo “Um Mouro no Quilombo: Isto a história registra”, que passava uma mensagem de luta por justiça e igualdade por intermédio de uma história meio ficção, meio realidade, baseada no livro “A incrível e fascinante história do Capitão Mouro”.

Segundo a sinopse, um mouro que vivia em Granada, na Espanha, saiu de sua terra para, como manda a religião islâmica, fazer peregrinação a Meca, mas, depois de ser salvo de um naufrágio por um judeu, parou no Brasil. Aqui, ambos foram perseguidos pela Inquisição e pararam no Quilombo de Palmares, onde ajudaram os negros que lá se refugiavam na resistência contra a escravidão e por igualdade.

O samba-enredo bem defendido pelo intérprete Ciganerey era um dos melhores do ano e o conjunto visual proposto pelo carnavalesco Paulo Menezes foi adequado ao tema, mesmo sem os recursos das grandes escolas – o destaque foi o carro “Quilombo”, com uma grande montanha e uma figura de Zumbi dos Palmares. Porém, a escola passou tímida, talvez pelo fato de ser estreante no Grupo Especial, e houve problemas como a troca de ordem de carros e roupas incompletas na comissão de frente – o Migão escreveu sobre esse desfile no blog. De qualquer forma, foi uma apresentação simpática, que ainda chamou a atenção pela exuberância de Viviane Araújo na pista (foto).

tradicao2001bCercada de grandes expectativas, a Tradição pisou com força na avenida para homenagear Silvio Santos com o enredo “Hoje é Domingo, é alegria. Vamos sorrir e cantar!”. O apresentador/empresário desfilou no majestoso e brilhante abre-alas que tinha uma grande inscrição em neón azul “O Dono do Baú”, além do condor (desta vez prateado, numa bela solução). Silvio Santos esbanjou simpatia e recebeu aplausos entusiasmados do público.

Outras estrelas do SBT desfilaram, como Gugu Liberato, Hebe Camargo, Ratinho, Babi e Carla Perez. Até Lombardi, o famoso e misterioso locutor das chamadas do Programa Silvio Santos, desfilou! O samba, apesar de marcheado, já era bem popular na fase pré-carnavalesca (veja mais na seção Curiosidades) e foi bem recebido pelo público na Sapucaí.

Consta que houve alguma ajuda financeira por parte do empresário, mas fato é que a Tradição desfilou um tanto melhor do que nos anos anteriores nos quesitos plásticos, que passaram bem a mensagem, contando as origens gregas de Silvio Santos, passando pela fase dele como camelô e a consagração como apresentador e empresário.

Mas, inexplicavelmente, a Tradição acabou tendo uma evolução muito apressada pela pista e isso acabou diminuindo aos poucos a empolgação dos componentes, que iniciaram o desfile bastante animados. Mas, se não foi um desfile arrebatador, pode-se dizer que foi uma apresentação muito agradável da escola de Campinho.

A Unidos da Tijuca entrou na Sapucaí com a missão de ao menos desfilar num nível igual ao de 2000 com o enredo “Tijuca, com Nelson Rodrigues, pelo buraco da fechadura”, uma homenagem ao jornalista e dramaturgo. Se o desfile teve bons momentos e não foi um desastre, por outro lado acabou aquém das expectativas.

tijuca2001O carnavalesco Chico Spinoza desenvolveu algumas alegorias interessantes como a que representava “A Dama do Lotação”, com uma enorme escultura representando a, digamos, fogosa personagem (com os seios de fora, diga-se de passagem) e o famoso ônibus (foto).

Já a alegoria sobre o futebol, que teve bandeiras dos clubes do Rio e ex-jogadores, não me agradou tanto na concepção e parte da iluminação (que representava refletores de um estádio) falhou. Penso ainda que o Fluminense, grande paixão da vida do cronista, poderia aparecer com mais destaque no desfile.

Mas o que atrapalhou mesmo a Tijuca foram três alegorias que apresentaram problemas para serem manobradas na pista, o que causou descompassos na evolução. O último carro, por exemplo, só entrou na avenida a dez minutos do estouro da cronometragem – sabe-se lá como, a escola passou dentro dos 80 minutos regulamentares. Além desses problemas, o samba-enredo, que teve na condução o estreante Wantuir, não teve o rendimento que se esperava. Foi outro desfile simpático, mas de meio de tabela.

salgueiro2001bO Salgueiro chegou à passarela sob críticas durante a fase pré-carnavalesca por causa do samba-enredo, cujo refrão principal “Voa… Voa tuiuiú… Beleza!/Deixa em paz a arara azul e a natureza” causava calafrios nos bambas mais antigos. O responsável por acalmar os críticos no desfile foi o intérprete Nêgo, estreante como voz principal da escola com segura condução do samba, que no fim das contas teve boa aceitação do público e proporcionou boa harmonia.

Com apoio do governo do Mato Grosso do Sul, o carnavalesco Mauro Quintaes desenvolveu o enredo “Salgueiro no mar de Xarayés, é Pantanal, é carnaval”, sobre as riquezas daquela região. Mas engana-se quem pensa que o verde predominou na divisão cromática da escola. Quintaes conseguiu valorizar nas bem acabadas fantasias o vermelho e branco da escola (principalmente unido ao amarelo) sem comprometer o conjunto – apenas no trecho final, outras cores como azul e verde apareceram mais.

salgueiro2001A comissão de frente foi representada pelos “guerreiros guaikurus” (primeiros habitantes do Pantanal) e precedeu o imponente e belo abre-alas, que tinha boa iluminação e um grande tuiuiú, pássaro típico da região, em cima de um ninho com filhotes, além de esculturas de índios. O belo conjunto alegórico teve como destaque o segundo carro, que representava a relação dos guaikurus com os incas e foi o mais bonito do desfile, pois, além de belas esculturas, havia lindas mulheres tomando banho (foto) – foram gastos 30 mil litros de água.

O Salgueiro manteve a tradição de desfilar muito inchado – a exemplo de 2000, com 5500 componentes – e teve uma evolução um tanto descompassada em alguns momentos, mas até que encerrou sua apresentação sem risco de estourar os 80 minutos regulamentares. Com a bateria comandada pelo saudoso Mestre Louro dando show, a Vermelho e Branco da Tijuca se credenciou a brigar pelas primeiras colocações, sem, no entanto, passar a impressão de que havia grandes possibilidades de título.

A Mocidade Independente de Padre Miguel fez mais uma bonita apresentação sob a batuta do carnavalesco Renato Lage com o enredo “Paz e Harmonia – Mocidade é Alegria”, que passava uma mensagem positiva e clamava pela união da população no ano internacional por uma cultura de paz anunciado pela ONU – ironicamente ninguém imaginava o que aconteceria no 11 de setembro daquele ano… Mas alguns problemas minaram as possibilidades de a agremiação brigar pelas primeiras colocações.

