Enfim… Já estamos quase no carnaval 2017 e ainda tem assunto sobre o de 2016. Conforme prometido vamos falar dos resultados.

Posso dizer que tivemos resultados justos, pelo menos nos campeões e escolas que brigaram para vencer, nenhuma aberração. A única aberração de verdade que vi no carnaval veio no rebaixamento do Grupo B, mas disso falo daqui a pouco.

A Mangueira deu uma de Flamengo 2009 no Brasileiro. De onde não se esperava nada veio tudo. Não dá ainda pra dizer exatamente tudo que fez a escola ser campeã, algumas só o tempo dirá, mas sem dúvidas a presença do carnavalesco Leandro Vieira influenciou e muito.

Leandro não tem o marketing de Paulo Barros, não sabe se midiatizar como ele, mas posso dizer que seu começo é mais meteórico que o início do cultuado e polêmico carnavalesco. Leandro era desconhecido até o desfile da Caprichosos ano passado. Fez um grande carnaval em Pilares, irreverente, de bom gosto e foi fundamental para a excelente classificação da escola. Sua saída e a queda da Caprichosos em 2016 mostram o quanto ele foi importante.

A Mangueira foi duplamente inteligente. Foi atrás do jovem carnavalesco em vez de correr atrás de grife, talvez por suas dificuldades financeiras, outro ponto positivo foi a homenagem. Se tem uma escola que sabe homenagear é a Mangueira.

Tudo isso deu em um grande samba e a Mangueira fechando carnaval já sabemos como é. Tínhamos dúvidas se a escola voltaria entre as seis, após o desfile tivemos certeza, mas ela foi além. Venceu o carnaval.

Comparo ao Flamengo de 2009 porque me parece que foi mais no talento individual que no planejamento. Como será 2017 se não tiver o Leandro e com um enredo mais ou menos? Só saberemos caso isso ocorra. Até lá eles têm mais que comemorar.

Eu achava, após seu desfile, que a Portela venceria o carnaval. Perdeu em detalhes visíveis, a escola está no caminho certo. Salgueiro, mais uma vez, perdeu para ele mesmo e a Tijuca se firma como a “nova Beija-Flor” que um dia foi a “Nova Imperatriz”. Desfile todo bem feito nos quesitos, que teve grande samba e grande enredo esse ano. As quatro entraram no terceiro julgador de bateria, penúltimo do geral podendo ser campeãs. O que mostra a legitimidade do resultado, apesar de certas gravações.

Gravações levantadas pela Beija-Flor, coisa que ela sempre faz quando perde. É feio isso, a escola não sabe perder. Esperava-se muito desses áudios e o que vimos até agora foi um jurado despreparado para julgar qualquer coisa. Devem ter outros jurados assim? Com certeza. Boto a mão no fogo pela honestidade do carnaval? Não boto nem por mim amigo. Mas de fato o que temos até agora é um julgador irresponsável e a tentativa de manchar um carnaval justo. A Beija-Flor ficou onde devia, assim como a Imperatriz.

Imperatriz vive o caso do copo meio cheio, meio vazio. O otimista diz que voltou nas campeãs, o pessimista que mais uma vez ficou no meio da tabela.

Grande Rio finalmente não voltou nas campeãs, não merecia mesmo. Vila cresceu e recuperou a dignidade, pode mais que isso. São Clemente não aguentou a pressão, mas começa a firmar seu lento, mas gradual crescimento. Sinal de alerta aceso para Mocidade e Ilha.

Pelo menos se mexeram. Mocidade deu chance ao novo na direção de Carnaval com o grande amigo e competente Marquinho Marino e trouxe de volta seu último cantor campeão, Wander Pires. Ilha mexeu no primeiro casal e direção de Carnaval. Precisava mesmo dessa oxigenada na direção.

Estácio merecia cair? Não sei, mas já sabíamos que iria. Como o Tuiuti também irá e quem ganhar o acesso ano que vem.

Tuiuti que era um dos cotados, venceu e fez desfile para isso. Não precisava era da distância toda no resultado. Um acinte. Unidos de Padre Miguel, Viradouro e Império Serrano fecharam bem o grupo dos quatro melhores desfiles. Tirando a estranha distância do título, tudo normal na classificação. Caprichosos infelizmente caiu com toda justiça. Que volte logo.

Campeã normal no B. Todos apontaram o Sossego como um dos favoritos apesar do desfile frio. Vizinha e Flor da Mina venceram com justiça, assim dizem os analistas, os grupos C e D.

As escolas da Ilha precisam se mexer: mais um ano ruim de União da Ilha e Acadêmicos do Dendê. Mais uma vez o Dendê vacilando em obrigatoriedades. Tem um grande presidente que, talvez, merecesse estar melhor acompanhado.

No Grupo E, a Nação Insulana, a nova escola da Ilha, venceu. Não vou entrar em méritos por estar envolvido diretamente. Mas falaram que o resultado foi justo, assim como Tupy e Ricardense poderiam ter vencido. Sem entrar a fundo, como disse, acho que todo o resultado do Grupo E refletiu o tamanho das escolas desse grupo hoje.

Tem escola que só ficou na frente de escola que não desfilou e outras remendadas e acha que recuperou a dignidade e o respeito. Para mim é se contentar com pouco.

Falando agora da aberração. Todo meu respeito à União de Jacarepaguá. Mesmo com todo o atraso que comprometeu seu desfile, atraso que fez uma escola concebida para desfilar de noite desfilar sete da manhã, e mesmo com pouca gente para assistir, o cansaço de quem via e quem desfilava, a União fez um grande desfile. Alegre, com garra, bonita. Não poderia nunca ser rebaixada, era uma das favoritas a vencer e seu resultado acabou sendo a grande aberração do Carnaval de 2016.

Enfim, finalmente chegaram as cinzas aqui nesse espaço. Que venha 2017, mas não precisa vir com tanta pressa.

Quem me chamou? As férias de Carnaval!

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7 Replies to “Ainda Carnaval”

  1. Tenho a nítida sensação que, se a Mangueira tivesse sido a quarta a desfilar e a Portela a sexta, o título teria ido pra escola de Madureira, já que teria sido um desfile arrebatador encerrando o carnaval. (obs: sou mangueirense).

    Outra observação interessante é o impacto que o caso Fabiano Rocha teve no resultado final. Mangueira, Tijuca e Portela tiveram um 9,9 descartado em bateria, nota essa que poderia não ter sido descartada caso ele ou algum outro julgador de bateria estivessem no módulo 1 julgando.

    Essas duas questões só mostram como o carnaval foi equilibrado, qualquer detalhe poderia ter mudado tudo, me parece impossível dizer que o título não foi justo, assim como tbm me parece impossível não dizer que outras escolas tbm mereceram o título.

    Deixo como sugestão o retorno da série “Justificando o (in)justificável”.
    Aquela série foi muito boa no último ano!
    Por mais que as notas desse ano não tenham sido tão “injustificáveis” assim, creio que tenha bastante assunto para se analisar, ainda mais após o lançamento das justificativas.

    Um abraço!

  2. Achei feio demais esse choro do Laila, de forma maldosa trocou a Tijuca pela imperatriz no tal áudio e que a Tijuca só não foi campeã pq esqueceram da mangueira
    Mas aí eu pergunto, o sorteio de desempate foi manipulado também ? Pq a Tijuca empatou com a Portela, só ficou na frente pelo desempate… Acho que o Laila tinha que se preocupar com a comissão dele pq pra mim já tem um bom tempo que a escola faz enredos e desfiles meio duvidosos esteticamente ( exceto 2015 )

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