Apesar da euforia econômica vivida no país com o começo promissor do Plano Real, as escola de samba paulistanas não atravessavam um bom momento em termos financeiros para o Carnaval de 1996. Apesar do corte da subvenção por parte da Prefeitura ter sido revogado, a maioria das agremiações teve que correr atrás do apoio de patrocinadores para conseguir colocar um bom Carnaval na Avenida.

Agremiações como a Tom Maior, que voltava ao primeiro grupo, contaram com a ajuda de diversas pequenas empresas. A vermelho-e-amarelo do Sumaré fechou parcerias com lojas de instrumentos musicais, dentre outros materiais necessários para a confecção de seu Carnaval e foi a que chegou mais “amparada” para os desfiles. A cervejaria Antarctica também contribuiu com um apoio para Rosas de Ouro e Vai-Vai, enquanto a então campeã Gaviões da Fiel optou por fazer o seu Carnaval “sozinha” para não sofrer interferências dos patrocinadores.

Seguindo a velha máxima de “tirar da cabeça o que do bolso não dá”, os Carnavalescos usaram como nunca os materiais reciclados e usaram de sua criatividade para promover o belo espetáculo que o público espera ver no Anhembi. Falando nisso, a grande contratação do Carnaval foi feita pela Nenê de Vila Matilde, que contratou o Carnavalesco Joãosinho Trinta para desenvolver o seu desfile. Já a Mocidade Alegre, contratou o cantor Vaguinho, que havia estreado no Anhembi pelo Peruche no ano anterior.

Um bom jeito de superar dificuldades financeiras sempre é escolher um bom enredo. A Gaviões da Fiel tentou o bicampeonato com um desfile sobre a chegada do Século XXI, sobre como devíamos nos preparar para a virada do milênio e, mais uma vez possuindo o melhor samba do ano, lembrava que o mundo não iria acabar. A Rosas de Ouro tentaria recuperar sua hegemonia com um desfile sobre a história dos correios.

Já o Camisa Verde e Branco, enfrentando uma série de problemas financeiros e estruturais, tinha expectativas reduzidas para seu desfile sobre os loucos geniais, enquanto a Vai-Vai tentaria mais uma vez levantar a Passarela com um enredo sobre a vida noturna e uma homenagem à atriz e cantora Lilian Gonçalves. A Mocidade Alegre, por sua vez, falaria sobre a vaidade.

Depois dos belos Carnavais apresentados nos dois anos anteriores, mas que por uma série de motivos não acabaram bem sucedidos, a Nenê de Vila Matilde mais uma vez tentaria a volta por cima contando a história da comunicação e homenageando o grande Chacrinha. Para manter sua evolução e, quem sabe, beliscar o primeiro título, a X-9 Paulistana pedia paz e amor na Passarela relembrando os tempos de Woodstock, enquanto a Peruche buscava voltar a brigar nas primeiras posições com um desfile sobre as relações, digamos, mais íntimas entre homens e mulheres.

Vindas do Grupo de Acesso, Tom Maior e Pérola Negra completavam o primeiro grupo trazendo para Avenida enredos bem diferentes. A escola do Sumaré trouxe um abstrato enredo sobre os fios, enquanto a agremiação da Vila Madalena tentaria a manutenção no Grupo Especial falando sobre as navegações.

E foi justamente a Jóia Rara do Samba que abriu a maratona de desfiles de 1996 no Anhembi com o enredo “Navegar é Preciso”. Para uma escola que estava chegando ao Grupo Especial, foi um desfile bastante razoável. Com um potencial econômico relativamente bom, a escola da Vila Madalena apresentou um enredo simples, com fantasias de fácil leitura e alegorias de bom visual.

O enredo desenvolvido por Wany Araújo optou por puxar para um lado mais genérico do tema do que propriamente contar uma história. Piratas, marujos, caravelas, capitães, dentre outras representações conhecidas sobre o tema navegações foram jogadas em fantasias com muitas plumas e, na medida do possível, algum luxo. A divisão cromática pendeu naturalmente para o azul e branco. Em algumas fantasias, como a que precedia o terceiro carro, a escolha das cores tornava desnecessário um gasto muito alto, ou seja, era possível fazer algo belo e barato.

As alegorias, apesar de bastante pobres, estavam bem concebidas e de fácil leitura. Bandeiras de piratas, caravelas, a arca de Noé e um barco viking foram alguns dos símbolos representadas em alegorias que oscilaram bastante em termos de tamanho e bom acabamento, mas que não foram um desastre no conjunto da obra. Embora destoasse um pouco do tema, para não dizer que destoou completamente, havia uma ala muito bacana com componentes usando patins, bastante semelhante à da Rosas de Ouro em 1995.

De se lamentar apenas o desenvolvimento do enredo, que em alguns momentos não queria dizer nada com coisa nenhuma e a evolução confusa da azul-e-vermelho. Alas se embolaram e foram mal dispostas na Avenida. Havia um espaçamento enorme entre duas alegorias o que quebrou completamente o conjunto visual. Apesar da boa apresentação, havia sim um risco razoável de rebaixamento.

