Hoje teremos o primeiro turno das eleições presidenciais, mas não só isso, já que também votaremos em outros candidatos que têm a ver com os estados em que moramos, desde governador até deputado estadual.

Sou do Rio de Janeiro, e, ao contrário do pavor que passa a eleição presidencial, o caso aqui é de desalento. Desalento pelos candidatos favoritos a passar ao segundo turno e para as duas vagas ao senado. Desalento que aumenta quando assistimos a debates como da última terça na Rede Globo.

Acompanho debates desde 1989 e posso afirmar com convicção que foi o de pior nível até hoje. O nível de quase todos os candidatos a governar um estado combalido financeiramente, submergido na corrupção e entregue aos bandidos é deprimente e não traz nenhuma expectativa de melhora. Poucos se salvam, mas esses que se salvam não parecem ter a mínima chance de alcançar o segundo turno, assim como para a cadeira do senado aqueles que parecem realmente valer a pena têm poucas chances.

O Rio, mais uma vez caminha entre o populismo e a velha política que lhe governa desde 2006 mesmo com vários dos seus protagonistas sendo ladrões juramentados. Teve gente que até de partido mudou para jurar que nada tinha com aquilo e o eleitor acreditou. É como o cara ser pego traindo, jurar para a mulher que ele não queria, apenas fez por estar bêbado e ela perdoar culpando a bebida. O fluminense é isso, a mulher traída que sempre culpa tudo em volta, nunca o marido.

O fluminense se acha esperto, acha que por ser do Rio de Janeiro é malandrão, superior ao resto do país, mas o que o Rio de Janeiro tem de maior mérito, suas belezas naturais, não foi conquistado por ele. Sempre achamos o carioca boa praça, mas ele não é, é bobo mesmo. O ingênuo que se acha sagaz, o que sempre quer se dá bem e só se dá mal como um Cebolinha em seus planos infalíveis.

O fluminense é aquele que teve o Brizola como governador e o Darcy Ribeiro secretário de Educação construindo CIEPS e trocou tudo isso por Moreira Franco dizendo que acabaria com a violência em seis meses. A violência só aumentou desde então e sabem o motivo? Porque não só o CIEP como a educação foi deixada de lado. Agora imaginem se aquele projeto tivesse continuado? Aquelas crianças com aulas em tempo integral, que se alimentavam três vezes ao dia, praticavam esportes, aprendiam cidadania seriam os adultos de hoje.

É. Não tinha como dar certo. Como um povo educado, culto e independente elegeria Garotinho, Rosinha, Cabral, Pezão e Crivella? Fora que a indústria da violência enriquece muita gente. Pois é, melhor crianças trabalhando para o tráfico e a milícia que na escola. Carioca sabe das coisas e fez direitinho a lição nesses trinta anos. Acredita até em arrastão na praia com hora marcada.

E provavelmente fará de novo domingo nessa cidade maravilhosa cheia de encantos mil que virou um feudo dividido entre a igreja evangélica e o MDB tendo agora uma pitada da indústria da bala. Uma Capitania Hereditária que passa de pai para filho. O coração do meu Brasil precisa de um transplante. De cérebro também.

Não que o restante do país vote melhor, mas aqui o caso é grave. Deve ser muito Sol na cabeça.

O povo do Rio merece o Rio que tem.

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