Nesta quinta feira, a coluna “Sabinadas”, do jornalista Fred Sabino, discorre sobre os fatores que estão levando as mídias impressas a perderem atratividade – e, como consequência, demitirem jornalistas aos borbotões.
Acrescentaria, além das causas apontadas pelo colunista, a crescente ideologização dos veículos da chama “grande mídia” como uma grande causa da perda de veiculação destes.
O “passaralho” e a crise nos veículos impressos
Infelizmente estas semanas de Natal e Ano Novo em 2012 não serão tão felizes para muitos jornalistas, principalmente os de veículos impressos.
A crise do setor ocasionou demissões em massa desses profissionais e o fechamento de vários jornais, como Marca Brasil, Correio do Povo e Jornal da Tarde, além de diversas outras revistas. Houve “passaralho” – como os jornalistas chamam este tipo de demissão em massa – também em portais de internet.
Não vejo esse quadro como o prenúncio de um apocalipse inevitável dos veículos impressos. A não ser que jornais e revistas não se reinventem urgentemente. Afinal, a vendagem vem caindo pelo fato de que o público está migrando cada vez mais para internet e TV a cabo.
Alguns fatores explicam e colocam como imperativa uma mudança.
Hoje é muito mais fácil o acesso a computadores e a uma internet de boa velocidade, o que possibilita uma atualização mais veloz das notícias pelos portais e, consequentemente, uma visualização mais rápida também por parte do internauta.
Isso também se aplica aos celulares, a cada dia com conexões de internet melhores. Qualquer um hoje recebe no seu telefone as notícias mais recentes e, num mundo em que as pessoas têm cada vez menos tempo para ir às bancas comprar um jornal, é algo a se considerar também.
Diante disso, o chamado factual vem sendo publicado nos sites e os jornais que ainda apostam nesse tipo de matéria para vender seus exemplares estão fadados ao fracasso – a não ser no caso de um furo de grandes proporções. Este tipo de “furo” é algo cada vez mais raro também devido às barreiras impostas pelas assessorias de imprensa.
Outro fator é a comparação de custos entre se produzir um jornal diariamente e manter um site. Imprimir todo santo dia centenas de milhares de cópias de um jornal continua extremamente custoso, enquanto os gastos operacionais relacionados à internet são cada vez menores.
Na carona disso tudo, os anunciantes tiraram um pouco o pé em relação aos veículos impressos – e aceleraram fundo na internet. Evidentemente, menos grana chega aos cofres dos jornais e revistas e, como em qualquer empresa nesse capitalismo selvagem, os funcionários sofrem.
Existe uma solução?
Evidentemente não é simples, diante de fatores econômicos tão importantes. Mas, como escrevi no começo do texto, os veículos impressos – e seus jornalistas – precisam se reinventar.
Fugir cada vez mais do factual, ou pelo menos minimizá-lo no espaço que houver. Investir em matérias mais comportamentais, perfis de personagens, entrevistas exclusivas, bastidores, observação, entre outras coisas como
infográficos e fotos. Isso me parece o mais lógico para os jornais e revistas ao menos manterem um público cativo.
Voltar aos níveis de antigamente é impossível, mas ter leitores fiéis é o primeiro passo para a sobrevivência.
Como sou das antigas, prefiro ler um bom jornal e uma boa revista a ficar o tempo todo em um celular ou tablet…
Feliz Ano Novo a todos os leitores!

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