Ao mesmo tempo, Ervas Daninhas é coerente com a filmografia de Resnais, uma filmografia calcada na imaginação, nos meandros narrativos, no efeito da memória sobre o tempo, nas entrelinhas do relacionamento humano, nos abismos entre a palavra, a imagem e o desejo. Mas, como bem disse Inácio Araújo, ele agora “não precisa provar mais nada a ninguém”. Ou ainda, não precisa mais participar do cabo de guerra entre “cinema clássico” e “cinema moderno”. Como alguém pode fazer um filme desses aos noventa anos, cinqüenta anos depois de fazer uma enorme obra-prima do cinema chamado Hiroshima Mon Amour ou mesmo Marienbad? É porque Resnais não estacionou, não se acomodou, não ficou recontando as historietas do passado. Para entender o que é esse filme, é preciso rever Medos Privados em Lugares Públicos (o que preciso fazer!), é preciso que se passem vinte anos.
Nem é que tenha achado um filme espetacular ou algo do tipo: essas categorias parecem que não fazem mais sentido quando vemos um filme como esse, francamente irregular, que aponta para tantas coisas que não conseguimos nos dar conta. Um domínio narrativo, um domínio plástico, uma ironia cáustica, um afeto recôndito mas indiscutível, um desejo de liberdade, um decisivo enfrentamento contra a morte, uma lufada de ar fresco, uma insanidade saudável. Filme de férias, comédia mais leve? Nada disso. Ervas Daninhas é um filme misterioso, um filme do nosso século: um filme sem utopias, um filme maldito, leve e duro, lúdico, melancólico e cool, esperançoso, auto-referencial. Um mistério.”
a portela vai ganhar o carnaval e o mengão o bi da libertas,pode escrever,he he he abraços e saudações rubro-negras,ronaldo.
poxa, ia ser o máximo !!! rs