Excepcionalmente nesta quinta feira, temos mais uma edição da coluna “Aspirinas Teatrais”, assinada pela atriz e professora de Educação Física Nívea Richa.
O tema de hoje é um perfil do grande ator Ítalo Rossi, falecido na semana passada aos 80 anos.
“Ítalo Eterno
Em tempos em que se fabrica tanta porcaria culturalmente, com músicas ruins, cantores piores ainda e atores que você para e pensa: “Como pode essa pessoa estar no horário nobre?”, o desejo é que algumas pessoas pudessem ficar pra semente. 
Uma delas era Ítalo Rossi. 
Ítalo nasceu dia 19 de janeiro de 1931 (eu também, só que em 1981 – apenas uma curiosidade) e nos deixou essa semana, aos 80 anos de idade. 
Um ator completo, de voz forte e marcante, Ítalo teve muito destaque no teatro, mas não teve tanto reconhecimento assim na televisão. Seu último trabalho na TV foi o “seu Ladir”, do seriado “Toma Lá Dá Cá” (fez muito sucesso com o bordão “É mara”).
Mas nos últimos tempos me marcou muito o mordomo “Alfred”, da novela “Senhora do Destino”. No teatro, infelizmente, só o vi uma vez, na peça “Gata em teto de zinco quente”. E, pra variar, ele “roubou” a peça. 
Ítalo, em seu primeiro espetáculo (“A casa de chá do luar de agosto”), ganhou o prêmio revelação de ator da Associação Brasileira de Críticos Teatrais (ABCT). No ano de 1959, fundou o Teatro dos Sete (junto com Fernanda Montenegro, Fernando Torres e Sergio Britto), onde ficou de 1959 a 1965. 
Ganhou muitos prêmios em toda a sua carreira, mas nas décadas de 70 e 80 foi premiado com quatro Molières, a principal premiação do teatro brasileiro, com as seguintes peças: 
“A noite dos campeões” (1975) 
“Quatro vezes Beckett” (1985) 
“Encontro com Fernando Pessoa” (1986)
“Encontro de Descartes e Pascal” (1987) 
Quem quiser saber mais da vida de Ítalo Rossi, sua biografia foi lançada em janeiro desse ano: “Ítalo Rossi: Isso é Tudo.” (Antonio Gilberto e Ester Jablonski). 
Na quarta-feira passada, dia do seu enterro, ele iria começar a dirigir uma peça com Ester Jablonski. Finalizarei meu texto com uma frase da crítica Bárbara Heliodora: 
“O trabalho de Ítalo Rossi é um primor de acabamento, seja em dicção, seja em expressão corporal, seja na limpeza de cada gesto, que é uma unidade completa em si, muito embora perfeitamente integrada na fluência total de toda a sua gesticulação.”

Merda!”