Para começar, a comissão de frente, que representava o bem e o mal, se exibiu com os figurinos incompletos: os componentes desfilariam de patins e acabaram passando descalços pela pista por ordem da direção da escola, que temeu perda de pontos porque, pelo entendimento do regulamento, cada par de patins poderia ser interpretada como uma alegoria devido às rodas. Outro problema que seria revelado na apuração foi o merchandising. E as fantasias, se por um lado estavam belíssimas, tiveram problemas de queda de pedaços em algumas alas.

Renato Lage optou por colocar depois da comissão de frente duas alas de cavaleiros do apocalipse (injustiça e guerra), que precediam primeiro elemento alegórico, um enorme tripé representando um monstro, cercado por outros tripés reproduzindo tochas. Segundo o enredo, a paz universal surgiu apenas depois do apocalipse, este retratado no enorme e sombrio primeiro carro chamado “Juízo Final”, que soltava fumaça e tinha boa iluminação, além de uma escultura de Deus baseada na escultura da capela sistina.

Os quadros relativos à paz começaram com a interessante alegoria chamada “Casa Limpa, Alma Limpa”, na qual era reproduzido um lava rápido de automóveis com um telão no meio mostrando imagens da natureza e pessoas felizes se confraternizando. Outro elemento singelo mas belíssimo foi o tripé “Regra de Ouro” com fotos de gestos de caridade e os dizeres em neón “Fazei aos outros aquilo aquilo que quereis que vos façam”, numa citação à bíblia. Todas as demais alegorias mantiveram o nível destas, com criatividade e beleza.

Nos quesitos de pista, a bateria foi o grande destaque, com uma cadência agradabilíssima e todos os ritmistas fantasiados de Gandhi, com as cabeças raspadas, é claro – até o jogador de vôlei Tande tocou tamborim. O samba foi defendido com garra por David do Pandeiro mesmo rouco e, apesar de não ter sido dos mais cotados da safra, teve bom rendimento. Por outro lado, a escola pecou em evolução, com buracos durante a apresentação do casal de mestre-sala e porta-bandeira no primeiro módulo e na entrada da bateria no recuo.

portela2001Depois de sofrer em 2000 com um desfile que não honrou suas tradições, a Portela frustrou seus torcedores de novo ao não escolher Paulo da Portela como enredo no ano de seu centenário. A escola optou pelo enredo “Querer é poder”, sobre os vários tipos de poder, como o poder da própria Portela, o poder da natureza, da fé, da mente, das superpotências bélicas e os podres.

Na volta do carnavalesco Alexandre Louzada à escola, alegorias e figurinos estiveram de acordo com o enredo, embora sem a mesma criatividade apresentada por Mocidade e Salgueiro. Não curti muito a águia, desta vez estática como um boneco – era a própria frente do carro e tinha sido anunciada como a “águia do século” – e sem asas abertas (foto).

Por outro lado, foi boa a ideia de começar o desfile com uma comissão de frente representando os “guerreiros da águia” (estes maravilhosamente vestidos) e a velha guarda na alegoria que abriu o desfile simbolizando a força da Portela. Mas a “homenagem” a Paulo da Portela foi muito tímida, com um retrato meio escondido na parte traseira do abre-alas.

A bateria esteve perfeita, mas a maior campeã do Carnaval falhou em três dos quesitos nos quais sempre foi fortíssima: samba-enredo, harmonia e evolução. A escola encerrou sua irregular apresentação a apenas dez segundos do estouro dos 80 minutos regulamentares – Noca da Portela confessou depois que teve de correr no fim do desfile. Isso ocorreu devido à coreografia extremamente lenta da comissão de frente, que permaneceu longos 55 minutos na pista.

beija-flor2001

Última escola do primeiro dia de desfiles, a Beija-Flor pisou na passarela pouco antes do amanhecer e fez uma apresentação brilhante, que a credenciou de cara como candidata fortíssima ao título. O enredo “A saga de Agotime, Maria Mineira Naê” contava a história da rainha africana Agotime, que foi vendida como escrava pelo próprio filho Adondozan sob a alegação de que ela seria uma feiticeira – na verdade, Agotime cultuava os reis mortos e os Voduns da Família Real de Daomé (onde hoje fica o Benin).

Diziam os voduns que Agotime tinha uma missão de atravessar o oceano e fazer renascer em outro lugar o culto a Xelegbatá, a peste. Agotime então chegou ao Brasil, na Bahia, e se encontrou com os Nagôs e orixás, que contaram a ela que sua gente se encontrava no Maranhão. Lá, sob orientação de seu vodum, formou a Casa das Minas, já que seus pares não tinham onde celebrar seus cultos. Feitas as explicações, entremos então no melhor desfile do ano de 2001.

beija-flor2001cMesmo com a escola preparada para desfilar à noite, ou seja, com divisão cromática pendendo para tonalidades mais escuras, o conjunto visual da escola foi impecável e perfeitamente adequado ao enredo. Logo após a comissão de frente (só com mulheres) que tinha as sacerdotizas de Agotime e remetia ao ritual da Pantera Negra (segundo os voduns, o animal que se transformava em rainha), uma impressionante ala com as senhoras nilopolitanas representando pretas-velhas (de muletas, curvadas e jogando búzios) causou grande impacto (foto acima).

O primeiro carro era imenso, dividido em três partes acopladas, e simbolizava o Palácio de Daomé. O carro “A Feitiçaria” também era impressionante, com uma enorme cabeça de boi, coloração forte e componentes realizando coreografias. Aliás, um dos méritos da Beija-Flor foi lançar mão de diversas alas coreografadas sem tornar a escola repetitiva ou mesmo atrapalhar a evolução, o que é muito difícil – muitas escolas já se embananaram nisso.

O imponente carro “O Cortejo” representava a vinda de Agotime para o Brasil e negros faziam coreografias que simulavam o sofrimento da viagem. Já o carro “Bahia – encontro com os Nagôs” era mais claro e brilhou sob a luz do dia. Falando em brilho, as fantasias também estavam impecáveis e fidelíssimas à proposta do enredo.

beija-flor2001bA última alegoria (“Casa das Minas”) manteve o nível estético, mas passou em alta velocidade pela pista, já que o único senão da Beija-Flor foi a evolução na parte final do desfile – com mais de uma hora no cronômetro a escola ainda ocupava toda a passarela.

O samba-enredo – a meu ver o melhor do ano – rendeu maravilhosamente como já se esperava e a bateria utilizou instrumentos africanos, o que deu mais molho ao ritmo. Apesar da correria no fim, a harmonia da Beija-Flor esteve impecável, com os componentes cantando do começo ao fim.

O público, mesmo cansado, teimou em ficar para assistir à passagem da escola e consagrou a Azul e Branco com os gritos de “campeã” na Apoteose. E olha que havia pela frente todo um desfile de segunda.

imperio2001De volta à elite do Carnaval carioca, o Império Serrano abriu a segunda etapa dos desfiles com valentia, mas diversos problemas complicaram a escola antes mesmo da sua apresentação – Ernesto Nascimento e Actir Nascimento se juntaram a Silvio Cunha no meio da preparação.

