Chegou o dia da eleição a presidente do Boi da Ilha do Governador.

Isso, se a péssima administração da agremiação permitir. A pior administração que eu já vi na minha vida seja de um grêmio recreativo, clube esportivo, cidade, estado, país etc. Em 30 anos que acompanho eleições de presidência da República até liderança de classe em turma ginasial, nada se compara à incompetência da gestão Gino Mandriola no Boi da ilha.

Pedra cantada antes do carnaval na minha coluna “A agonia de uma escola de samba”.

Pois bem. Essa direção incompetente e fracassada. Que faz um bairro corar de vergonha transformou sua administração em uma ditadura. A ditadura do fracasso, a ditadura do vexame, que aproveita a bagunça que ela mesma fez pra tentar se perpetuar no poder e talvez por essa bagunça não tenha eleição.

A ditadura “Boilivariana” quer nos impedir de participar da eleição. Eles, que não deviam nem tentar disputar por vergonha, se tivessem alguma hombridade. Entre fracassados, sanguessugas, vendidos e alguns inocentes montaram uma chapa mambembe e querem nos impedir usando brechas de um estatuto defasado e cara de pau sem limites. Mas nós vamos participar. Estaremos hoje lá.

Muito me perguntam porque tentar ser presidente do Boi e perguntam com razão. Nenhuma pessoa normal ou sem interesses escusos pode querer ser presidente de uma agremiação falida, de um arremedo de escola de samba, que já foi um dia, mas eu e meu grupo, o “Reage Boi”, estamos na luta.

Poderíamos montar uma nova escola, zero de dívida, com CNPJ novo, tudo novo e desfilaríamos junto com o Boi na avaliação. De repente em vez de tentar pagar parte dos astronômicos 160 mil de dívida para uma escola que está desde 2011 na Intendente poderíamos até “comprar” uma vaga grupo acima como outras já fizeram.

Mas é questão de honra.

Questão de honra tirar do Boi quem vem lhe sangrando. Questão de honra reformar esse estatuto autoritário, fazer uma auditoria externa e cobrar cada centavo de quem fez isso com a escola. Questão de honra colocar em seu estatuto que os dirigentes tem que responder por suas más gestões, parar desse negócio de fazer dívidas a torto e a direito e dizer que deve a fulano “de boca” sem apresentar comprovantes e assim machucar ainda mais a agremiação.

Questão de honra. Por Jorge Bossa Nova, por Jacaré, por Miguel Pancácio, por João Sergio, por Didi, por Aroldo Melodia, por Oliveira, por Portela, por todos os fundadores e baluartes, por Jota Brito, Bujão, Carlinhos Fuzil, Marquinhus do Banjo e Mauricio 100, por Luizinho Durão, Eloy Eharaldt e por cada um que colocou um tijolinho na quadra ou na história do Boi da Ilha.

Pelo grupo que represento. Por mim.

Hoje sou vencedor de 32 sambas de enredo. Ganhei os principais prêmios do carnaval, sou respeitado no meio e escrevo nos principais sites de samba que existem. Mas tudo isso devo ao Boi da Ilha que foi meu início, minha origem.

Foi lá que cheguei ainda garoto, com 20 anos, pra aprender a ser compositor e sambista. Lá aprendi a perder, vencer e ser homem. Lá me fiz respeitado e desde muito antes de casa ouvia seus ensaios e conseguia aprender os sambas mesmo sem ir a quadra.

Ouvia as apurações de todos os grupos na quarta feira de cinzas pela rádio tropical e na hora do Boi me desesperava porque entrava a Voz do Brasil e depois a Campanha da fraternidade.

Não preciso do Boi da Ilha hoje pra nada. Preciso hoje do Boi da Ilha para tudo.

Porque ele é meu Norte, minha casa, de onde nunca saí mesmo andando pelo mundo e não dormiria em paz ou conseguiria olhar meus filhos se deixasse essa agremiação acabar sem fazer nada. Um ano atrás criamos o “Reage Boi” num dia de apuração e continuamos lutando.

Eles sabem que tomam uma surra nas urnas se tiver eleições e por isso, borrados, tentam evitar. Mas a gente sabe que essa luta não acaba hoje. Mesmo se vencermos eles vão tentar alguma manobra porque sanguessugas não são exterminados facilmente e mesmo depois disso existe um monte de problemas pela frente.

Mas boiadeiro tem raça, se esmera.

Vamos lutar para que tudo se conduza bem e a democracia prevaleça. Ela há de prevalecer.

Brindaremos ao futuro nesse dia.

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