A segunda escola a desfilar foi a Tom Maior, que apresentou o enredo “A vida por um fio”. Desfilando pela primeira vez entre as grandes no Anhembi, a vermelho-e-amarelo conseguiu uma apresentação muito simpática no confuso e abstrato enredo sobre os fios. A proposta da escola era mostrar que tudo na Avenida estava ligado pelos fios. Apesar da concepção estranha, na Avenida tudo foi mostrado com certa clareza.

O abre-alas, que falava sobre os fios de cabelo, não era lá muito luxuoso, mas, todo em amarelo, conseguia um ótimo efeito. O primeiro setor ainda falava sobre o “fio” do cordão umbilical, que seria um presente de Deus para simbolizar o dom da vida. No segundo setor, fio do telefone, fios de eletricidade, fios que levam as imagens da TV para as casas das pessoas, dentre outros fios associados à tecnologia apareceram no segundo setor, que ganhou o carro mais infeliz do desfile. Visivelmente inacabado e com ferragens à mostra, não foi nem de longe aquilo que foi proposto pelo Carnavalesco.

O setor seguinte era o mais animado do desfile, falava sobre marionentes, sobre os fios de serpentina do Carnaval, dentre outras festas e ganhou um carro muito bonito, com cores vivas, chamado “O palco da ilusão” que tinha uma ideia muito interessante: os palhaços é quem seguravam fios e faziam dos humanos suas marionetes. No quarto setor, os esportes: os fios de pesca, os fios do para-quedas, etc.

No setor final, a escola pretendia passar uma mensagem importante: valorize sua vida pois ela está sempre por um fio. E, enquanto restar um fio de esperança, acredite. Foi um belo encerramento para uma apresentação bem simpática. As fantasias conseguiram bom efeito com cores fortes, com muito vermelho, amarelo e fantasias bastante bem acabadas para uma escola vinda do Acesso. O risco de rebaixamento ainda existia, mas foi um desfile mais feliz que o da Pérola Negra.

Na sequência, a Unidos do Peruche veio superar o desfile ruim de 1995 através do enredo “A cor do pecado – o chocolate”. A Filial do Samba prometia um desfile bastante descontraído para falar sobre o chocolate e as relações mais íntimas entre homens e mulheres. Uma relação inusitada, mas justificada. É que a primeira história contada pela Peruche era a de uma bebida baseada no cacau que era consumida apenas pela nobreza e que teria poderes afrodisíacos.

A comissão de frente trazia doze homens que carregavam representações do cacau que, no desfile da Filial do Samba, passava um recado bastante claro: o cacau é da cor do pecado. A coreografia não era das melhores, mas a mensagem foi transmitida com bastante clareza. O abre-alas, predominantemente verde, falava sobre a descoberta do fruto e trazia destaques trajadas como dançarinas espanholas. Era um carro bonito, bem acabado e de bom efeito, mas sem qualquer luxo.

A Peruche, no entanto, enfrentou três problemas claros do início ao fim do seu desfile. O primeiro é que o enredo, apesar da boa comunicação com o público, era confuso. A ideia do Carnavalesco Albeci Pereira de misturar chocolate com sensualidade não foi bem sucedida. O segundo, até por consequência do primeiro, foi um fraco samba-enredo que tinha variações melódicas muito desagradáveis e prejudicou bastante o canto dos componentes – houve inclusive uma paradinha completamente desastrosa. Algumas alas passaram visivelmente sem cantar o samba. Por fim, a evolução da Filial do Samba se mostrou completamente confusa. A escola parecia não conseguir preencher os espaços da Avenida e, assim, ziguezagueou pela Passarela.

O conjunto visual, se não fazia frente às principais escolas, também não era dos piores. As fantasias do primeiro setor estavam muito bem acabadas e o Carnavalesco explorou um bom número de cores. Roxo, azul, branco, amarelo e vermelho foram algumas tonalidades exploradas para contar a história da chegada dos espanhóis à América e o contato com a tal bebida afrodisíaca. Faltou apenas um pouco de clareza nas fantasias. Aliás, o segundo carro demonstrava a fraqueza do enredo ao demonstrar mais uma vez a Espanha – carro este que não foi dos mais felizes.

No segundo setor, o nível das fantasias caiu. A ala do México trazia uma representação pobre de um sobreiro e uma roupa tipicamente mexicana. A fantasia do primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, apesar de luxuosa e bem acabada, não conseguiu um bom efeito visual. A fantasia da bateria, que falava sobre a magia do chocolate, também não era das melhores. Gostei da ala seguinte, com uma linda fantasia em verde e carregada de folhas que representava a presença do cacau na Amazônia.

Não há muitos registros sobre o desfile em sua metade final, mas sabe-se que houve uma melhora considerável no nível das alegorias. O enredo, a evolução e o canto dos componentes, no entanto, continuou fraco. Foi um típico desfile de meio de tabela. Se não dava à Peruche chances de título, também não havia qualquer risco de rebaixamento.