O enredo “O rio corre pro mar” contou a história dos portos e dos estivadores, que fundaram o primeiro sindicato do Brasil, mas a falta de recursos ficou clara. Aliás, a grande aposta da escola, o carro que tinha um enorme contêiner e foi planejado para abrir na pista e mostrar uma surpresa, não funcionou e ainda teve outros problemas – aliás, o iluminador que faria os efeitos especiais dos carros imperianos não conseguiu entregar o que havia prometido.

Os conjuntos alegórico e de fantasias, embora contassem o enredo, eram inferiores aos de outras escolas, e até balões foram usados (foto acima) para tentar algum efeito diferente. Para completar, a evolução imperiana foi um desastre, com diversos buracos e alas se embolando umas com as outras.

Por outro lado, o Império Serrano mostrou a velha categoria em dois quesitos: samba-enredo e bateria. O samba, defendido com uma garra comovente por Carlinhos da Paz, era um dos melhores da safra (ganhou o Estandarte de Ouro) e foi bem cantado pelos componentes até a parte final, quando a escola correu para não estourar o tempo. Foi um desfile de muito samba no pé, mas havia risco de novo rebaixamento.

A Caprichosos de Pilares foi a segunda a desfilar e contou a história do estado de Goiás. Também não foi uma das apresentações mais requintadas nos quesitos plásticos, provavelmente pela falta de recursos da escola, mas até que a proposta do enredo foi apresentada com coerência.

Usando um chapéu de caubói, o grande Jackson Martins interpretou o samba com extrema competência como de costume e o público recebeu bem a escola. Mas houve irregularidades claras no quesito harmonia, com algumas alas cantando a plenos pulmões e outras de forma muito tímida.

A evolução da escola também não foi das melhores, principalmente no momento da apresentação do primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, quando houve um grande claro. Com esses problemas, o fantasma do rebaixamento também não poderia ser descartado para a Azul e Branco de Pilares.

viradouro2001Uma das escolas mais fortes nos anos anteriores, a Unidos do Viradouro chegou ao Carnaval com problemas. Substituindo Joãozinho Trinta, o carnavalesco Roberto Szaniecki foi demitido antes do desfile após divergências com a diretoria durante a preparação do enredo “Os Sete Pecados Capitais”.

Fato é que  a Viradouro fez um desfile quente por causa do bom samba-enredo e da excepcional bateria de Mestre Ciça, que empolgou o público com ousadas paradinhas, convenções e coreografias – a modelo Luma de Oliveira voltou a brilhar e ajoelhou na frente dos ritmistas quando estes também se ajoelhavam. Mas nos quesitos plásticos, as alegorias, embora de boa concepção, tiveram problemas de acabamento. Já as fantasias estavam superiores.

Outro contratempo ocorreu quando a direção da escola constatou um erro de cálculo numa alegoria e impediu a modelo Analice Nicolau de subir. Indignada, Analice tentou desfilar no chão e também foi barrada por não ser da comunidade. Segundo relatos de veículos de mídia próximos, ela arrancou o tapa-sexo e recebeu aplausos dos homens que estavam perto, antes de integrantes da escola correrem com um pano para tapar os “países baixos” da modelo.

De qualquer forma, o enredo foi bem dividido em oito quadros: os dos sete pecados (cobiça, soberba, luxúria, ira, inveja, preguiça e gula) e um chamado redenção, no qual o Carnaval serviria para os pecados serem convertidos em aspectos positivos – no caso, a cobiça seria a da Viradouro pelo título. Que ficou bem longe, diga-se de passagem…

imperatriz2001Em busca do tricampeonato, a Imperatriz Leopoldinense contou a história da cana-de-açúcar e da cachaça com mais uma boa apresentação, sempre calçada no detalhismo e bom gosto da carnavalesca Rosa Magalhães nos quesitos plásticos. Mas, se no ano anterior, a Rainha de Ramos teve uma exibição impecável, em 2001 aconteceram algumas falhas que poderiam comprometer as chances de título.

O grande senão da Imperatriz foi no quesito evolução, com alguns buracos e descompassos, sobretudo nos últimos vinte minutos, quando as alegorias ora ficavam paradas, ora eram empurradas muito rapidamente. Houve ainda uma discrepância de harmonia entre os componentes das alegorias (que cantavam com mais força o samba) e da pista (que não tinham o mesmo entusiasmo).

imperatriz2001bO samba era mais leve do que os dos anos anteriores e teve aceitação melhor por parte do público, principalmente na parte final do desfile, quando passou a última (e belíssima) alegoria em homenagem a Carlos Cachaça (representado por Elymar Santos) e à Mangueira (foto). Aliás, quase um terço da escola estava em verde e rosa como um tributo ao baluarte mangueirense, o que, a meu ver desequilibrou um pouco a proposta do enredo – na sinopse, só as últimas linhas falavam disso.

Mas não há como negar que a escola estava muito bonita. O destaque foi a monumental e lindíssima alegoria sobre o ciclo do ouro, no qual os escravos recebiam doses de cachaça para se esquentarem devido ao frio. Gostei muito também do carro “O Plantio da Cana”, de acabamento muito bom.

Com a bateria imprimindo ótimo andamento ao samba e Luiza Brunet brilhando, a escola terminou sua agradável apresentação bem recebida pelo público. Mas derrotar a Beija-Flor seria muito difícil, já que a escola de Nilópolis teve menos falhas, um samba melhor, um desfile mais quente e uma apresentação superior no conjunto.

mangueira2001Outra que realizou um bom desfile foi a Estação Primeira de Mangueira, com o belo enredo sobre a importância dos fenícios no Brasil. Na volta do carnavalesco Max Lopes à escola depois de 17 anos, a Verde e Rosa se apresentou com um requinte e cuidado com os quesitos estéticos que havia muito tempo não se via. Para se ter uma ideia, todos os diretores de alas e integrantes de apoio desfilaram fantasiados para não quebrar o conjunto visual da escola.

Meses depois da morte de Dona Neuma, a comissão de frente coreografada por Carlinhos de Jesus prestou uma singela homenagem: os “mercadores da alegria” desfraldaram um elemento alegórico simbolizando um balcão de negócios que se transformava num trono de onde saía Dona Zica, que jogava flores na pista e uma pequena faixa escrito Neuma.

mangueira2001cO imenso carro abre-alas era dourado e dividido em partes acopladas, com uma enorme embarcação ladeada por dois animais formados por uma cabeça de águia e um corpo de leão, um sinal de sorte para os fenícios. A segunda alegoria (“Brasil, Fantástica Natureza”) era em tons de rosa claro e representava o espanto dos fenícios ao se depararem com as belezas naturais do país.

