Nesta quinta feira em que a Majestade do Samba completa 90 anos, faço um pequeno painel de um terreno onde a escola é praticamente inigualável no Rio de Janeiro: os sambas exaltação.
A Portela sempre teve tradição de grande compositores e consequentemente, de grandes sambas. Sua história se notabiliza em quantidade e qualidade, sendo parte fundamental da história do samba carioca.
Nesta data redonda, elenco aqui alguns sambas de exaltação à Águia. O critério não foi colocar aqui os melhores ou os mais famosos, mas sim alguns representativos de sua história – até porque deste computador em que escrevo não tenho disponíveis todos os áudios de minha biblioteca sobre o tema. Além disso, disponibilizo aqui algumas músicas menos conhecidas de exaltação à escola.
Se o leitor pesquisar irá encontrar muito mais material sobre a Portela. A ideia aqui é fazer um panorama, apenas, sem expressar preferências ou gostos pessoais. Afinal de contas, “se eu for falar da Portela, hoje eu não vou terminar”…
1) Hino da Portela
De autoria de Chico Santana, aqui está em versão cantada por próceres como Monarco, Paulinho da Viola, João Nogueira e outros.
2) Hino da Velha Guarda da Portela
02 Hino da Velha Guarda da Portela
Também de autoria de Chico Santana, aqui em versão do cd “Doce Recordação”, da Velha Guarda da Portela.
3) Portela na Avenida
Clássico, cuja história contei neste Ouro de Tolo em priscas eras. Devo ter umas dez versões do samba em meus arquivos: a original, umas três ao vivo da Sapucaí, versões de Diogo Nogueira, Cristina Buarque, Rixxa (lindíssima), Teresa Cristina…
O áudio é do recém lançado cd da cantora baiana Mariene de Castro com a obra de Clara Nunes.
4) Foi Um Rio que Passou em Minha Vida
04 Foi Um Rio que Passou em Minha Vida
Qualquer dia conto aqui a história da namorada que perdi por causa deste samba, no carnaval de 1995. Um clássico que, ao contrário do que muita gente pensa, não é um samba de enredo. Foi composto pouco antes do carnaval de 1970.
O áudio é da última vez em que o samba foi o “esquenta” da Portela no desfile oficial, em 1998.
5) Brinde ao Cansaço
Já foi tema da coluna “Final de Semana” deste blog, sendo um samba exaltação do grande Candeia menos conhecido. Pessoalmente gosto muito deste samba, aqui em interpretação do grupo Terreiro Grande em conjunto com Cristina Buarque.
6) O Passado da Portela
06 O Passado da Portela (Retumbante Vitória)-Amor de Malandro
Aqui em versão de Monarco tendo o samba “Amor de Malandro” como “bônus” na faixa, tem muito a ver com o momento atual da escola, em especial na sua segunda parte:
“Quando o ideal é conquistar
Vitória retumbante
Alertando a mocidade
Com palavras que ficaram na memória
O passado da Portela é repleto de vitória
O que nos vale é a fé que encoraja e conduz
Portelense de verdade que defende Oswaldo Cruz”
7) De Paulo da Portela a Paulinho da Viola
07 De Paulo da Portela e Paulinho da Viola
Ao contrário do que muita gente pensa, não é um samba recente – a gravação que apresento aqui é de 1975. Faz uma espécie de “passagem de bastão” portelense, do fundador Paulo para Paulinho da Viola.
De autoria de Monarco e Chico Santana.
8) O Meu Nome Já Caiu no Esquecimento
Não poderia faltar um samba de Paulo da Portela nesta lista. Este fala do desgosto de Paulo após ser impedido de desfilar em 1941 – ele morreria em 1949, prestes a voltar à Portela que sempre amou e da qual se afastara.
9) Sonho de Bamba
Samba exaltação de João Nogueira, um dos únicos da lavra do imenso compositor sobre a Portela em si. Aqui Monarco canta, do recente “Sambabook” dedicado ao cantor e compositor.
10) Eu Sou de Lá
Não tenho certeza, mas acho que este samba é recente, de autoria de Noca da Portela e gravado pelo próprio no recente álbum lançado. Com certeza é um dos sambas menos conhecidos de exaltação à águia.
Bônus) Vem pra Portela / O ideal é competir / Portela é uma Família Reunida
11 Vem pra Portela – O ideal é competir – Portela é uma familia reunida
O título fala em “dez sambas”, mas não poderia deixar de fora este “pot pourri” de sambas de exaltação compostos por Candeia e defendidos também por Cristina Buarque e o grupo Terreiro Grande nesta versão que apresento.
“O ideal é competir” é parceria com Casquinha, os demais, autoria solo.
E que a Portela possa fazer a escolha certa nas eleições marcadas para 30 de maio e retomar o caminho das vitórias retumbantes. É o que desejo neste aniversário. Um futuro tão belo como o passado e tão diferente do presente.