Eu me considero um apreciador da maioria absoluta das modalidades esportivas. Não gosto apenas de futebol e automobilismo, mas de basquete, vôlei, tênis entre outros. Portanto, sou um fã incondicional dos Jogos Olímpicos. São o evento esportivo mais importante do planeta.

Esportivamente falando, será espetacular ver diante dos nossos olhos caras como Usain Bolt, Roger Federer, LeBron James, entre tantos e tantos outros atletas fantásticos. Digo mais: será inesquecível vê-los na nossa terra.

Dentro das arenas, escrevo com convicção que a Olimpíada do Rio será um sucesso absoluto, assim como foi a Copa do Mundo dentro de campo. Tivemos aqui jogos de futebol como havia muito tempo não víamos. E será assim nos Jogos de 2016. As obras das praças esportivas, diga-se, foram bem cumpridas.

Mas infelizmente há o que temer (sem trocadilho com o futuro presidente, que fique claro) em relação ao que ficará para a cidade do Rio após os Jogos. O tal legado já me deixa de cabelo em pé pelo que estamos vendo por aí.

Primeiro, o orçamento das obras já atingiu a casa de R$ 39 bilhões, 11 bilhões a mais do que o previsto inicialmente. É claro que existem fatores de reajuste nesse período. Mas 11 bilhões a mais? Se alguém me convencer e provar que um aumento de 11 bilhões era necessário, prometo me retratar nesse espaço.

The collapsed area of the new cycle lane is pictured in Rio de Janeiro, Brazil, April 21, 2016. REUTERS/Ricardo Moraes TPX IMAGES OF THE DAY

E a execução das obras? Bem, não bastasse a tragédia da ciclovia, eu vi diante dos meus olhos a degradação do BRT Transoeste com asfalto se esfarelando e esburacando e composições caindo aos pedaços – isso sem contar o vandalismo nas estações -, um Engenhão com sérios problemas menos de dez anos depois da inauguração, um atraso absurdo nos trabalhos do metrô em direção à Barra, do VLT no Centro, e obras viárias demoradas e com ridícula execução – basta ver o “recapeamento” da Avenida das Américas feito nos últimos meses, o asfalto parece um sismógrafo de tão irregular…brtburaco

Eu tenho totais dúvidas se tudo o que foi feito realmente ficará pronto exatamente como foi no projeto, se sua execução está sendo adequada e se os 39 bilhões estão sendo bem executados. Rezo para que não vejamos novas tragédias, que a cidade melhore e o legado olímpico exista. Volto a afirmar: se o legado for positivo, serei o primeiro a elogiar aqui.

12987157_633483113470616_3079320227992870914_nPor fim, um outro aspecto que me irrita profundamente. Destruíram o Autódromo Nelson Piquet para erguer um Parque Olímpico que será entregue de bandeja para a especulação imobiliária depois dos Jogos. E a promessa da construção de um novo autódromo tem tudo para ser isso mesmo, uma promessa. O Nelsão, como mostra a foto, não tem curtido muito essas promessas de políticos…

A 100 dias da Olimpíada, meus sentimentos vão da euforia na questão esportiva ao desagrado o que diz respeito ao que se está fazendo na cidade. Tomara que no fim das contas tudo seja um sucesso dentro e fora das arenas.

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One Reply to “A Olimpíada dentro e fora das arenas”

  1. Muito boas informações. Para que é de fora do Rio, saber detalhes sobre segurança e infraestrutura é muito importante e útil. Fora os problemas de infraestrutura apresentados, uma grande falha foi o governo do Rio não ter negociado junto à rede hoteleira preços mais justos. Por conta disso, muita gente que conheço desistiu dos jogos ou ficará bem menos tempo do que desejava no Rio. Como isso são menos consumidores nos restaurantes, bares, pontos turísticos, e hotéis. O Rio perdevreceita com isso, certamente! Que não tem casa de parente ou amigo, fica muito complicado…..

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