Em seguida, começou a ser a contada a história dos fenícios, na dourada e verde alegoria “Inspiração Assíria”, que retratava as origens da formação daquele povo, e no belíssimo carro “Templo do Rei Salomão”, no qual componentes faziam uma coreografia representando os trabalhos de construção.

mangueira2001bJá os carros “Magia do Oriente” e “Mercadores e Mascates” (este com bem idealizadas e acabadas esculturas caricaturadas de libaneses, descendentes dos fenícios) mostravam que até hoje muita coisa ficou da cultura fenícia. Por fim, a última alegoria tinha os baluartes da Mangueira e lembrou que “A Seiva da Vida” (título do enredo) vinha de duas árvores: o cedro (riqueza dos fenícios) e a mangueira (riqueza da escola).

O samba-enredo era muito bem escrito e valente, e Jamelão, que esteve ameaçado de não desfilar por problemas de saúde, fez mais uma interpretação impecável apoiado por Luizito e Clóvis Pê. Já a bateria de Mestre Russo, que teve a firmeza de sempre, fez ainda uma belíssima bossa no refrão principal, deixando a marcação apenas com os surdos um e suas clássicas batidas secas.

O público cantou o samba durante todo o tempo e os componentes também. O único pecado da Estação Primeira foi a evolução apressada da parte final do desfile, já que os componentes e alegorias passaram de forma mais lenta no começo. De qualquer forma, um grande desfile da Mangueira, a meu ver apenas inferior ao da inalcançável Beija-Flor.

Penúltima escola a se apresentar, a União da Ilha do Governador infelizmente não fez uma boa passagem com o enredo “A União faz a força com muita energia”, do carnavalesco Wany Araújo. Nos quesitos plásticos, a Tricolor foi um desastre. Ironicamente, num enredo que falava sobre energia, as iluminações das alegorias não funcionaram. O iluminador era o mesmo do Império Serrano, que simplesmente desapareceu (ou foi “desaparecido”, não se sabe) antes do desfile e só seria encontrado posteriormente.

Além disso, os carros e os figurinos não tinham concepções das mais agradáveis e a divisão cromática pendeu muito para o escuro. As fantasias tinham adereços de mão que dificultavam a evolução, algo bem contrário à leveza típica das apresentações da agremiação.

Salvaram-se apenas a bateria, com excelente andamento, o samba-enredo, muito bem construído e de boa melodia, e a atuação do cantor Wander Pires, que fez sua primeira e única aparição na escola. Os componentes tentaram levar a escola nas costas com muita empolgação, mas a Ilha era candidata ao descenso.

granderio2001

Com o reforço de Joãozinho Trinta na confecção do desfile e do intérprete Quinho, a Acadêmicos do Grande Rio entrou na passarela pouco antes de o dia clarear e fez uma bela apresentação na homenagem a José Datrino, o profeta Gentileza – quando jovem, ele tinha premonições e planejava liderar uma missão de paz contra o mal-estar que vivia o mundo depois que constituísse família, tivesse filhos e bens materiais.

De cara, uma grande novidade preparada por João 30 chamou a atenção do público: um dublê de astronauta treinado pela Nasa (a agência especial americana) sobrevoou a Sapucaí com um “rocket belt”, uma espécie de mochila movida a propulsão de nitrogênio. Não foi só uma mera presepada, mas uma ligação com a comissão de frente, que simbolizava os astronautas do terceiro milênio em busca da paz – aliás, a alegoria “Era Especial”, que vinha após o abre-alas, era toda prateada e vazada, com excelente efeito.

granderio2001bJoão 30 foi criativo na concepção de alegorias e fantasias, que lembraram a história do profeta que distribuiu mensagens de paz como andarilho e imortalizou 56 frases de esperança em famosos quadros (estes bem retratados no abre-alas com a mensagem “A Grande Rio saúda a imprensa falada, escrita, televisiva e pede passagem com o enredo Gentileza X, o profeta do fogo”) que pintava em viadutos da Av.Brasil. No entanto, embora a proposta do enredo tenha sido bem contada, talvez fosse mais adequado contar a história de Gentileza de forma um pouco mais linear.

Gostei principalmente da alegoria “O Circo de Roma Pagã”, imponente e de cores fortes – segundo entidades espíritas, a tragédia do incêndio do Gran Circo de Niterói (que matou cerca de 500 pessoas) em 1961 foi um resgate de vidas passadas em Roma Pagã. Gentileza, uma semana depois do incidente, foi até a cidade para consolar os parentes das vítimas, instruído por vozes e, não à toa, a Grande Rio o chamava de profeta do fogo.

O samba, que tinha como um dos autores Claudio Russo, cria da Portela e que se consagraria anos mais tarde na Beija-Flor, foi bem defendido por Quinho e a bateria de Mestre Odilon se consolidava como uma das melhores do Carnaval carioca. Mas houve alguns pequenos problemas: algumas alegorias, apesar de bem concebidas, tiveram falhas de acabamento, e a escola apressou demais a evolução no fim, o que afetou a harmonia das últimas alas, que não cantaram como a maioria das demais. Além disso a Grande Rio apresentou alguns buracos entre as alas.

Mas o grande pecado foi o desacoplamento do carro sobre Roma Pagã, que certamente faria a escola perder pontos. Uma pena, pois, mesmo sem ameaçar o que parecia uma tranquila vitória da Beija-Flor, a Grande Rio fez uma excelente apresentação, sem dúvida das mais quentes do ano.

REPERCUSSÃO E APURAÇÃO

Depois dos desfiles, a opinião praticamente unânime era a de que a Beija-Flor conquistaria sem sustos o campeonato, pela grande exibição e porque outras agremiações que fizeram boas apresentações não aparentavam uma grande ameaça por terem tido problemas. O jornal “O Globo” concedeu duas das premiações mais nobres do Estandarte de Ouro à escola de Nilópolis: melhor escola e melhor enredo.

Três escolas foram punidas antes da apuração: Paraíso do Tuiuti e Mocidade Independente perderam três pontos por merchandising (incrível como as escolas conseguiam perder pontos nisso), enquanto a Grande Rio também perdeu três pontos por causa do já citado desacoplamento de uma alegoria, o que fez a escola tecnicamente exceder o número máximo de carros.

Há pouco a dizer sobre o restante da apuração, que foi absolutamente inacreditável. A Imperatriz Leopoldinense, a despeito de ter tido problemas de evolução, harmonia e desenvolvimento do enredo, obteve notas dez de TODOS os trinta jurados. Sim, é isso mesmo que vocês leram. A Imperatriz Leopoldinense obteve notas dez de TODOS os trinta jurados, totalizando 300 pontos. A julgar por isso, foi o desfile mais perfeito de todos os tempos desde o Big Bang em qualquer galáxia – ou, pelo menos, desde o “Seis Datas Magnas” da Portela em 1953, mas este sim reconhecido como um desfile de excelência à época.

