por Carlos Wanderley, 23 anos, pernambucano, médico, torcedor do Santa Cruz e apaixonado por Olimpíadas desde que se entende por gente. Acompanhou os jogos no Rio e agora está na contagem regressiva para julho de 2020!

Terminou a Copa do Mundo, é hora de se preparar para o próximo grande evento esportivo do planeta: os Jogos Olímpicos em Tóquio 2020! Por isso, estreio aqui este espaço no Ouro de Tolo para falarmos do que esperar de mais uma grande edição olímpica.

Quem pretende curtir os Jogos já deve estar planejando comprar passagens, reservar hospedagem, aguardando preços e venda de ingressos, inscrições para o programa de voluntários… Mas até esta semana, não muita coisa podia ser feita, a não ser estimar os custos da viagem e juntar dinheiro suficiente; porém, o COI divulgou nesta quarta-feira o calendário completo de quase todas as modalidades!

Com esse calendário em mãos, e as confirmações dos locais de competições, podemos responder às perguntas que todo mundo se fez em 2016: “será que quando terminar o jogo de vôlei às 11h, eu conseguirei chegar a tempo de assistir o tênis às 11h15?” Essa situação hipotética seria impossível de acontecer no Rio, era pelo menos 1h30 entre Maracanã e Barra; porém, em Tóquio as duas modalidades estarão a um quilômetro de distância, percurso menor que o que tínhamos que fazer em Deodoro ao descer da estação de trem para chegar no parque.

Ainda não temos nenhuma informação sobre esquemas de mobilidade especial para os torcedores durante as Olimpíadas, mas, com o calendário, já podemos prever o tempo de deslocamento entre as arenas, e analisar as possibilidades sobre quais sessões em cada dia poderemos assistir.

O primeiro ponto a se considerar é que, infelizmente, não teremos parque olímpico. Provavelmente teremos que passar pelas filas de revista de segurança cada vez que entrarmos em cada arena, o que pode levar um certo tempo, que o diga quem foi à sessão OT 001 no Rio. Porém, a maioria das competições estarão localizadas em um raio de 8km, bem próximas à Baía de Tóquio, em uma área muito bem coberta pelo metrô da cidade. Em compensação, as demais instalações são mais isoladas, e a maioria está a pelo menos 40km de distância dessa região.

Em outro post eu irei falar sobre as arenas de competições, a seguir eu vou falar das distâncias que possivelmente serão encaradas por quem desejar deslocar-se entre elas em um mesmo dia.

LOCAIS DE PROVAS

A maior parte dos eventos serão realizados em duas zonas da cidade: a Baía de Tóquio e a Zona Patrimonial; todas as instalações dessas áreas estão situadas em um raio de 8km, distâncias relativamente pequenas e provavelmente fáceis de ser percorridas com o sistema de transporte da cidade.

Na Baía de Tóquio, serão disputadas as seguintes modalidades: esportes aquáticos, canoagem Sprint e slalom, remo, hóquei, tiro com arco, vôlei, vôlei de praia, ciclismo BMX, skate, ginástica, tênis, hipismo cross country, basquete 3×3, escalada, triatlo e maratona aquática.

Na Zona patrimonial, serão as seguintes: cerimônias, atletismo, futebol, handebol, tênis de mesa, judô, caratê, levantamento de peso, ciclismo estrada, maratona e marcha atlética.

As demais modalidades serão realizadas em locais fora desse raio de 8km. Como o “centro” dos jogos serão a Baía de Tóquio, procurei as distâncias entre esta e as arenas dessas modalidades:

Tiro: 54km
Pentatlo (esgrima) e badminton: 34km
Pentatlo (exceto esgrima), futebol e rugby: 33km
Basquete: 59km
Vela e Surfe: 54km
Esgrima, taekwondo e luta: 28km
Hipismo salto e adestramento: 20km
Golfe: 69km
Ciclismo pista: 156km
Mountain bike: 133km
Beisebol e softbol: 40km

Desta vez, além do futebol, o beisebol e o softbol também serão realizados em subsedes:

Fukushima (300km): beisebol e softbol
Yokohama (42km): futebol
Saitama (42km): futebol
Sendai (369km): futebol
Ibaraki (102km): futebol
Sapporo (1.140km): futebol

Com isso, dá pra notar que será praticamente impossível assistir, por exemplo, um jogo de basquete e uma prova de ciclismo pista no mesmo dia, situação que era das mais fáceis no Rio, uma arena ao lado da outra (foto ao lado).

Vamos analisar esses dados com o calendário. Mas antes, vamos fazer algumas ressalvas:

– Primeiro, cada pessoa tem suas preferências, tem gente que vai aos jogos assistir de tudo, outros só querem ver uma modalidade… Farei uma estimativa de acordo com as provas em que o Brasil tem mais chances de medalhas, e aquelas mais procuradas pelos brasileiros em 2016.

– Ainda não estão definidos os horários das provas de esportes aquáticos, por causa do imbróglio entre as TVs dos EUA e do Japão. Em reportagem lançada pelo site Inside the Games, provavelmente a natação terá suas finais realizadas durante a manhã, assim como em Pequim.

– Não foram divulgadas no site as datas das provas de algumas modalidades. Por exemplo, não sabemos qual o dia da final dos 100m do atletismo, ou os dias em que Isaquias vai competir na canoagem. Porém, a maioria das modalidades mantém o mesmo cronograma há um certo tempo, poderemos prever quais as datas dessas provas (judô, natação, ginástica artística, atletismo, luta, levantamento de peso, entre outros, mantém praticamente o mesmo calendário desde 2008). Algumas modalidades sofreram mudanças significativas, outras são novatas, não sendo possível prever com exatidão as datas de cada evento (boxe e caratê, por exemplo). E outras não temos nenhum sinal de quais serão os horários de suas disputas devido aos problemas de TV (nado artístico e saltos ornamentais).

– As sessões dos esportes mais populares e as finais em que o Brasil tem chances de medalha eu coloquei como as sessões mais importantes. Confrontei horários (infelizmente muitos chocam), e observei os horários livres em que dá pra colocar sessões menos badaladas, sempre considerando o tempo necessário para se deslocar entre uma arena e outra.

– Os esportes coletivos ainda tem poucos classificados, não coloquei como sessões importantes as partidas de primeira fase, por causa dessas indefinições, mas coloquei nos horários “livres” as possibilidades de poder assistir elas.

– O boxe está com problemas em relação à má administração e a um esquema de manipulação de resultados, correndo risco de ser excluído. Mesmo assim, coloquei na análise. Detalhe, o Brasil não terá o Robson Conceição, virou profissional e não poderá disputar os jogos.

Nesta quarta-feira, vou esmiuçar quais serão as participações do Brasil em cada dia dos Jogos de Tóquio. Até lá!

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