Com o enredo “Uma história de luxo e vaidade”, a Mocidade Alegre foi a quarta escola a pisar na Avenida. O enredo pretendia enfocar as relações humanas sob o ponto de vista da vaidade. Sobre quando o nosso amor é recebido e correspondido pela outra pessoa, por exemplo. Já no esquenta, o cantor Vaguinho chamava a escola para buscar o caneco que não vencia há 16 anos. E, de certa forma, a Morada do Samba cumpriu o seu papel, mas não fez um desfile campeão.

O samba, se não era dos mais poéticos, tinha dois refrãos explosivos, e levantou as arquibancadas do Anhembi pela primeira vez na noite. Os dois primeiros sambas, mais cadenciados, não o fizeram. A comissão de frente tinha fantasias luxuosas e imponentes, que, em contrapartida, dificultaram a coreografia pretendida pela escola. O abre-alas foi a decepção do desfile da Morada. Representando o pavão, o mais vaidoso dos animais, era muito pequeno e, além do pavão e suas penas, não tinha mais absolutamente nada.

A divisão cromática do primeiro setor foi muito interessante. A estreante Carnavalesca Vaniria Nejeleski prometia fugir do costume de usar apenas as cores da escola e cumpriu. O amarelo e o roxo apareceram com bastante destaque em um setor recheado de boas fantasias, com muitas plumas e que renderam um bom visual. O segundo carro, mais bem acabado, pecou na concepção e, para piorar, não tinha suas estruturas muito bem fixadas, o que intimidou muitos desfilantes de nele subirem. Nesse segundo setor, formou-se um pequeno buraco entre as alas.

O terceiro setor, que falou muito sobre o Egito, foi o melhor do desfile, com lindas fantasias e um belíssimo carro. Grande, imponente e com mais de 600 plumas, estava muito melhor que o abre-alas e a segunda alegoria. O quarto carro, sobre Narciso, tinha uma concepção interessante e também teve um bom efeito. Ainda assim, é necessário dizer que as fantasias da escola do Bairro do Limão estavam muito superiores às alegorias.

Apesar de um ou outro problema, a Mocidade Alegre fez uma boa apresentação, melhor que a das duas primeiras agremiações com sobras. Ainda assim, não parecia pronta para brigar pelo título, mas ainda podia sonhar com uma boa colocação.

Grata surpresa do desfile de 1995, a X-9 Paulistana foi a quinta agremiação a rasgar o chão do Anhembi para apresentar o enredo “Paz e amor… Bicho”. A escola da Parada Inglesa era aguardada com bastante expectativa por conta de seu desfile do ano anterior e também por conta do enredo ousado. Até pela expectativa, a mais jovem escola do Grupo Especial acabou decepcionando um pouco.

O início da apresentação da X-9 foi animador. A Comissão de Frente, apesar da fantasia carregada – e impecavelmente acabada – fez uma boa coreografia e, representando “Anjos psicodélicos”, apresentou o enredo com correção. Mas o que impressionou mesmo foi o abre-alas. Até então, a Terra da Garoa não havia visto nada que se comparasse ao luxo e a imponência de um carro que, iluminado em neon e espalhando gelo seco pela Passarela, era dividido em dois andares: no de cima, estavam representadas as festas “caretas” da alta sociedade no tempo dos hippies. No andar inferior, a alegria desse grupo era simbolizada. Sem dúvida, um carro belíssimo que, ironicamente, perdeu parte de seu efeito justamente pelo gelo seco que escondeu parte da alegoria.

As fantasias estavam bem bastante claras, bem representadas e com bom acabamento, mas faltou algo a mais, faltou luxo, faltou Carnaval. Além do mais, algumas alas pareciam se repetir. Os anjos psicodélicos, por exemplo, voltaram a aparecer no segundo setor. Além do mais, a escolha das cores das fantasias por parte do Carnavalesco Augusto Oliveira não foi feliz e, visto de cima, o desfile parecia não ter um conjunto. O efeito desejado não foi nem de longe alcançado.

O enredo se perdeu um pouco por não saber se tratava de amor ou dos hippies ou do que quer que seja. Os pontos altos foram, sem dúvida, o animado samba que rendeu bem em mais uma grande interpretação de Royce do Cavaco, e as alegorias. O terceiro carro, chamado “Os festivais”, que falava sobre os festivais de rock, tinha uma concepção interessante e foi muito bem acabado. Esse carro fazia parte do setor que relembrava, nas alas, os festivais mais famosos, o que recolocou o enredo nos eixos.

