Depois de uma semana conturbada em que não pude escrever, estou de volta para encerrar a série de textos sobre o caso de estupro coletivo no Rio de Janeiro. Hoje não vou falar de algo tão específico só para quem sofre esse tipo de violência, mas é algo que é direito delas e tem governante por aí querendo tirar.

Vamos falar de métodos contraceptivos.

Esse assunto, ainda nos dias atuais e por incrível que pareça, ainda é polêmico. Digo por incrível que pareça porque é uma questão de saúde pública, de prevenção. Mesmo assim, ainda tem gente, principalmente instituições como a igreja, que condenam o uso de contraceptivos porque vai “contra as leis de Deus.”

Não vou entrar no mérito de essas pessoas serem falsas moralistas ou não; entro no mérito que nosso país é laico, pelo menos teoricamente, e nenhuma instituição religiosa deve influenciar decisões políticas. Sabemos que não é assim, mas isso não vem ao caso agora.

O planejamento familiar é cada vez mais importante na nossa sociedade. E vítimas de estupro têm que ter pelo menos alguns resguardos. Então, vamos lá.

camisinhasO primeiro e mais famoso desses métodos é a camisinha. É considerada por muitos como um dos mais eficientes, quando usada de maneira correta. Vale ressaltar que é o único método que, além de evitar gravidez, também evita doenças sexualmente transmissíveis.

Infelizmente, em família, na escola, não há muita liberdade pra falar sobre sexo e muito menos sobre como se proteger, porque muitos pais vêem isso como um incentivo ao filho(a) fazer sexo mais cedo. E é justamente isso que causa a maioria dos erros na hora do uso, pois a forma inadequada faz com que esse método não seja tão eficiente assim. Como futura professora de Biologia, entendo que isso faz parte da educação de alunos.

Não se trata de incentivo. É questão de saúde e educação.

diafragmaO DIU e o diafragma são barreiras. O primeiro contém espermicida e o segundo deve ser usado com uma pomada de mesmo efeito, para ter sua eficácia melhorada. Esses métodos exigem o acompanhamento de um ginecologista.

A pílula anticoncepcional, muito eficiente também, é um dos métodos mais populares. A pílula é feita a base de hormônios, com estrógeno e progesterona, que em certas quantidades, inibem a ovulação. É recomendado também que seu uso seja acompanhado de ginecologista, pois pode apresentar efeitos colaterais.

Outra pílula muito famosa é a do dia seguinte, que, ao contrário do que diz o nome, pode ser tomada até 72 horas depois do ato sexual. É um método muito polêmico também, pois muitas pessoas radicais a consideram como abortiva. Entretanto, para a Ciência (dependendo da área), só há vida após a fixação do embrião na parede do útero, fato que ocorre geralmente no terceiro dia de gestação. É uma bomba de hormônios, todos descarregados no corpo de uma só vez, por isso, não é recomendado que se use mais que duas vezes por ano.

pilulaOs métodos cirúrgicos são bem confiáveis; mas como são permanentes, deve ser uma decisão bem pensada. Ao contrário da segurança que estes oferecem, temos os métodos da tabelinha e do coito interrompido. Por mais que o homem jure que tem total controle sobre sua ejaculação, ele pode ejacular gotículas, que nem ele mesmo vai perceber. Só que nessas gotículas, estão presentes milhares de espermartozóides, por isso não é confiável.

Outro também pouco eficiente é o método da tabelinha, no qual mulheres acompanham o ciclo menstrual. Porém, esse método só apresenta alguma eficiência quando o ciclo da mulher é regular e para saber disso, ela precisa ficar observando durante, pelo menos, seis meses. Muitas não fazem isso e ainda assim, mesmo após muito tempo de observação, nosso corpo está sempre sujeito a mudanças comportamentais.

Direito das mulheres conquistados com muita luta e que infelizmente alguns querem restringir. Isso é impensável, ainda mais para aquelas mulheres que sofrem violência sexual. Não vamos deixar nos negarem o direito de nos proteger, o direito de escolher a hora de ter filho ou não e, principalmente, nos negarem o direito de ter algum respaldo em caso de violência.

Imagens: G1, Prefeitura de São Paulo, Revista Marie Claire

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2 Replies to “Os Métodos Contraceptivos”

  1. Oi, gostei do post mas ainda estou na dúvida sobre o melhor anticoncepcional pra mim. Estive pensando em optar pelos injetáveis. Vocês tem algum post falando sobre eles? Pesquisando tenho visto bons relatos sobre o Cyclofemina. Achei este link http://www.cyclofemina.com.br/ mas quero mais informações, saber melhor sobre as experiências pessoais com ele.

  2. Olá Ester. Os injetáveis têm praticamente o mesmo mesmo mecanismo de ação das pílulas, mas eles têm a vantagem de serem aplicados mensalmente ou trimestralmente. Porém, a menstruação pode ser suspensa o início e a fertilidade vai sendo recuperada aos poucos, caso vc deseje engravidar, é relativamente possível após nove meses a suspensão da injeção. Sugiro que converse com o ginecologista pra ver qual o melhor modo prabvc. Abraços!

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