Nesta sexta feira, o analista de sistemas Rodrigo Felga traz mais uma edição da coluna “Os Nerds na Vida Real”. O tema de hoje é a tecnologia empregada nos Jogos Olímpicos que se aproximam.
Tecnologia nos Jogos Olímpicos
Olá amigos!
Na coluna deste mês falaremos sobre a tecnologia nos Jogos Olímpicos. A ideia é trazer alguns números da área de tecnologia dos jogos de Londes 2012. Desta forma pode-se ter noção da real importância da tecnologia nos eventos de grande porte e também para começarmos a pensar em como serão os jogos do Rio de Janeiro em 2016.
A Atos Origin, empresa que atua na área de infraestrutura dos Jogos Olímpicos desde 2002, será a responsável por fazer as informações saírem de Londres para o mundo. Foram gastas cerca de 200 mil horas com testes de todos os sistemas que estarão envolvidos nos jogos para que nada saia errado durante as competições. A Atos estima que os Jogos de Londres demandarão um processamento de dados 30% superior a qualquer outra edição das Olimpíadas. É importante lembrar que a Atos também será a responsável pela infraestrutura de TI dos Jogos do Rio em 2016
Um dos sistemas que foram testados se chama myInfo+, um aplicativo online para que imprensa, atletas e oficiais acessem calendários de competição, ranking de medalhas, informações referentes a transporte e recordes esportivos.
Um outro sistema voltado para a imprensa se chama Commentator Information System. Este sistema tem a capacidade de mostrar os resultados para a imprensa em incríveis 0.3 segundos, possibilitando que narradores e comentaristas tenham as informações antes mesmo da reação do público.
Durante o evento, serão utilizados 900 servidores, 1000 dispositivos de rede e segurança, e 9500 computadores, com 3500 especialistas de tecnologia na supervisão. Será necessário meio milhão de linhas de código, de acordo com os organizadores.
Outro ponto importante para os Jogos são as telecomunicações. São as ferramentas de telecomunicação que permitem que as imagens e dados dos jogos cheguem até nós praticamente em tempo real. Nos Jogos de Londres a responsável por toda a infraestrutura de telecomunicações é a British Telecom (BT). A BT está implantando uma rede de comunicação especial para as Olimpíadas com cerca de 80 mil terminais, que interligarão 94 locais relacionados ao evento.
A rede de fibra óptica instalada pela BT é a maior já instalada em uma região metropolitana no mundo, com internet de 30 Megabits por segundo (Mbps), TV digital HD e 3D. Essa rede tem uma infraestrutura de 4,5 mil quilômetros de cabos, 16,5 mil linhas telefônicas e 14 mil chips para celulares. A rede olímpica será capaz de transportar 6 gigabits por segundo (Gbps) de informação, volume de dados equivalente ao conteúdo de 6 mil livros ou de 170 CDs de música.
As empresas não divulgam os investimentos realizados em tecnologia, mas analistas estimam que o investimento da BT em infraestrutura para os Jogos gira em torno de £4 bilhões (R$ 11,5 bilhões).
Além de toda essa tecnologia em infraestrutura e TI, podemos observar também a utilização cada vez mais freqüente da tecnologia nos esportes olímpicos.
Um bom exemplo é o atletismo. Neste ano, o disparo será feito com uma pistola eletrônica que é interligada à contagem de tempo. Essa tecnologia detecta movimentos até 40 vezes mais rápidos que um piscar de olhos e pode desclassificar um atleta que queimar a largada. Além disso, o som do disparo será amplificado em caixas de som próximas aos atletas para que nenhum leve vantagem sobre o outro na hora da largada. Na linha de chegada, feixes de laser integrado a câmeras de alta velocidade definirão os vencedores.
Outro esporte que também terá mudanças tecnológicas esse ano é o pentatlo moderno: nesta modalidade os atletas utilizaram pistolas de laser ao invés das tradicionais pistolas de ar. Essa alteração traz vários benefícios ao esporte, como redução de custos com munição e principalmente segurança.
Uma coisa é certa: a tecnologia estará presente em todos os lances dos Jogos de Londres, desde o cartão do ponto de ônibus até as redes sem fio WiMax com velocidades altíssimas. Esperamos que a Atos Origin possa trazer também toda essa tecnologia (e muito mais) para os jogos do Rio de Janeiro em 2016, pois nossa infraestrutura tecnológica ainda tem muito a melhorar.
Um abraço e até o próximo mês!
Fonte: Os números desse artigo foram retirados do site TecMundo e do site da própria Atos Origin.


2 Replies to “Os Nerds na Vida Real – "Tecnologia nos Jogos Olímpicos"”

  1. A Atos Origin já começou a planejar toda a parte de TI para 2016 e, se depender dela, teremos números ainda mais espetaculares do que em Londres. Afinal de contas ela é uma TOP olímpica (maior programa de patrocinadores olímpicos globais mantido pelo COI) e as empresas TOP quase nunca deixam a desejar em seus serviços.

    O problema é que toda a parte de infraestrutura de telecomunicações, que em Londres esteve a cargo da competentíssima BT, aqui no Rio estará a cargo da Embratel/Claro (que não é mais BRA, mas mexicana). Aí é que reside meu medo.

    E nem vou contar na nossa infraestrutura de fibra óptica e velocidade de internet que é rizível. Isso tem enorme capacidade de matar o grande trabalho da Atos Origin

  2. Também não tenho dúvidas de que a Atos Origin cumprirá muito bem o seu papel em 2016.

    Acho que temos know how pra não fazer feio na infraestrutura de telecomunicações, mas acredito que vai depender mais da “boa vontade” (entenda boa vontade como melhor convier) Claro/Embratel em não fazer feio na telecom.

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