O quarto carro foi o ponto negativo do conjunto alegórico da escola da Zona Norte. Chamado “A força dos flores”, visava mostrar o poder do amor, mas não tinha nem amor, nem flor, nem acabamento, nem coisa alguma. O quinto carro também estava muito bonito, com cores muito vivas e muitos adereços. Os setores finais, dedicados ao que o movimento representou no Brasil, também agradou, principalmente pelo desenvolvimento mais claro e adequado ao que foi proposto. No fim das contas, foi uma boa apresentação, a melhor das quatro que já tinham desfilado, mas ficou o gosto de “quero mais”.

gavioes1996A primeira grande favorita a pisar na Avenida foi a campeã de 1995, a Gaviões da Fiel, que trouxe o enredo “Quem viver verá o vinte virar”. Apoiada por mais um belíssimo samba-enredo, que, para variar, foi cantado com perfeição pelo grande Ernesto Teixeira, a Fiel agitou as arquibancadas. O refrão “O mundo não vai acabar / vou delirar de prazer, de prazer / quem viver verá / quando o vinte virar / quero estar com você” caiu nas graças do povo e era o ponto de alto de um samba perfeito em letra e com uma melodia muito bem construída.

O abre-alas da Gaviões trazia o Gavião robotizado e estava bastante luxuoso, mas a opção por fazê-lo completamente em amarelo com apenas o nome da escola em vermelho, não foi feliz. Apesar do carro representar o fogo, teria sido mais interessante mesclar com outras cores, ou pelo menos usar outros tons de amarelo. Mesmo porque a Comissão de Frente, chamada “Os filhos do Sol” e que representava o primeiro alvorecer do terceiro milênio, também estava toda em amarelo.

O primeiro setor do desfile destoava um pouco do enredo, falava sobre a existência de vida em outros planetas e apresentou fantasias de realização pouco feliz. A despeito do acabamento impecável, a representação do futuro através de símbolos robotizados, como sempre costuma acontecer, não garantiu um visual dos melhores. O segundo carro, inspirado em Steven Spielberg, trazia espaçonaves fazendo contato imediato com a folia e estava bem bonito.

No terceiro setor, o enredo começava a apresentar uma proposta mais clara. A ala “Mensageiro dos deuses” dizia que o avanço da tecnologia no Século XX ainda não tornava possível saber como seria a vida no Século XXI. Assim, só apelando para os deuses para ter uma ideia de como serão as coisas. O nível das fantasias melhorou consideravelmente. Fantasiada de São Jorge, a Bateria veio impecavelmente trajada em branco e preto, com plumas brancas sobre a cabeça dos 320 ritimistas, o que provocou um ótimo efeito. A ideia do setor foi representada no terceiro carro, que retratava “Os mistérios e magias do infinito do Céu”, pois, segundo a astrologia, era lá que estava escrito o futuro.

No quarto setor, o enredo voltou a perder um pouco do seu sentido. O Século XXI, a tecnologia, enfim, o que parecia ser a espinha dorsal do enredo, deu lugar a mais alas sobre misticismo, crenças e a fé do brasileiro. Contraditoriamente, o carro destinado ao setor representava a nova era, “O terceiro milênio”, com uma muito bem realizada “versão 2.0” da Arca de Noé, que mesclava o avanço do conhecimento através de satélites espaciais e a natureza com os animais, passando uma mensagem otimista de um futuro de harmonia entre tecnologia e natureza.

Aliás, afora um ou outro erro de concepção, o desfile da Gaviões foi impecável do ponto de vista plástico. Fantasias a alegorias muito bem realizadas impressionavam pelo bom acabamento provocando o melhor conjunto visual da noite até ali em termos de confecção. O enredo, porém, complicou a vida da escola. Além de não fazer muito sentido, tinha alas de difícil realização e, ainda que a proposta ficasse clara, a beleza não era exatamente o ponto forte de alguns setores.

Esse problema, no entanto, não foi enfrentado com o sexto carro, o belíssimo “Palácio de Netuno” que, todo em azul, era adornado por baleias, tubarões, dentre outros animais que vivem no mar. Embora aumentasse a “salada de frutas” que era o enredo, foi muito bem realizado. Faça-se justiça que o Carnavalesco Raúl Diniz justificava as muitas passagens relacionadas ao mar com um palpite de que era de lá que sairiam a maioria dos recursos alimentícios da humanidade no Novo Milênio. Ainda assim, ficou bastante forçado.

Fechando o desfile, nos setores finais, o penúltimo carro, todo em vermelho, tinha muitos destaques e falava do amor no terceiro milênio, com casamento de seres de diferentes galáxias. Já o último, mostrava a Lua e era o mais pobre do desfile. Curiosamente, foi um dos mais bem concebidos. Foi um bom desfile, o bicampeonato não estava descartado, mas a sensação era de que a taça estava nas mãos das próximas concorrentes.

Sétima escola a iniciar seu desfile, a Nenê de Vila Matilde prometia uma grande exibição na defesa do enredo “Comunicação – taí a informação”. O desfile assinado por Joãosinho Trinta falava, para início de conversa, em levar para o Anhembi a maior águia da história da escola. Faltou, no entanto combinar isso com aquela espécie de portal que fica sobre o portão inicial da Passarela. O tal portal limitava a entrada do Anhembi a uma largura menor que a das asas da águia. Resultado: tome águia sem asas durante todo o desfile.

