Nessa semana começou a chamada “Primeira Liga”, também conhecida como “Liga Rio/Sul/Minas”.

Começou com sucesso de público e aceitação popular. Alguns grandes jogos como Atlético x Flamengo no Mineirão e um leque de possibilidades se abrindo.

O que acho desse torneio que se iniciou? Confuso. Datas mal colocadas, regulamento que ainda não entendi e alguns estranhamentos. Por isso acho ruim? Não. Acho maravilhoso. O torneio de 2016 acho confuso, esquisito, mas o que esse torneio pode fazer com o futuro do futebol brasileiro é que me interessa.

Tem gente que se diz “legalista” e fala isso como qualidade. Eu, evidente, acho o mais correto os meios legais, mas não me considero “legalista”, porque antes do “legal” vou atrás do “justo”, do “novo”. Me defino como um “inconformado”, um cara que acha que as coisas tem que melhorar sempre. Anseio por novas descobertas e um mundo melhor e mais justo. Acho o mundo um parque de diversões que temos que explorar ao máximo e tenho restrições a quem pensa pequeno e se conforma. Por isso adoro quem desafia o sistema, o status quo.

Por isso vejo com atenção essa liga.

https://www.youtube.com/watch?v=L8BjB0zn270

Foi montada de forma certa? Não sei, provavelmente não.

Pareceu de forma atabalhoada e sinto falta dos clubes de São Paulo e dos dois clubes médios do Rio, Vasco e Botafogo (calma, é só uma zoação, apesar da postura deles nos últimos anos levarem a isso). Teve mudança de CEO, teve jogo sem saber se iria ocorrer, muitos momentos parecia que iria fracassar e se mostrou confuso. Mas o “confuso” não é necessariamente sinônimo de ruim. É algo novo, inexplorado, nunca feito – e evidente que quando ocorre um ineditismo há espaço para confusão e incerteza.

Metade dos doze grandes estão nessa liga; é algo que chama atenção. Uma liga que desafiasse a CBF e as Federações não ocorria no Brasil desde 1987 quando foi criado o “Clube dos 13”. Um projeto maravilhoso, ousado e revolucionário que poderia ter mudado o futebol brasileiro se não fosse a vaidade dos clubes e a falta de peito de enfrentar.

O momento de enfrentar é esse. Nunca a CBF esteve tão frágil, existe o apoio governamental mostrado pelo Ministro dos Esportes presente no jogo do Mineirão (com declarações fortes, inclusive) e a Lei Pelé ampara a criação dessa liga. Cabe perceber se a vaidade e a falta de coragem não voltarão a imperar.

https://www.youtube.com/watch?v=oaH71Zkv1ZU

Espero que não porque esse confuso, mal colocado e controverso torneio pode ser o embrião da Liga brasileira de futebol. Todos os grandes países nesse esporte tem seus campeonatos nacionais em formato de ligas, com a federação local cuidando de seleções.

Aqui também tem que ser assim. CBF e federações estaduais estão cada vez mais ricas graças aos clubes e esses cada vez mais pobres. Como eu disse semana passada, no caso de Flamengo e Fluminense os clubes não sabem a força que tem e a FERJ nunca pode ser considerada maior que os clubes grandes do Rio. Tem que ser colocada no lugar dela.

A hora é essa. Quem quer uma mudança no futebol brasileiro tem que torcer para que dê certo. Não importa o campeão; o campeão tem que ser o futebol brasileiro. Que a CBF e principalmente a FERJ caiam no limbo acompanhadas de seus puxa sacos, que existem principalmente na imprensa carioca.

Que a Primeira Liga seja o começo.

Twitter – @aloisiovillar

Facebook – Aloisio Villar

One Reply to “A Primeira Liga”

  1. Tomara que dê certo. E mais: os clubes deveriam desafiar as federações locais.

    “Ah, mas a CBF desfilia”. Duvido!! Duvido a CBF tirar um Flamengo ou um Cruzeiro de seu Brasileirão. Rapidinho todos os outros clubes do país se filiariam à Primeira Liga!!

    Como você disse, não pode ter vaidade dos clubes e dos dirigentes. E mais: deve ter regras bem definidas, inclusive no campo administrativo – não tem estádio? Não paga salário em dia? Tá fora! “Mas ganhei a vaga em campo”. F…-se!!

    Aí sim será o pontapé definitivo para um campeonato decente – e que englobe o país todo!

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