A Beija-Flor, que foi superior a qualquer outra escola em todos os quesitos, só não levou dez de um jurado de Alegorias e Adereços e foi trivice. Mangueira, Salgueiro, Viradouro, Grande Rio e Mocidade completaram as sete primeiras posições – mesmo se não tivessem sido punidas, a Tricolor e a Verde e Branco não subiriam de posição. Caíram a União da Ilha e a Paraíso do Tuiuti, incríveis 17,5 pontos abaixo da primeira escola fora da zona de rebaixamento, a Caprichosos.

RESULTADO FINAL

POS. ESCOLA PONTOS
Imperatriz Leopoldinense 300
Beija-Flor de Nilópolis 299,5
Estação Primeira de Mangueira 298,5
Acadêmicos do Salgueiro 296,5
Unidos do Viradouro 293
Acadêmicos do Grande Rio 289
Mocidade Independente de Padre Miguel 287
Tradição 286
Unidos da Tijuca 280,5
10º Portela 280,5
11º Império Serrano 280
12º Caprichosos de Pilares 277,5
13º União da Ilha do Governador 274 (rebaixada)
14º Paraíso do Tuiuti 260 (rebaixada)

Num Acesso A marcado por bons desfiles, o título ficou com a Unidos do Porto da Pedra (com enredo sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente) e o vice-campeonato, com a São Clemente – o Migão já escreveu aqui no blog sobre o “sacode” clementiano de 2001, em um desfile sobre os carnavais críticos da própria escola. Santa Cruz (com homenagem a Mário Lago) e Vila Isabel (com enredo sobre o estado do Rio) ficaram em terceiro e quarto lugares.

Mas o melhor samba-enredo do ano foi do Boi da Ilha (ganhou o Estandarte de Ouro), e um dos autores foi o nosso companheiro colunista do Ouro de Tolo Aloisio Villar. Diga-se de passagem, o nome do samba (“Orun Ayé”) foi o escolhido para a coluna assinada por ele no nosso querido blog.

O Acesso B (na terça feira de carnaval) teve a vitória da Acadêmicos da Rocinha e o vice campeonato da União de Jacarepaguá, ambas promovidas ao Acesso A. A curiosidade é que a Difícil é o Nome, de Pilares, trouxe um enredo sobre o Norte Shopping – e foi rebaixada com a última colocação.

Depois da apuração, houve muita gritaria contra a Imperatriz, pois esta, pela segunda vez em três anos (coincidentemente o período em que o patrono da escola, Luizinho Drummond, foi presidente da Liesa), levava um título injusto. E a ausência de qualquer nota diferente de dez acirrou ainda mais as suspeitas quanto à lisura do julgamento.

O Desfile das Campeãs lamentavelmente foi um festival de hostilidades contra a Imperatriz. Além das muitas vaias direcionadas à escola quando a escola entrou na avenida, espectadores jogaram latinhas de cerveja e refrigerante na pista. Se o resultado do desfile foi realmente de se contestar, os desfilantes não tinham culpa disso, convenhamos.

O descrédito foi tão grande após o resultado de 2001 que, depois de muita discussão, a partir do ano seguinte o critério seria novamente alterado, com a adoção de contagem nas casas decimais. Mas diversas aberrações aconteceriam nos anos seguintes…

CURIOSIDADES

– O locutor esportivo Cleber Machado passou a ser um dos narradores da transmissão da TV Globo e ficaria na função até 2009. Já Glória Maria fez sua segunda e última participação na narração dos desfiles. Quem estreou como um dos comentaristas foi o músico Ivo Meirelles.

– A grande novidade da emissora para a transmissão foi a criação de uma cabine panorâmica cercada de neon azul. O detalhe é que a “bolha” ficava numa altura elevada, acima do setor dos camarotes, bem em cima da pista. Segundo se dizia à época, a novidade teria custado R$ 1,5 milhão.

– A Globo, diga-se de passagem, transmitiu na íntegra o desfile da Tradição que homenageou Silvio Santos e entrevistou personagens do SBT como Gugu.

O SBT divulgou exaustivamente o samba-enredo da Tradição na sua programação. Enquanto o samba rolava (com a passada completa), efeitos especiais com pandeiros e tamborins mostravam imagens impagáveis de Silvio Santos, inclusive no clássico momento em que o apresentador caiu numa banheira. De rolar de rir!

– Engraçada também foi a introdução da faixa da Tradição no CD, com Lombardi chamando o samba ao dizer o nome do enredo e o alusivo “Isto sim é a Tradição!”.

– O samba ficou tão popular na fase pré-carnavalesca que a torcida do Vasco cantou o refrão “Qual é o prêmio Lombardi, diz aí/Qual é a música quem sabe, canta aí/Quem quer dinheiro?/O aviãozinho vai subir” na final da Copa João Havelange quando, a mando de Eurico Miranda, os jogadores entraram em campo com uma camisa com o logo do SBT, em represália à Globo, que fizera matéria denunciando a compra de uma mansão em Miami pelo dirigente.

– As presenças mais aguardadas nos camarotes da Sapucaí em 2001 foram as do ator Arnold Schwarzenegger e da modelo Gisele Bündchen. Enquanto o fortão esteve muito mal-humorado, a ponto de empurrar uma fotógrafa e ser barrado na segunda-feira por se recusar a usar a camiseta do patrocinador, a bela gaúcha distribuiu sorrisos e fez a festa de fotógrafos e cinegrafistas – isso até atrapalhou em parte a evolução da Unidos da Tijuca.

– A União da Ilha foi rebaixada depois de 27 desfiles consecutivos na elite do Carnaval carioca. A Tricolor deveria ter sido campeã em 2003 com o enredo sobre Maria Clara Machado, mas no total amargaria oito anos no Acesso, até vencer o campeonato de 2009 de forma contestada.

– Não houve transmissão do Grupo de Acesso em 2001, tanto que as únicas imagens disponíveis do desfile da São Clemente (veja abaixo a seção Vídeos) são amadoras. Fica aqui o crédito ao Antonio Marcio pelas imagens.

– Houve relatos de desfilantes da Beija-Flor que incorporaram entidades durante o desfile da escola.

CANTINHO DO EDITOR – por Pedro Migão

Finalmente estreei como desfilante, fazendo uma loucura: vim no Paraíso do Tuiuti, fui em casa, troquei de roupa e voltei à Sapucaí para desfilar pela Portela. Ainda desfilei pela União de Vaz Lobo no então Acesso E, em história que conto aqui. Assisti ao desfile do Acesso A no sábado nas frisas do Setor 3 e o Especial na segunda feira no Setor 1. Ainda apareci na transmissão da Globo durante a Portela.

portela2001cO desfile da Portela foi muito prejudicado pela evolução lenta da comissão de frente. Minha ala, que era a segunda, ficou incríveis 55 minutos na avenida, muito além do que seria o razoável. Como resultado, a escola teve de correr demais ao final. Ainda houve o problema com as máscaras de algumas alas (inclusive a minha, na foto), nas quais alguns componentes insistiam em tirar e isso acabou acarretando em perda de pontos – e quase gerou uma briga na Apoteose entre integrantes da ala em que desfilei. Bonito em alegorias e fantasias, mas frio.