Antes, no entanto, a “águia manca” fosse o único problema da agremiação da Vila Matilde. Para começar, o samba-enredo era, com alguma folga, o pior do ano no Grupo Especial de São Paulo. Como desgraça pouca é bobagem, o grande Dom Marcos viveu um de seus dias mais infelizes e prejudicou ainda mais uma obra que já não era das mais brilhantes.

Nem tudo, entretanto, foi motivo para se lamentar. Primeiramente, o tema “comunicação” foi muito bem desenvolvido pelo genial Joãosinho Trinta. O multicampeão do Carnaval do Rio de Janeiro queria passar uma mensagem simples: de que servem celulares, computadores e televisores sem o coração, sem a emoção? De certa forma, era uma abordagem semelhante a um dos setores da escola anterior, a Gaviões da Fiel.

A falta de recursos da azul-e-branca, no entanto, era evidente. A comissão de frente, representando a transformação do homem em águia – e assim em um ser que ultrapassa todas as fronteiras e limites -, era das mais pobres a desfilar naquela noite e tinha uma coreografia bastante simples. O abre-alas chegava a dar pena. Mesmo com as asas perdidas, cada uma com seis metros de comprimento, o carro seria um dos mais simples do Carnaval de 1996. Além do símbolo da escola, havia uma pequena nave espacial em seus pés e algumas antenas parabólicas ao fundo.

As fantasias do primeiro setor tiveram como ponto positivo a impecável divisão cromática. Diversos tons de azul foram mesclados ao branco garantindo um ótimo efeito para fantasias que nem sempre eram das melhores em termos de acabamento. A opção pelo predomínio das cores da escola era plenamente justificável pois era um setor que falava muito sobre tecnologia espacial, a Terra, astronautas e, assim, o azul seria uma opção natural até em outras escolas.

O segundo carro, que sintetizava o setor dos indígenas, tinha uma concepção interessante aproveitando-se da lenda do boto cor de rosa, mas não apresentou bom acabamento e não conseguiu bom efeito. As fantasias dos casais de mestre-sala e porta-bandeira e dos cerca de 250 componentes, por outro lado, estavam bastante luxuosas e bem bonitas, com muitas plumas.

Esse bom gosto, no entanto, infelizmente não foi regra na apresentação da azul-e-branco. Mesmo tentando “tirar da cabeça o que do bolso não dá”, J30 foi muito prejudicado pela falta de recursos e o conjunto alegórico foi um dos piores do ano. O carro da telecomunicação, por exemplo, estava muito mal adereçado e, para piorar, era quase uma repetição do abre-alas.

A divisão cromática que, como dito, melhorou um pouco o nível das fantasias, salvou a escola de um desastre maior e que poderia até mesmo culminar em um rebaixamento. O azul, misturado ao branco, ao amarelo e até ao rosa, garantiu ótimas fantasias, como por exemplo a do pombo-correio. Destaque também positivo para o “Tripé de Oxalá”, que era mais bonito, luxuoso e bem acabado que o abre-alas.

rosas1996Passado o decepcionante desfile da Nenê, a Rosas de Ouro foi a oitava escola a pisar na Avenida para contar a história dos correios através do enredo “Uma janela para o Mundo”. Patrocinado pela empresa responsável pela entrega de cartas e encomendas no Brasil, os Correios, o enredo ganhou um (fraco) samba com versos que escancaravam a ajuda financeira: “É tão bonito / O prédio dos Correios / Na Avenida São João / A credibilidade do povão”.

Mais uma vez, a Roseira fez uma grande apresentação tendo nos quesitos visuais o seus pontos mais fortes. O desfile começava, tal como no caso da Peruche, na chegada dos colonizadores. Nesse caso, os portugueses no Brasil. O leitor provavelmente sabe que, ao chegar por aqui, os portugueses fizeram, através de Pero Vaz de Caminha, uma carta para relatar o que haviam encontrado. Essa carta, a primeira da história do Brasil, serviu de base para o primeiro setor.

Sempre competente, o excelente Carnavalesco Tito Arantes fez boas fantasias sobre índios, portugueses a araras vermelhas. Essa ala, a primeira logo após o belo, porém simples se comparado ao de anos anteriores da escola da Freguesia do Ó, chamou a atenção pela coreografia em que os componentes corriam de um lado para o outro em certo ponto do samba. O segundo carro, chamado “Floresta Tropical”, também estava bem bonito.

O terceiro setor também foi dedicado à carta de Caminha. Diga-se de passagem, o enredo poderia ter sido mais criativo. Em todo caso, as alas que retratavam as belas naturais que encantaram os europeus foram executadas com correção e muita clareza. Foi nitidamente um desfile menos luxuoso que os anteriores da Rosas, mas o bom gosto esteve presente do início ao fim. O desfile enfim deslanchou quando a escola passou a viajar por cartas históricas, como a de D. Pedro I avisando seu pai que ficaria no país, retratada no carro “Grito de Independência”.

