Nesse chato, medíocre e patético Campeonato Brasileiro, o que mais me chamou atenção na rodada do meio de semana foi uma discussão do Robinho com jogador da Chapecoense no jogo no Independência em que o Atlético perdeu por 3 a 2.

Lá pelas tantas, Robinho sem colocar a mão na boca como costumam fazer os jogadores de hoje mandou um “Jogou aonde?”.

Desculpem o linguajar, mas isso é escroto pra cacete. O “jogou aonde?” equivale no futebol ao popular “Você sabe com quem está falando?”. É a tentativa de humilhar uma pessoa, diminuí-la, se fazer como maior ou mais importante que alguém.

Não sei qual foi a reação do cara, difícil ter reação rápida e inteligente em uma situação dessas, mas eu no lugar dele perguntaria “Jogou o quê, Robinho?”

É evidente que a carreira do Robinho não é um fracasso. O jogador surgiu em 2002 no Campeonato Brasileiro, no qual deu as famosas pedaladas e foi primordial para o título daquele ano. Também foi o craque do Santos na Libertadores de 2003 e no segundo título brasileiro em 2004. Robinho jogou em grandes clubes europeus como Real Madrid, Manchester City e Milan, jogou duas Copas do Mundo, uma como titular e isso não é pouco.

Mas é pouco para o que se esperava dele. Os mais novos podem não saber, mas Robinho era o Neymar da década passada. Tudo isso que vem ocorrendo com Neymar esperávamos de Robinho e, aí sim, Robinho fracassou.

Nunca foi o melhor do mundo e nunca chegou nem perto disso. Jogou em três clubes na Europa sem se firmar e passando mais tempo no banco que jogando. Conseguiu fracassar e virar reserva na China. Fez uma boa Copa em 2010, mas nunca foi na Seleção o jogador decisivo que se esperava dele.

Fez um bom ano no Atlético em 2016, mas em 2017 vem tendo atuações medíocres. Uma carreira de altos e baixos, bem menos do que esperávamos.

Semana passada falamos aqui sobre Adriano e como ele foi bem menos do que esperávamos e Robinho foi o mesmo caso. Mas a semelhança para aí, Adriano todos sabemos os problemas que passou e ele bem ou mal marcou seu nome na Itália, é adorado pelos torcedores da Inter e respeitado por quem jogou com ele. E Robinho? Na Espanha virou costume chamar de “novo Robinho” o jogador que paira sobre ele expectativas e não acontece.

Robinho foi muito abaixo do prometido e não sei o motivo para isso, não sei se ele tem noção disso também, mas acho que pior que jogar em lugar nenhum é ter recebido o dom de ser um dos melhores e não alcançar. O jogador da Chapecoense não teve a oportunidade de ser um dos grandes, Robinho teve e perdeu.

Repito: Não acho a carreira de Robinho um fracasso, mas entre ele e o rapaz da Chapecoense não teria dúvidas em escolher quem fracassou naquilo que se esperava na carreira.

Provavelmente quando essa coluna for ao ar ele já terá pedido desculpas, mas pedirá não porque se arrepende de verdade, mas porque tudo hoje no futebol gira em torno da imagem, da mídia. Não adianta, pelo menos para mim sua imagem está arranhada.

Se ele não foi o jogador que esperávamos pelo menos poderia ter sido o cara maneiro que achávamos. Ainda é novo, pode aprender.

Para assim não tomar pedaladas da vida.

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