Quando Felipe Massa anunciou pela primeira vez que iria deixar a Fórmula 1, escrevi a coluna “Vai ser feliz, Massa!”. No texto, elogiei a forma como ele definiu que não correria mais na categoria, desejei que ele fosse feliz onde quisesse, etc…

E onde ele queria ser feliz era ainda a Fórmula 1, já que Felipe aceitou a proposta da Williams para substituir Valtteri Bottas. Nenhum mal nisso, e lá foi ele disputar mais uma temporada.

Infelizmente a Williams não conseguiu evoluir o suficiente para conseguir grandes resultados com regularidade, e Felipe ainda por cima teve uma tremenda falta de sorte em corridas nas quais marcaria muitos pontos, principalmente no Azerbaijão, onde poderia até ter vencido.

Mesmo assim, Massa ainda se sentia competitivo para continuar correndo, mas com toda a razão ficou contrariado pela demora da Williams em definir a dupla de pilotos para 2018, e ainda com um vestibular envolvendo Robert Kubica e Paul di Resta, fora os ventilados Pascal Wehrlein e Daniil Kvyat.

Era um recado velado do time. A Williams não contaria mais com ele na próxima temporada e, sentindo-se desrespeitado, Massa se antecipou, anunciando no último fim de semana que finalmente iria deixar a Fórmula 1, desta vez para valer.

Nas redes “antissociais” a repercussão foi em diversos casos agressiva e ofensiva. Massa foi um ótimo piloto de Fórmula 1, embora não genial como os campeões Emerson Fittipaldi, Nelson Piquet e Ayrton Senna. Só que para alguns, ele é um m…., perdedor, vergonha do país, etc… Suas 11 vitórias, 41 pódios e um vice-campeonato respondem ao questionamento de o porquê ele ter disputado 14 temporadas, sendo oito na Ferrari.

Felipe não tinha (ou tem) obrigação de correr para carregar a bandeira do Brasil ou fazer das manhãs (ou tardes, ou madrugadas) de domingo uma válvula de escape das frustrações dos brasileiros com a vida. Ou seja, Felipe corre por ele mesmo, é sua atividade profissional, e ele se sente bem assim.

Não quero dizer que ele esteja imune a críticas, pelo contrário. Quando ele não fez boas corridas ou errou, mereceu ser criticado. Mas ofendido, jamais! Ninguém tem o direito de xingar ou maltratar uma pessoa (mesmo que atrás de uma tela de computador) por seu desempenho esportivo.

Outro ponto: ninguém, seja jornalista, torcedor ou qualquer um, tem o direito de querer impor a hora em que algum esportista tem de parar. Quem tem de decidir isso é o próprio atleta, ou piloto, ou jogador. Ninguém paga as contas do Felipe, ninguém sabe o que se passa na cabeça dele.

Se Felipe decidiu que deveria disputar mais uma temporada e, sem perspectiva de um bom carro para 2018, achou que agora sim tinha de parar, que se respeite a vontade dele. Danem-se os outros, cada um faz o que quiser da vida.

E se alguém da Fórmula E quiser contratá-lo, que bom, é sinal de que ainda o consideram útil para competir em alto nível. E se Felipe quiser ir para lá correr, que o faça da melhor forma, seguindo o seu coração.

Deixem o Massa em paz!

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One Reply to “Deixem Massa em paz!”

  1. Boa Sorte Felipe Massa, tenho muito orgulho da história construída por ele. Certamente, lembrarei dele como meu heroi de infãncia.

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