Nos setores finais, quando a escola falou de pombos-correio e justificou o patrocínio dos Correios, o desfile apresentou boas alegorias e fantasias coloridas, que garantiram bom efeito. Foi um bom desfile da Roseira e o título não estava descartado.

vaivai1996Na sequência, foi a vez da Vai-Vai pisar na Avenida para homenagear a cantora Lilian Gonçalves e a vida noturna através do enredo “A Rainha, a Noite Tudo Transforma”. E para auxiliar Thobias da Vai-Vai no começo do desfile, além do amanhecer em São Paulo, havia ninguém menos que Beth Carvalho que acompanhou todo o desfile ali do carro de som. O samba, aliás, não era dos mais poéticos, mas levantou o Anhembi com um refrão explosivo e um acompanhamento maravilhoso da sempre firme bateria de Mestre Tadeu.

A comissão de frente, apesar da fantasia muito pesada, que prejudicava a coreografia, fez uma boa apresentação para representar a visão milenar da noite, ou seja, a ideia de que a noite cobria o Mundo. Logo depois, um abre-alas quase todo em branco que representava uma festa milenar em homenagem a Baco, deus do Vinho. Os seis dias e seis noites de folia eram representados em oito metros de comprimento, doze de largura e adornado por panteras negras que protegiam a coroa da escola. Sem dúvida, apesar de uma ou outra falha de acabamento, um belo carro.

O enredo foi desenvolvido com correção e obedeceu uma ordem bastante lógica. No primeiro setor, apareceram os gregos e as noites alegradas pelos teatros; os romanos e as festas dos imperadores romanos também foram lembradas em belíssimas fantasias. Luxuosas, de ótimo gosto e com cores bastante vivas e que remetiam à arte greco-romana, as fantasias que seguiram o abre-alas mostravam que ali estava desfilando uma grande candidata ao título.vaivai1996b

A opção por cores mais neutras foi predominante nos primeiros setores, mas deu lugar ao preto e as tonalidades mais escuras na segunda metade do desfile, que falava propriamente sobre a noite paulistana. Como o dia já estava mais claro, um pouco do efeito se perdeu. Foi isso, de certa forma, que ocorreu com o belo segundo carro, do teatro clássico. Com duas máscaras marrons, que sempre acompanhavam os atores da época, ele certamente seria bem melhor aproveitado em um desfile no meio da madrugada e não pela manhã.

De todo modo, em alguns casos, não dava para fugir do preto até por conta do enredo que falava sobre a noite. A ala dos bruxos, que representava a noite como “um convite à imaginação”, por exemplo, atingiu um bom efeito mesmo à luz do dia. O terceiro carro, em azul e vermelho, era chamado “Carrossel” e representava os sonhos infantis. Foi a síntese de um setor recheado de boas fantasias, também tendo o azul e vermelho como cores principais e que manteve o alto padrão do desfile.

A Vai-Vai se consolidou como a maior postulante ao título a desfilar até então. A apoteose provocada na arquibancada comprovava a grande aceitação da apresentação por parte do público. O quarto setor, que enfim entrou na noite paulistana, foi representado no pior dentre os sete carros do desfile, o carro das casas noturnas. Pobre e mal concebido, ele chamou a atenção apenas pela presença sempre marcante dos Demônios da Garoa.

Os setores seguinte, apesar da divisão cromática exageradamente preta, ganharam dois bons carros alegóricos. O sétimo, aliás, tinha uma concepção interessante para representar o “circuito aberto e fechado do prazer”. Quem apareceu nesse carro foram o lutador Maguila e o cantor Wilson Simonal. A linda fantasia das baianas em preto, branco e prata abriu o setor destinado à Lilian Gonçalves e, assim, encerrou uma excelente apresentação da Saracura. As chances de título, mesmo por conta do ano carente de grandes desfiles, eram altíssimas.

Passada uma gigante, entrou outra. Afundado em crise, o Camisa Verde Branco chegou para encerrar o Carnaval de 1996 com o enredo “Loucos da Corte, muito além da inspiração”. Um confuso enredo sobre grandes invenções que, de uma forma ou outra, pretendia falar um pouco sobre preconceitos e, com um pouco de boa vontade, sobre a atriz Leila Diniz, que havia falecido 24 anos antes.

Conhecida por sempre levantar o Anhembi, a escola da Barra Funda não conseguiu levantar o já desgastado público presente na Passarela do Samba. Mesmo porque o samba, além de não ser dos melhores, era bastante cadenciado e foi cantado num tom bastante baixo. A Bateria Furiosa também optou por levar o samba em um ritmo mais lento e, assim, o Trevo, apesar da emoção, passou quase indiferente pelas arquibancadas.

Foi um Carnaval muito difícil para o Camisa. Dificuldades financeiras e estruturais de uma gigante que havia se acomodado, fizeram a escola entrar na Avenida pensando, somente, em afastar qualquer risco de cair para o grupo de acesso. O abre-alas da escola era quase uma síntese daquele pré-Carnaval. Imponente, todo em verde, remetia à grandeza da escola. Visto de perto, porém, estava nitidamente mal acabado e pobre.

