Finda a primeira (meia temporada) do Flamengo jogando em sua casa provisória na Ilha do Governador, hora de se fazer um balanço da experiência, do ponto de vista do torcedor.

Na semana de estreia do estádio, escrevi artigo dando uma série de dicas ao torcedor que não mora nas redondezas do estádio como eu. Praticamente seis meses depois, hora de avaliar o que funcionou e o que não esteve a contento.

Primeiramente, o acesso. Este variou muito dependendo dos dias e horários de jogo, mas especialmente nas quartas e quintas feiras à noite o caos que se imaginava foi bem menor que a avaliação inicial. Apesar disso, as dificuldades de acesso para partidas no horário das 19h30 foram consideráveis.

Sob este aspecto o horário de 19 horas aos sábados, como algumas partidas se realizaram, se revelou bastante adequado.

Uma mudança importante em relação à expectativa inicial foi a utilização dos estacionamentos do Extra, do Casa Show e do Assaí. Com estas vagas podendo ser utilizadas, especialmente em jogos de menos apelo não houve grandes problemas a quem optou pelo carro para chegar ao estádio.

Até para mitigar a crônica falta de transporte coletivo da Ilha do Governador, ao final das partidas um número expressivo de táxis e vans estava à espera dos torcedores que necessitavam de transporte. Óbvio que não é a melhor solução, mas quebrou um galho e tornou a situação menos complicada do que parecia a princípio.

Dentro do estádio, pelo menos no setor Oeste – onde estive em todas as partidas – o atendimento ao público funcionou de forma adequada. Os food trucks atenderam bem ao público, e a estrutura de ambulantes nas cadeiras também funcionou a contento em quase todos os jogos. A ideia do copo personalizado para cada jogo também foi bela sacada.

Um problema foi o fato de convidados dos camarotes descerem para ver o jogo nas cadeiras deste setor, levando a uma superlotação. Especialmente nas duas partidas contra o Santos isso foi um problema sério, a ponto de provocar desentendimentos nas cadeiras.

Entretanto, em diversos jogos houve relatos de furtos no acesso ao setor Leste. É algo que precisa ser observado para 2018.

Em termos esportivos, pode-se dizer que a Ilha do Urubu alcançou seu objetivo. Foram apenas três derrotas, para Grêmio, Vitória e Santos – não espalhem, mas eu estava nas três… O time obteve vitórias importantes e que permitiram que o objetivo da diretoria para este ano, uma vaga na fase de grupos da Taça Libertadores da América, fosse alcançado.

Para o ano que vem, alguns pequenos ajustes precisam ser feitos. Especialmente, a meu ver, a possibilidade de se vender ingressos no dia e na hora do jogo. Deixei de ir às partidas contra Cruzeiro e Corinthians por conta disso. No Estadual do ano que vem, com diversos jogos de baixa procura, isso deveria ser regra para aumentar a ocupação.

A precificação das entradas também precisa, a meu ver, ser melhor calibrada. Estive contra a Ponte Preta, na estreia, e no último jogo contra o Santos. Paguei R$133 no primeiro e R$15 no segundo, no mesmo lugar. Sabemos que isto depende muito da fase do time, mas a discrepância ainda é bastante grande.

Em resumo, pode-se dizer que a Ilha do Urubu passou com louvor no teste de ser a casa rubro negra neste ano de 2017.

Finalizando, três rápidos comentários sobre contratos rubro negros:

  1. Sobre Conca: não deu certo, fato. Mas no momento em que foi contratado era uma aposta válida em termos de retorno e risco. Faz parte.
  2. Acho muito pior contratos com cláusula de renovação automática. Já acharia ruim se fosse um dos principais jogadores do elenco. Sendo do Márcio Araújo, então…
  3. Ederson precisa ser amparado pelo clube. Mais que voltar a jogar, em última instância sua luta é pela vida. A renovação de seu contrato é uma questão de humanidade.

Imagens: Arquivo Ouro de Tolo

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