Ontem, no Dia dos Namorados, fez um ano que começou a Copa do Mundo.

Evento legalzinho. Teve turistas à beça, gente de todas as partes do mundo, os melhores jogadores do planeta estiveram por aqui. A Alemanha mostrou ser legal, enfim, muitos disseram que não teria Copa, mas teve, sim.

Mas para quem?

Para a galera que pôde assistir aos jogos ao vivo, com certeza. Uma experiência inesquecível. Vários colunistas do blog tiveram essa oportunidade e relatam com saudade. Para comerciantes, sistema hoteleiro e até mesmo às cidades, o período foi fantástico. Pra quem interagiu com os estrangeiros nas festas e pegou umas gringas, também.

E para mais quem?

O Brasil um ano depois é melhor estruturalmente, financeiramente, culturalmente e esportivamente?

A postagem pode parecer meio amarga e é sim, mas pouquíssima coisa ficou dessa Copa do Mundo. Temos orgulho de que a Copa ocorreu e dizem ter sido a melhor das Copas, mas orgulho apenas da festa não muda a vida de ninguém. O Brasil voltou no tempo, voltamos a 1500, quando recebemos os europeus com nossas riquezas e ficamos felizes com espelhinhos dados em troca.

20140623_145930Em estrutura nada mudou. As cidades continuam caóticas, sem o mínimo de infraestrutura para atender seus cidadãos; o tal legado da Copa ficou apenas na promessa.

Temos estádios de futebol com graves problemas mesmo com menos de dois anos de inaugurados, cidades fazendo de tudo para que seus estádios não virem elefantes brancos. Fazendo show, alugando para igrejas ou fazendo acordos com times para mandarem lá seus jogos no Brasileiro. Outros estádios, reformados, perderam sua almas e viraram arenas “modernosas”, lindas e frias.

Financeiramente foi uma “farra do boi”. Nunca poucos ganharam tanto dinheiro quanto nessa copa do mundo. Obras superfaturadas apareciam a cada dia, atrasos obrigavam a aumento de gastos e atropelamento de licitações. A FIFA lucrou horrores e a conta começa a ser paga agora. Copa de poucos.

Culturalmente pouco ficou. Pouco aproveitamos para absorver de outros povos. Um ano depois não se vê quase nada; poderíamos ter absorvido coisas como a educação japonesa, que limpava estádios ao fim das partidas, mas seria pedir demais.

20140705_150619Esportivamente consegue ser a pior situação. O futebol brasileiro está falido dentro e fora de campo. As piores lembranças e histórias do futebol vêm dessa Copa em que aconteceu o vergonhoso 7 a 1, mas esse 7 a 1 não serviu para mudar em nada. Continuamos comandados por cartolas de honestidade duvidosa (alguns, sem mais dúvida nenhuma, presos na Suíça), a entressafra permanece com falta de qualidade no campo e apenas um jogador tendo que carregar a nação nas costas e os clubes cada vez mais com pires na mão. A falência de clubes como o Corinthians, outrora exemplo de administração, assusta.

Mas os clubes, com exceção de poucos, não pensam em se reestruturar, querem perdão de dívidas. Os cartolas não querem largar o osso mesmo com tudo provando que eles tem negócios escusos; e pior, ainda tivemos a volta de Eurico Miranda mostrando que 7 a 1 foi pouco.

Infelizmente não consigo separar o 7 a 1 e humilhações como a piedade alemã dessa Copa do Mundo. Pra mim, foi a pior Copa de todas e não vejo melhoras no Brasil como país após a mesma. Um ano depois e parece que estamos cada vez piores dentro e fora do campo.

E tem Olimpíadas chegando. Que eu não repita essa coluna em 2017.

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