O enredo foi, apesar da concepção confusa, desenvolvido com certa correção. As primeiras alas lembravam as invenções do italiano Marconi, como o telégrafo e o rádio. Apesar das fantasias razoáveis, o segundo carro, chamado “Cela mágica” e que pretendia representar a sala de onde saíam as invenções de Marconi, era pequeno, pobre e praticamente sem qualquer adereço. É difícil até de imaginar como seria aquele carro se ele pudesse ser concluído.

Gostei da ideia de retratar na Ala das Crianças as pipas – ou “papagaios” – que ajudaram Benjamin Franklin na invenção do para-raios. O setor ganhou boas fantasias com uma escolha de cores interessante para falar de Santos Dumont. O acabamento em geral não estava dos melhores, mas ao menos o efeito não foi um desastre como os carros alegóricos. O terceiro, que trazia a história do sonho de Ícaro de voar para o Brasil, chamando Santos Dumont de Ícaro brasileiro trazia alguns destaques sobre plataformas adereçadas com fitas verdes de papel crepom e nada mais. Sequer era possível encontrar o Pai da Aviação ali.

No setor seguinte, quando a escola falou das invenções que revolucionaram a comunicação, quem ganhou o espaço foi Graham-Bell, que inventou o telefone. Logo atrás da bateria, veio o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira trajado em uma fantasia que foi exatamente o oposto do resto do desfile: bom acabamento e relativo luxo, mas concepção pouco feliz.

O baixo padrão das alegorias foi mantido no quinto carro, chamado “Tipografia”, e que lembrava a Bíblia de Gutemberg que praticamente deu início à impressão. A boa surpresa foi a sexta alegoria, que lembrava mais uma vez a Independência do Brasil. O carro “Sonho de liberdade” homenageava Tiradentes e era bastante colorida, relativamente grande e tinha algum luxo.

Quanto à divisão cromática, faço ressalva apenas quanto ao excesso de verde e branco. Não faz sentido, por exemplo, representar a Revolução Francesa através das cores da escola na ala “Liberdade, Igualdade, Fraternidade”. O carro “Salvadora Francesa”, por outro lado, já adotou as cores francesas e, se não era dos mais bonitos, pelo menos era coerente. De todo modo, o Camisa fazia um desfile de baixo nível técnico e que trazia, de fato, uma possibilidade de rebaixamento bastante considerável.

O que já era motivo de preocupação, virou desespero. A última impressão poderia ser o razoável carro alegórico “O poço de Visconde”, que lembrava a atenção que o lendário escritor Monteiro Lobato dava ao petróleo, mas isso acabou passando quase batido. A evolução lenta de todo o desfile trouxe problemas a escola, que apertou o passo, mas não evitou o estouro no tempo máximo de desfile. Como se não bastasse tudo o que havia acontecido de ruim antes do Carnaval, o Camisa ainda começaria a apuração com seis pontos de desvantagem em relação às concorrentes.

Na quarta-feira de Cinzas, as notas foram lidas no Sambódromo do Anhembi e logo confirmou-se aquilo que foi visto no desfile: Vai-Vai e Rosas de Ouro brigando ponto a ponto pelo título. Quem também poderia estar na briga, mas acabou sofrendo com o rigor excessivo dos jurados, foi a Gaviões da Fiel que abandonou logo cedo a briga pela taça. No fim das contas, a Vai-Vai foi proclamada campeã com toda a justiça. A Escola do Povo somou 295,5 pontos contra 294 da Rosas.

Surpreendentemente, a Mocidade Alegre terminou à frente da Gaviões. A Morada do Samba terminou em terceiro com 289, cinco a mais da Torcida Que Samba, que terminou com a mesma pontuação da quinta colocada, Unidos do Peruche que, por sua vez, foi seguida pela Nenê de Vila Matilde, que mais uma vez não conseguiu um bom resultado, e pela X-9 Paulistana, que não repetiu a boa colocação de 95 e amargou um sétimo lugar.

Lá atrás, o Camisa Verde remou, remou, mas afundou. Os seis pontos fizeram falta e ajudaram a Tom Maior a escapar do rebaixamento. Com 273 pontos, a escola do Sumaré superou os 270,5 do Trevo da Barra Funda e decretou a queda da gigante. Pela primeira vez em toda a sua história, o Camisa Verde e Branco iria disputar o Grupo de Acesso. Quem também foi para o segundo grupo foi a Pérola Negra, que acabou em último lugar com 262,5 pontos.

No Grupo 1, a Leandro de Itaquera sobrou em relação às concorrentes e garantiu sua volta à elite do samba paulistano. A escola da Zona Leste somou 298 pontos de 300 possíveis e fez 16,5 pontos a mais que a Barroca Zona Sul, terceira colocada e que permaneceu no segundo grupo. A Águia de Ouro ficou tão distante da Leandro quanto à frente da Barroca e também garantiu sua volta ao Especial.

Curiosidades

– A TV Globo transmitiu os desfiles mais uma vez com a apresentação de William Bonner e Mariana Godoy.

