E o Fabio Carille se mandou…

O assunto foi a grande polêmica das últimas semanas. A proposta tentadora, a expressão de que “um caminhão de dinheiro não lhe tiraria, mas eram dois” e, principalmente, a bronca que ele deu na imprensa domingo repercutiram demais. Acho que ele agiu certo, mas pegou mal.

Agiu certo porque não tem como falar para um cara que ainda não é rico recusar uma proposta que resolverá sua vida mudando de vez seu patamar financeiro. Ele ficaria rico aqui? Ao longo da carreira ganharia esse dinheiro? Provavelmente sim, mas provavelmente não é certeza. Existem doenças, fatalidades que podem ocorrer e mudam uma carreira. Dois exemplos claros são o ex jogador Pedrinho, que tinha tudo para ser um dos maiores do mundo e uma lesão arruinou sua carreira, e o zagueiro Dedé, que no Vasco chegou a ser apontado como o 63º brasileiro da história, mas lesões não lhe permitiram ser o esperado.

Não só isso. Ninguém garante que ele permaneceria no topo. Vários foram os treinadores que tiveram grandes momentos e não mantiveram. Ano passado, Jair Ventura era considerado a revelação dos técnicos, ao lado de Carille e Zé Ricardo, e agora passa por momento difícil no Santos, se perder o emprego provavelmente cairá de patamar.

Carille ganhou tudo que era possível pelo Corinthians, não acredito sinceramente que conquistasse o bi brasileiro e acho difícil uma conquista de Libertadores mesmo sabendo ser torneio mata-mata. Carille não tinha mais para onde subir no Corinthians e sai de cena no auge. Quando decidir voltar voltará rico e podendo escolher o time que treinará.

Só deu um grande mole quando disse que a imprensa em sua maioria era mentirosa, não que ela não seja, é e muito, mas deu a declaração em um momento em que ela disse a verdade. Agora a imprensa, que é corporativista e se protege, se enche de razão para falar em voz alta que seu trabalho é sério. Deu munição desnecessária ao “inimigo” quando o próprio pai tinha confirmado a negociação.

O “piti” nesse caso e com o técnico do São Paulo Diego Aguirre indicam que o treinador precisa tomar cuidado com a “vertigem de sobreloja”. Ele ainda não é o que pensa.

Boa sorte ao técnico Carille em sua missão de ensinar a jogar sem a bola quem não sabe nem jogar com ela.

Os caminhões compensam.

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