Um relatório divulgado recentemente pela Unaids (Programa das Nações Unidas para HIV e Aids) revela que o número de infecções com o vírus aumentou 11% no Brasil entre 2005 e 2013, indo na contramão da média global, que apresenta queda. Mesmo entre países vizinhos, vem havendo uma redução no índice geral de novos casos.

No México e no Peru, por exemplo, essas taxas caíram 39% e 26%, respectivamente. Em se tratando de dados mais globais, um índice do estudo que chama atenção é o fato de de que cerca de 54% das pessoas infectadas no mundo todo não têm consciência disso. Ou seja, 19 milhões das 35 milhões de pessoas que atualmente vivem com HIV no mundo não sabem que têm o vírus. “A vida não deve depender do acesso a um teste de HIV“, afirma o diretor executivo do Unaids, Michel Sidibé. “Ampliar as ações de forma estratégica é crucial para diminuir a distância entre as pessoas que sabem e as que não sabem que têm HIV, entre as que têm acesso a serviços e as que não o têm – bem como entre as que são protegidas e as que são discriminadas.” O relatório, intitulado GAP, compilou dados de 11 instituições parceiras da ONU em 189 países sobre a doença. O documento estima que, até o final do ano passado, 35 milhões de pessoas estavam vivendo com o vírus em todo o mundo.

O número confirma a tendência de queda no número de novas infecções, que chega a 13% nos últimos três anos.

Mortes

O índice de mortes atribuído à Aids também atingiu o mais baixo nível desde 2005, acumulando um declínio de 35% no período. A tuberculose continua a ser a principal causa de morte entre as pessoas que vivem com HIV. No Brasil, no entanto, o esse índice aumentou 7% entre 2005 e 2013, assim como ocorreu em outros países vizinhos, como Mèxico (9%). Em toda a América Latina, a Unaids estima que haja 1,6 milhão de pessoas portadoras do HIV.

Os grupos mais vulneráveis ao HIV na América Latina incluem mulheres trangêneros, homens gays e homens que fazem sexo com outros homens, profissionais do sexo e pessoas que injetam drogas. Aproximadamente um terço das novas infecções ocorrem entre jovens de 15 a 24 anos. Grupos relevantes ainda enfrentam um alto índice de estigmatização, discriminação e violência – um cenário que cria obstáculos no acesso à prevenção de HIV, ao tratamento e aos serviços de apoio.

Diante do resultado alarmante fica a dúvida: por que está ocorrendo tal situação no Brasil uma vez que o país é referência mundial no tratamento da Aids? A resposta é simples: a falsa ideia de que a Aids no Brasil virou resfriado, com o qual o país é mestre em combatê-lo. Mas não é bem assim. O tratamento da Aids não é tão simples, o vírus por sí só não sobrevive três minutos fora do sangue, mas na corrente sanguinea faz um grande estrago. Além disso, o HIV sofre mutações e torna-se altamente resistente ao longo dos anos. Cada vez mais é preciso descobrir novas fórmulas para tentar combatê-lo, e com isso a quantidade dos remédios aumenta cada vez mais. É preciso informar que portadores de HIV podem sofrer nova contaminação ao se relacionar sem proteção com outro portador do vírus, levando em conta o fator mutação, um novo tipo de vírus pode se formar. Imagine essa prática em um universo de milhões de infectados. Esse é um problema gigantesco.

Há uma prática comum entre alguns soropositivos que é a de manter relações sexuais desprotegidas, uma vez que já contraíram seu maior pesadelo. Desta forma, essas pessoas tendem a espalhar e disseminar a contaminação como se fosse um “presente”. Há uma prática em alguns países, e crescente aqui no Brasil, onde são organizadas orgias sem proteção, chamadas “bare” ou “bareback”, também conhecida como “fazer na pele”. Nestas orgias os adeptos sentem prazer em disseminar a contaminação, e, pasmem, por se contaminarem também.

Os dados mostram ainda que aproximadamente um terço das novas infecções na América Latina ocorre em pessoas jovens, com idade entre 15 anos e 24 anos. “Populações mais vulneráveis enfrentam altos níveis de estigma, discriminação e violência, que criam obstáculos no acesso à prevenção da doença, ao tratamento, ao cuidado e aos serviços de apoio”, informou o Unaids.

O órgão destacou, entretanto, que a América Latina continua a ser a região com a maior cobertura antirretroviral do mundo – aproximadamente 45% dos 1,6 milhão de pessoas com HIV que têm acesso à terapia. Novamente, os índices variam de país para país. Brasil, Chile, El Salvador, México, Peru e Venezuela registram mais de 40% de cobertura, enquanto o tratamento na Bolívia alcança menos de 20% das pessoas infectadas.

O diretor executivo da Unaids, Micehl Sidibé, afirma que é possível colocar um fim na epidemia de Aids até 2030. “Os próximos cinco anos determinarão os próximos 15 anos. Se o mundo participar dos esforços, até 2020 a humanidade estará no caminho de colocar um fim na epidemia até 2030”, afirmou o último relatório da Unaids. Colocar um fim na epidemia significa, entre outros, que a difusão do vírus estará sob controle ou contida e que o impacto do vírus nas pessoas e sociedade estará marginalizado.