– Primeiro título conquistado pela Vai-Vai sem “companhia” na primeira posição na Era do Sambódromo. Em 1993 a escola tinha dividido a taça com o Camisa. Nos seis outros títulos que a Escola do Povo ganharia na sequência, três foram em empates no primeiro lugar.

– O cacau da Unidos do Peruche voltaria a passar pelo Anhembi no Carnaval de 2010 com a Rosas de Ouro, que se sagraria campeã.

– O enredo da Nenê de Vila Matilde aparece com três títulos diferentes. Atualmente, convenciona-se chamar de “Comunicação – taí a informação”, mas o GC da Globo no desfile intitulava apenas de “Comunicação”. A edição da Folha de S. Paulo de 17/2/1996, contudo, anunciava “Tapinha no bumbum” como o tema da Águia da Zona Leste.

– Pela primeira vez a apuração foi aberta ao público e realizada no Sambódromo do Anhembi. Até 1995, as notas eram lidas no Auditório Elis Regina, ali mesmo no Parque Anhembi.

– Inconformado com o quarto lugar da Gaviões da Fiel, o Presidente Jamelão berrava aos microfones que criaria uma nova Liga para organizar os desfiles. Apesar das críticas, ele foi o primeiro a cumprimentar o Presidente da Vai-Vai, Solón Tadeu, que desmaiou ao saber que sua escola foi campeã.

– Nenhuma ocorrência grave foi registrada na apuração, mas os torcedores da Gaviões da Fiel complicaram o trânsito na saída do Sambódromo. Os integrantes “cortaram caminho” e atravessaram a Marginal Tietê a pé, parando a circulação de carros na região.

– Primeiro rebaixamento da história do Camisa Verde e Branco desde que havia se tornado escola de samba, na década de 1970. Então com nove títulos, a verde e branca da Barra Funda era a maior campeã do Carnaval Paulistano na época. O título de 1993, que já teve sua história contada aqui na Bodas de Prata, foi o último da escola no Grupo Especial até os dias atuais.

– Com o rebaixamento do Camisa, a partir de 1997 restariam apenas cinco escolas dentre aquelas que desfilaram pelo Grupo Especial em todos os desfiles da história do Anhembi: Peruche, Mocidade Alegre, Nenê de Vila Matilde, Vai-Vai e Rosas de Ouro. Dessas, apenas Mocidade, Vai-Vai e Rosas mantêm a escrita até os dias atuais.

– A Presidente Magali, uma das mais conhecidas da história do Camisa, não contestou o rebaixamento de sua escola, ao contrário do Diretor de Harmonia que, apesar de admitir que a escola estava “parada no tempo”, classificou as notas como “uma palhaçada”. A queda do Trevo da Barra Funda foi vista com muita surpresa no mundo do Samba. Até o Presidente da Tom Maior, oitava colocada, afirmou que ficar à frente da maior campeã do Carnaval Paulistano era “um campeonato conquistado”.

– Aliás, os seis pontos perdidos pelo Camisa salvaram a Tom Maior do rebaixamento. O curioso é que a escola do Sumaré surgiu de uma dissidência do Camisa. Com o intuito de ter mais liberdade Carnavalesca e Política, os componentes fundaram em 1974 a nova agremiação. Para completar, o samba de 1996 era composto por Ideval, um dos mais ilustres compositores do Trevo da Barra Funda.

Vídeos

A volta da Tom Maior ao Grupo Especial

O grande desfile da Gaviões da Fiel

A Nenê de Joãosinho Trinta

Rosas de Ouro e os Correios

A campeã Vai-Vai

E o rebaixado Camisa

3 Replies to “Bodas de Prata – 1996: Vai-Vai volta a levantar a taça e Camisa amarga primeiro rebaixamento”

  1. Um título justo da Vai-Vai ao contrário do Tetra que viria em sequência, esse título foi bem justo.

    Aliás esse não é um carnaval pródigo para bons desfiles.

    Gaviões foi muito bem, mas faltou um algo a mais de 95, o justo seria o vice- Campeonato.

    Sobre as outras escolas, nenhum grande desfile, sempre alternando bons e maus momentos. Alguns melhores, outros não.

    Triste a queda do Camisa, porém era até esperado, quesito a quesito, a queda foi justa.

    No Geral, 96 não é um grande ano para os sambistas e para o Carnaval de São Paulo.

  2. Foi a partir desse ano que me apaixonei pelo carnaval, vendo o desfile do Vai-Vai.
    Desde então acompanho todos os anos.
    Parabéns ao blog, primeiramente pela série “Trinta Atos” e agora pela série “Bodas de Prata”, faltam blogs e notícias sobre o carnaval paulista.
    Aguardando ansioso pelo relato de todos os outros anos.

  3. Esqueceu de dizer que o desfile de 1996 foi o primeiro com o atual formato do sambódromo do Anhembi. Entre 1994 e 1995 o sambódromo tinha dois prédios de camarotes.

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