O samba da Portela deste ano, também, é a única vez na história em que um “escritório” venceu a disputa da escola – o mesmo da Mangueira em 1999, aliás. Muitos portelenses preferiam o samba de David Correa (eu inclusive), derrotado na final.

2001 também marca o primeiro carnaval com atuação do Grupo PortelaWeb, formado em 2000 por portelenses atuantes em listas de discussão por email, a fim de construir o então site oficial da escola. Aos poucos o grupo foi se constituindo como referência na internet e posteriormente uma força política na escola, a ponto de sete de seus integrantes (eu incluído) estarem na atual diretoria.

Como diz o amigo Fábio Pavão, se a Imperatriz fizesse um enredo sobre o Exército haveria um terço da escola falando sobre Nelson Sargento? Foi uma clara forçada de barra da Imperatriz, a fim de angariar uma popularidade que a agremiação, definitivamente, não tinha. Vale lembrar que o enredo era patrocinado.

O rebaixamento da União da Ilha era mais ou menos anunciado, por questões semelhantes ao da Vila Isabel no ano anterior – política e alegado mau uso das verbas. Logo após o carnaval foi apreendido um caminhão de salmão roubado dentro do barracão da escola, em episódio ao mínimo esquisito – e que rendeu uma paródia do samba do ano seguinte.

O samba-enredo da escola, aliás, apesar de sua beleza, foi banido dos ensaios. Hoje pode tocar música sertaneja no ensaio da escola. Mas este samba não toca.

Por falar em Vila Isabel, o resultado do Acesso A foi justo, mas desconfio que a escola antes do desfile já sabia que não voltaria ao Especial. O último carro, sobre o carnaval carioca, trazia dois bonecos de presidiários com um “171” pregado no peito: um representava os jurados, e outro, o presidente da Associação das Escolas de Samba, que organizava este grupo à época. Até hoje muitos torcedores reclamam da interferência de Martinho da Vila (autor do enredo) na escolha do samba, preterindo o belo samba do compositor André Diniz.

Aliás foi o último ano no qual subiram duas escolas do Acesso A para o Grupo Especial. De 2002 em diante passaria a subir apenas uma escola – o que, eu, pessoalmente, acho pouco. Muitos acham que a São Clemente deveria ter vencido e a Porto da Pedra vice, mas olhando nos quesitos acho o resultado justo.

A Em Cima da Hora, que teve uma muito controversa troca de diretoria após o carnaval 2000, claramente não utilizou a subvenção na preparação do seu desfile. No “grito de guerra” o então presidente pegou o microfone e disse o seguinte: “não julguem a escola pelo que vocês vão ver, julguem a Em Cima da Hora pelo seu passado de glória”. Obviamente, a escola foi rebaixada, o primeiro de uma sequência que levaria a agremiação até o último grupo.

A Inocentes de Belford Roxo, a outra rebaixada, trouxe uma alegoria que representava um ônibus da 1001 para a Região dos Lagos que era melhor que tivesse quebrado… Também foi rebaixada.

Unidos de Villa Rica e Boi da Ilha foram convidadas a integrar o Acesso A no meio de 2000, mas com a subvenção reduzida pela metade em relação às outras escolas. Ainda assim ficaram em quinto e sexto lugar, respectivamente.

O samba do Salgueiro é conhecido no meio como o “samba do tuiuiu tarado”, porque pede para o animal “deixar em paz a arara azul“. O curioso é que a melodia deste refrão voltaria em outros sambas posteriormente – um deles é Acadêmicos da Rocinha 2005.

O regulamento seria mudado posteriormente devido à polêmica dos patins na comissão de frente da Mocidade. Outro ponto de destaque no pré-carnaval da escola foi a resistência dos ritmistas em raspar a cabeça para encarnar Gandhi – no fim, todos acabaram cedendo.

Felipe, então jogador do Vasco e que estava com camisa de Harmonia na Grande Rio, se envolveu em bate boca com populares do Setor 1. Quase acabou em pancadaria. A propósito, não gostei do desenvolvimento do enredo, que mostrou muito os devaneios de Joãozinho Trinta e muito pouco o homenageado, a meu ver.

Foi a segunda e última vez em que a Tradição ficou à frente da Portela no resultado final.

Links

O desfile que deu o tricampeonato à Imperatriz

A apresentação arrebatadora da Beija-Flor

A ótima exibição da Mangueira

A homenagem da Tradição a Silvio Santos

O sacode da São Clemente no Acesso

https://www.youtube.com/watch?v=I9I-rW-6Vuo

Fotos: O Globo e Liesa

64 Replies to “Sambódromo em 30 Atos – “2001: Beija-Flor sobra, mas ‘perfeita’ Imperatriz leva de novo””

  1. Só para constar: o Lombardi também foi entrevistado e apareceu na tela da Globo. Aliás, foi uma das raríssimas vezes em que Lombardi foi visto, porque ele não aparecia nunca no SBT. Só a voz do locutor/apresentador.

  2. Fred, aí vão pra vc outras curiosidades:

    No desfile das campeãs daquele ano, a Beija-Flor levou para a avenida um carro alegórico contendo um telão mostrando todos os erros da Imperatriz no desfile.

    Este foi o último título da Imperatriz que até hj está num jejum de 13 anos sem títulos q parece não ter mais fim!

    A Imperatriz foi a última campeã do grupo especial com pontuação máxima, depois disso ninguém mais venceu carnaval obtendo dez de todos os jurados. tal fato viria a acontecer com a São Clemente no acesso em 2003.

    1. Tudo bem observado! Só vale acrescentar que com as notas fracionadas a partir de 2002 e a ausência de descartes na maioria dos anos, a chance de haver pontuação máxima se reduziu sensivelmente. ABS!

      1. Verdade Migão, aliás esse título da São Clemente em 2003 foi o mais roubado q já vi, superando até o da Inocentes 9 anos depois

      2. Aliás, impagável o Bocão, da Vila Isabel, soltando vários “filho da p…” em entrevista à CNT (que transmitiu o Acesso A), referindo-se a um determinado jurado.

        Se não me falhe a memória, em 2003 foi o primeiro título da escola de Botafogo.

        Sobre o tri da Imperatriz, bom, a resposta do público fala por si só. A maior marmelada do Grupo Especial e uma das maiores da história, perdendo para a Mangueira em 1987 e a Inocentes, em 2012.

          1. E o presidente da União da Ilha, querendo boicotar o Acesso?? Ele dizia “Pô, foram mais perfeitos que a Beija-Flor”, em tom de ironia. Realmente, aquele acesso foi de doer os rins!!

      1. Pergunta:

        O que aconteceu

        Mangueira 87
        Mocidade 96
        Imperatriz 01
        Beija-Flor 03

        O que poderia ter sido
        Mocidade 87
        Imperatriz 96
        Beija-Flor 01
        Mangueira 03

        Com qual das configurações vocês ficam ?? Tem que ser o pacote FECHADO !!! Não estou dizendo que a roubalheira saiu zerada, até pq Mocidade em 96 ganhar não foi bizarro como foi Imperatriz em 2001. Só forcei um pouquinho para fechar o ciclo.