O coquetel

O relatório ressaltou também que Brasil e Panamá alteraram recentemente o protocolo de atendimento para soropositivos, possibilitando que todas as pessoas com HIV, independentemente da carga viral do paciente, recebam atendimento.

Ao ser diagnosticada como soropositiva, já é possível começar a se tratar – decisão que deve ser tomada em conjunto com o médico, de acordo com os números mostrados nos exames de sangue. No Brasil, a novidade é que o tratamento antirretroviral, a partir de agora, estará disponível a todos os portadores de HIV, independentemente da contagem das células CD4 (as células de defesa do organismo). Até então, o protocolo usado no SUS garantia medicamentos apenas para aqueles com menos de 500 CD4 por milímetro cúbico de sangue – ou seja, em estágios mais avançados da infecção, já com risco de contrair doenças oportunistas.

O tratamento principal contra a doença continua sendo o coquetel, como é conhecido popularmente. Trata-se de uma mistura de diversos medicamentos antirretrovirais – 22 estão disponíveis, no total, e entre si podem ser combinados de três a seis. Apesar de eficazes, não se trata, de jeito nenhum, de algo simples.

CD4 e carga viral

  1. As células CD4 são as células mais importantes do sistema imunológico, que nos protege contra infecções e doenças.
  2. A contagem das células CD4 diz-nos quantas dessas células estão presentes numa gota de sangue. Quantas mais, melhor.
  3. A carga viral mede a quantidade de HIV presente numa gota de sangue. Deve ter-se a menor quantidade possível de HIV.
  4. Quando a contagem das células CD4 é baixa, a carga viral é normalmente alta. Esta situação não é boa.
  5. Quando a contagem das células CD4 é alta, a carga viral é normalmente baixa. Esta situação é boa.
  6. Se a contagem das células CD4 descer para 350 ou menos, é recomendado que se inicie o tratamento (exceto no Brasil e Panama, como informado anteriormente).
  7. O resultado do tratamento deve ser o aumento das células CD4 e a descida da carga viral.

Atenção para as lésbicas

Quando se fala em DST e Aids, as lésbicas ficam sempre esquecidas, diversas campanhas e estudos esão relacionados ao universo homossexual masculino. logo vem à mente falar-se para um público masculino, mesmo em se tratando de grandes publicidades governamentais divulgadas todos os anos, onde materiais específicos para mulhes ainda é raro. Talvez por isso, ainda são poucas as mulheres que se preocupam com prevenção de DSTs quando se relacionam sexualmente com outras mulheres, surge a impressão de que não é preciso cuidado, o que é um mito. Existe sim o risco de contrair DSTs e outras doenças através do sexo lésbico.

Um caso raro de possível transmissão de HIV entre mulheres foi anunciado em março deste ano por autoridades de saúde americanas. Uma mulher, de 46 anos, adquiriu o vírus HIV de sua parceira, portadora do HIV. A paciente, que não teve o nome revelado, já teve relações heterossexuais anteriormente, mas não nos dez anos anteriores à infecção. Sua companheira, de 43 anos, diagnosticada com o vírus em 2008, foi sua única parceira sexual nos seis meses antes do teste positivo do HIV. A mulher não apresentou nenhum dos outros fatores de risco, como uso de drogas injetáveis, transplante de órgão, acupuntura ou sexo desprotegido com outro parceiro. O vírus tinha 98% de semelhança genética com o da parceira. O casal disse não ter recebido informações sobre práticas de sexo seguro e contou que mantém relações sem proteção rotineiramente. “Elas descreveram seu contato sexual como intenso, chegando a levar ao sangramento de uma delas“, explica o texto do CDC. “Elas também informaram ter feito sexo sem proteção durante seu período de menstruação” completou a nota.

Como informado anteriormente, muitas lésbicas não possuem conhecimento de formas de proteções, as pessoas tendem a relacionar o uso de camisinha à imagem do pênis, sendo desnecessária no sexo entre lésbicas, mas é importante saber que a camisinha também tem um dos papéis mais importantes no sexo lésbico. Quando há utilização de consolo, muitas das vezes o objeto penetra as duas parceiras durante o sexo, e há a possibilidade de ocorrer micro fissuras e pequenos sangramentos que pode sim contaminar a outra. É indicado pelos profissionais de saúde que sejam utilizadas luvas de látex ou dedeiras na hora da penetração, mas, convenhamos usar uma luva não é lá muito agradável, além de exigir bastante lubrificação, pode não ser tão confortável para a parceira, dificultando a estimulação e o prazer. Desta forma, as camisinhas são ideais na hora de penetrar a parceira.

Em relação ao sexo oral, muitos profissionais de saúde sugerem que seja utilizado filme plástico para proteger a entrada do canal vaginal e o clitóris. Para estes casos, existem inclusive camisinhas
próprias para língua. Então, mulheres, corram atrás da sua própria proteção e façam sexo tranquilamente.

Diante dos fatos, é preciso conscientização de todos para combater esse mal, com prevenção e esclarecimento já damos um passo gigantesco.