Na última semana passou meio despercebido um adeus importante na Fórmula 1, o adeus de Fernando Alonso.

Compreensível pelo momento ruim que passa a F1 no Brasil e o próprio momento ruim de Alonso, mas é um fim importante de uma trajetória. Um fim que faz pensar.

Alonso representa o fim de uma era, Uma era de grandes pilotos, de pilotos geniais e geniosos que com suas fortes personalidades não se importavam em enfrentar quem fosse, até mesmo suas próprias equipes para alcançar seus objetivos.

Alonso foi um grande piloto, um dos melhores que tivemos, mas passa a impressão que devido a sua personalidade foi menor do que poderia.

Teve um começo fulminante de carreira sendo o responsável por “destronar” Michael Schumacher que vinha de cinco conquistas consecutivas. Bicampeão jovem e com uma carreira toda pela frente era esperado até que buscasse as marcas do alemão, mas isso não aconteceu. Esteve em grandes escuderias como a McLaren em uma fase totalmente diferente de agora e na Ferrari, esteve próximo de conquistas nas duas equipes, mas faltaram alguns pontos por novos títulos, faltou criar melhores ambientes que não permitiram vidas mais longevas nesses times e isso fez muito mais falta que esses pontos.

Sua personalidade forte lhe prejudicou de tal forma que as portas das grandes equipes fecharam mesmo com todos reconhecendo seu talento. Coube nos últimos anos uma injusta figuração para o excepcional espanhol na decadente McLaren e ele foi cansando, cansando, mostrando a todos seu cansaço, até que cansou.

É uma pena que suas conquistas tenham sido menores do que realmente poderiam ser e me lembra vagamente o caso de Nelson Piquet que depois do seu tricampeonato fez escolhas erradas de escuderias que lhe impediram de conquistar mais mundiais. Mas Piquet é imenso e hoje mais de duas décadas de sua retirada da F1 todos reconhecem sua importância para o automobilismo.

Todos reconhecem a de Alonso, mas acredito que a distância do tempo irá lhe favorecer ainda mais, principalmente com esses pilotos em sua maioria “bonzinhos”, rápidos, mas que são impulsionados na maioria das vezes pela força das equipes para conquistas. Provavelmente Alonso foi o último a vencer títulos não tendo o melhor carro, provavelmente foi o último que passou a impressão de querer vencer “mesmo que fosse na porrada”. Alonso tem o sangue nos olhos, perdeu isso nos últimos anos de F1, mas com certeza recuperará em sua nova etapa de carreira que deve ser a Indy.

A Indy tem tudo a ver com o piloto, acho que lá veremos o velho Alonso de volta.

O último Dick Vigarista vai voltar a lutar para ser o primeiro.

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