        Fico com a segunda. Um título da Mangueira que me dá mais satisfação que o de 87, e mesmo que o torcedor da Mocidade argumente que mereça os 2 (o que pode até ser verdade…), acho que o título de 87 ela sobrou mais.

  3. O título era da ‘Agotaime’ rsrsrs

    A Mangueira teve problema com o último carro, o da D. Neuma… o carro ficou preso na concentração pra subir um destaque e a escola seguiu pela avenida… abrindo um buraco acho que maior que o da Beija-Flor 2013…

    O Salgueiro passou sem grandes destaques no seu desfile, mas quesito a quesito, fez um desfile bastante competente… a meu ver poderia ter sido vice-campeão.

    Era realmente 1/3 da Imperatriz que veio homenageando a Mangueira? Foi somente o último setor da escola que falou do Carlos Cachaça, mas sei que tinha muitas alas neste setor, inclusive uma de baianinhas, talvez por isso tenha ficado maior… a Rosa tinha essa mania de esticar o último setor da escola nessa época… podem reparar nos outros desfiles.

    Também não gostei do desenvolvimento do enredo da Grande Rio, era bastante confuso… e sobre a Caprichosos, ela não fez um desfile ruim… e na minha opinião não havia ameaça nenhuma de rebaixamento, pois a Tuiuti e o Império, que já tinham desfilado, foram bem piores que ela. Incrivelmente o Império Serrano ainda conseguiu ficar na frente da Caprichosos…

    1. Boas observações, Niv’s. Sobre a Imperatriz, é exatamente isso que você descreveu, e uma visão geral do desfile mostrava bem essa divisão cromática pendendo para o verde e rosa no fim. Quanto à ameaça de rebaixamento da Caprichosos, não que eu tenha achado um desfile merecedor de descenso, mas com duas escolas caindo e quatro com desfiles abaixo da crítica, havia um certo risco, tanto que a escola ficou na beira, apesar de concordar que o Império esteve pior. ABS!

      1. Sim, não foi um super desfile da Caprichosos, mas eu até curti, apesar do tema CEP básico… achei um bom trabalho visual da escola, não vi muitos problemas de evolução, a escola estava até animada… enfim, foi aquele desfile pra se manter mais um ano no grupo, coisa que a escola se acostumou a fazer nos anos que se seguiram… mas ainda preferi a Caprichosos que a Portela, por exemplo… Me pareceu que os jurados já estavam predestinados a deixar o Império Serrano no Especial (talvez pela situação da Ilha) e acabaram exagerando um pouco nas notas… se a Paraíso do Tuiuti tivesse desfilado direitinho ‘teria’ chances de permanecer… acho que o Império deveria ter disputado o rebaixamento com Ilha e Tuiuti, como você disse, o desfile foi samba e bateria, óbvio que isso é extremamente importante, mas existem outros quesitos.

        1. Sem entrar em detalhes, o Tuiuti já subiu sabendo que desceria. Tanto que parte da subvenção foi utilizada para melhorar a estrutura da então quadra. A título de curiosidade, a escola fazia seus carros embaixo do viaduto de São Cristóvão

          1. Na minha opinião, muito bem usado. Hoje a escola se segura com tranquilidade no grupo A.

            Se o grupo especial e a LIESA pensassem nas escolas, e não no espetáculo, diria que ela pode voltar em breve à elite!

    2. Concordo, a Caprichosos apesar de não trazer nenhuma grande novidade plasticamente veio muito bem, longe de rebaixamento.

      Queria muito ter revisto Silvio Santos e Tradição de volta entre as 5 das campeãs. Faltou 7 longos pontos.

      Alguém pode responder o que aconteceria naquele contêiner do Império Serrano que acabou não abrindo?

  4. Fred Sabino, este foi o melhor desfile da BF que eu assisti (Acompanho desde 95 Bidu Sayao)….Provavelmente só o de 2007, possa ser comparado a esse admirável e memorável desfile…

    Grande abraço !!!

  5. Como eu já disse aqui: como torcedora da Beija Flor me sinto extremamente ROUBADA junto aos nilopolitanos e componentes pelo desfile perfeito, emocionante e sensacional de 2001. Eu digo que é o único que coloco ao nível de Ratos e Urubus de 1989. Por infeliz coincidência em ambos fomos garfados pela escola fria, sem sal e de enredos enfadonhos de Ramos. Agradeço sempre que depois da saída do Luizinho da LIESA essa escola nunca mais ganhou. Enquanto a minha teve 2003, 2004, 2005, 2007, 2008, 2011. Tá não quero ofender. Mas AGOTIME MERECIA SAIR CAMPEÃ naquela apuração !!

      1. Mas concorda comigo que 2001 era pra ser nosso? Eu vi o desfile da Imperatriz aqui em cima dos comentários e revi denovo. Cheio de buracos. A Beija Flor foi ROUBADA !!!!

      2. Eu diria 2003 e 2008!!! Em 2004 a BF não perderia nem se fosse a primeira a desfilar.

        Mas em 2008 foi uma vergonha, principalmente do ponto de vista do samba-enredo, que plagiava a melodia de 2007 e tirou todas as notas 10!! Uma vergonha!!

        Ainda bem que o Salgueiro, em 2009, derrotou o sabão tachado de banho! =D

    1. O choro por 1989 completa 25 anos e subindo! Parem de #mimimi, por favor. “Liberdade, Liberdade” é ESPETACULAR. Qualquer torcedor da BF deveria se orgulhar de perder pra um carnaval como aquele. Mas eu pergunto: e o título roubadíssimo do carnaval em homenagem a Roberto Carlos hein?
      Algo a dizer?

      1. Dois pontos que eu concordo, porém completo, xará:

        1- Realmente, o desfile da Imperatriz de 1989 é épico, e o samba, idem. A bronca se deve, creio eu, a dois fatores: a GRESIL deveria ter sido rebaixada em 1988 e a bendita nota 9 de um dos jurados que depois confessou que “se eu soubesse que tiraria o caneco, daria 10”!

        2- Sobre 2011, eu concordo. Mas, para mim, o “ódio” não foi o título deles (ficou em boas mãos e o Roberto Carlos merecia), mas sim a enxurrada de notas 10. Teve um jurado que deu notas menores que 9 para todas e só 10 para a passarinha. Isso sim foi de lascar, até porque o nível de 2011 foi terrível e só duas escolas poderiam ser campeãs: Salgueiro (se não quebrasse o carro) e Grande Rio (se não tivesse o incêndio).

        No mais, concordo com você, especialmente sobre os nilopolitanos tirarem a raiva e ter orgulho de 1989. Algo igual à Mocidade em 1992 e a Imperatriz em 1996! =D

        1. Vou me permitir discordar, mas o título de 2011 esteve muito longe de ficar em boas mãos. O Salgueiro perdeu para suas pretensões e seu gigantismo e, concordo, a Acadêmicos do Projac teria sido campeã não fosse o fogo.

          1. Salgueiro sobrou em 2011 mas teve o problema já citado. Mas a Beija-Flor jamais poderia ter sido campeã, desfilou muito aquém do que o normal dela. Até mesmo a Tijuca, em que pese a viagem do Paulo Barros naquele ano, desfilou melhor nos quesitos.

          2. 2011 foi um ano bem fraco de desfiles. Salgueiro e Grande Rio seriam as favoritas, não fossem os problemas.

            Não gostei da Tijuca; achei bem confuso – e tive a sensação de que ninguém cantava!

            Sobre a Ilha, sei lá, o julgamento ainda leva em conta a agremiação!

          3. Será que a Vila levaria? O Átila não se acertou em nenhum momento com a bateria, o samba era horrível, o Tinga foi muito mal na avenida e a escola, sempre emocionante, deu um show de gelo.

            Ainda bem que tudo mudou nos dois últimos anos. =D

          4. Daqui a algumas segundas-feiras Rodrigo, na coluna de carnaval de 2011, voce poderia mostrar algum desenho de como seria o carnaval da Grande Rio?

  6. Curiosidade: lembro que durante o ano a Beija-Flor continuou atacando a Imperatriz… lembro de ter visto o Neguinho da BF no Raul Gil reclamando do resultado… eles até mostraram o buraco que a bateria da Imperatriz deixou quando entrou no recuo… aliás, não sei por qual motivo a Imperatriz fazia o recuo de lado… quase sempre abria buraco.

    E em 2002 não teve Luizinho Drummond, mas teve Lucia Ribas rsrs
    ‘SÓ ELA VIU, PERDEMOS AQUI’

      1. Antecipando um pouco a coluna de segunda-feira, em 2002 a Beija-Flor desfilou bem como sempre, mas teve algumas falhas em alegorias (avião com asa quebrada, por exemplo) e fantasias, além de uma evolução confusa e uma divisão cromática que ficou excessivamente colorida. Não chego ao extremo de dizer que ficaria fora do sábado, acho que foi um desfile agradável num ano fraco da maioria das escolas, mas o de 2001 foi superior em tudo.

    1. Beija-flor reclamar que perdeu o carnaval de 2002 por conta das suas “caprichadas” alegorias,soa como algo patético,dado às falhas visíveis de concepção e acabamento das alegorias da escola.
      E com relação a Agotyme,o desfile foi o melhor de 2001,mas estava longe de ser perfeito no que se refere a enredo.O carro referente à magia africana era cheio de referências à Quimbanda Brasileira,que nada tem a ver com rituais de magia africana,ainda mais vindo da etnia fon( que é a matriz na Nação Djeje do Candomblé) e me admire o Laíla não ter percebido isto.

  7. Que bom que não sou só eu que vi a Beija-Flor correndo no final rs
    Mas de qualquer forma merecia o Título!
    Sobre a União da Ilha, dizem o seguinte: Lembram que na época o Barracão dela era ao lado do da Tradição e do Império Serrano? Pois é, a Tradição pediu um pedaço emprestado para fazer suas alegorias, em troca cederia um iluminador (tb para o Império Serrano), e aí, como vc mesmo já descreveu, esse iluminador “misteriosamente” desapareceu… Até hoje costuma cantar “A energia está no ar (menos nas Alegorias)” rsrsrs

  8. Pedro Migão, esqueceu de mencionar que esses “tais populares” no caso do Jogador Vascaindo Felipe, foi um coro puxado pelo próprio pai do “dono deste Blog” , que foi duramente respondido pelo jogador … Esqueceu de mencionar o episódio da Monique Evans dando flores para gente e nos pedindo para aceitar Jesus … Lembra disso Sr.Pedro Migão kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk A propósito, se permitem minha opinião, a queda da União da Ilha foi injusta … Grande Rio e Império estavam bem piores …

    1. Eu juro que não me lembrava que tinha sido nosso pai que começara a confusão. E também não me lembrava desta da Monique Evans rs

  9. Existem injustiças e injustiças.

    Tem aqueles desfiles que “deveriam ter ganho”, mas perderam para outros brilhantes e inesquecíveis, como 1977, 1979, 1988, 1989, 1991, 1992, 1996, 2000 e 2009 só pra citar os mais notórios.

    Tem aqueles que empolgam e marcam, porém pecam em alguns aspectos que, analisados à luz da razão, os vencedores mostram-se merecidos, como 1993, 1995, 1998, 2002, 2004, 2007 e 2011, por exemplo.

    E tem os inacreditáveis, inexplicáveis e inaceitáveis, como 1983, 1987, 1997, 1999, 2003, 2006, 2008 e o deste ano de 2001. Não tem cabimento um desfile horrendo, de causar vergonha até para a quarta divisão de São Paulo, levar todas as notas 10.

    Comparado a isso, só, talvez, a Mangueira em 1987 e a Beija-Flor em 2011!!

      1. Em 2003 a Mangueira tinha que ter levado, na minha opinião. A comissão de frente “transformando o mar em passarela” foi uma das coisas mais emocionantes que eu vi.

        Pena que a mula-manca acelerou demais o samba. Parecia axé!

  10. Fred olhe os comentários e veja se não tenho razão…
    A coluna é sobre 2001, ano em que a BEIJA FLOR literalmente passou o rodo nas demais escolas…Ai tem um monte de gente falando de 2011, falando de 2002 de 2003.
    Na sua coluna de 2003, os torcedores da BF são duramente criticados por voce….
    Eu realmente não entendo…em 2001 mereciamos ganhar e perdermos ai vem o pessoal nos comentários e mete pau na BF…em 2003 ganhamos e segundo a coluna , nao mereciamos ganhar, ai vem o pessoal nos comentários e mete pau na BF….
    A liberdade de expressão existe pra isso, eu entendo. Mas poer que só os torcedores da BF são alvos de dura critica sua aqui no site????

  11. Falando em roubos e afins, com qualque pacote vc´s ficam ??

    O que foi O que poderia ser

    Mangueira 87 Mocidade 87
    Mocidade 96 Imperatriz 96
    Imperatriz 01 Beija-Flor 01
    Beija-Flor 03 Mangueira 03

    Só Trabalhamos com o pacote fechado !!! Nada de querer trocar só o ano que sua escola perdeu pelo que ela ganhou. Ganhe um título em troca de outro.

    Eu sou Mangueirense e fico com o segundo pacote.

    1. Celo, tua análise é exatamente a mesma que eu fiz na série. Seria o justo nesses anos todos. A única disputa equilibrada foi a de 1996, na qual a diferença entre as duas escolas foi mínima – Migão até discordou de mim neste caso e acha que a Mocidade mereceu o título. Nos demais anos citados, Mocidade, Beija-Flor e Mangueira foram bem superiores às que venceram o campeonato.

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