Com o samba do Vai Vai escolhido chegamos a 14ª e última obra definida do Grpo Especial de 2018. Neste artigo a coluna “Samba na Garoa” vai relembrar como foi cada escolha de samba para o próximo ano.

Para começar aponto as três que considero as melhores da safra, lembrando que trata-se apenas de uma opinião pessoal e que a intenção é aguçar a formação de opinião dos leitores, portanto fiquem a vontade para comentar com o ranking de vocês.

Vamos a elas:

1 – Mocidade Alegre

A final foi realizada no dia 17 de setembro e o samba 10 foi aclamado pela torcida, numa quase unanimidade. Lembrando que na Morada são mais de 150 votos para definir o vencedor. Na minha opinião é tranquilamente o melhor samba da safra. Considerada “O samba dos últimos anos” da Mocidade, a obra é em um ritmo mais acelerado do jeito que a bateria do Mestre sombra costuma arrebentar e é muito empolgante. A letra na é espetacular mas é muito boa e a segunda do samba é gostosademais de se cantar, tenho a impressão que será sucesso absoluto nos ensaios.

2- Dragões da Real

Dizem que geralmente um samba com diversas citações musicais fica ruim. Não é caso aqui, após uma final apertadíssima, a mais equilibrada do ano, fato revelado pelo presidente Renato Remondini na hora da escolha do dia 26/8. Os nomes das grandes canções sertanejas simplesmente se tornaram partes integrantes dos versos, dando sentidos ao que vem antes e depois, sem contar que a melodia combina demais com o homem do campo. Para quem perdeu o carnaval neste quesito em 2017, foi uma senhora resposta.

3 – Rosas de Ouro

Penúltima final, realizada na última sexta (29), estava na quadra lotada de bandeiras tremulando pela primeira obra a se apresentar, que confirmou o favoritismo e a preferência de todos os segmentos. O samba já era bom com o Carlos Jr. E na hora que oo Royce cantou ficou melhor ainda, combina demais com a qualidade melódica do cantor. Com um refrão que é uma delícia de cantar bem alto, a letra retrata fielmente a vida do caminhoneiro, a saudade, a solidão na estrada, os perigos e o retorno para casa. Gosto muito dos versos que pescam os pequenos detalhes, comum a todos da profissão.

Relembrando as demais escolhas (por ordem de classificação em 2017)

Acadêmicos do Tatuapé

Foi mais uma eliminatória fechada na escola, onde só tivemos acesso ao samba vencedor, revelado em um senhor evento, onde a gigantesca quadra estava abarrtada de gente com a presença da Mocidade e da Dragões. Celsinho deu um show com esse samba muito bom, cheio de variações melódicas, que fará o mestre Higor brincar bastante com ele na avenida.

Vai-Vai

Última final, com direito a show do cantor Belo, que fará parte do time de canto em 2018. Mia suma vez a dupla Grazzi Brasil e Freddy Vianna consagrou a parceria campeã. Samba bom, nada de imprevisível, conta o enredo e com a força da comunidade pode render bem, mas em comparação a 2017 não tem como não ficar abaixo.

Império de Casa Verde

Samba forte, a safra tinha várias obras boas, a comunidade estava muito dividida entre duas obras. Acho o samba empolgante, adro essa técnica de preparar para subir o tom nos dois refrões, não só no de baixo, a letra é pra cima, vem para gabaritar.

Vila Maria

Final muito polêmica, pois a comunidade queria demais o samba da parceria de Leandro Rato, mas as 7 da manhã, após uma longa madrugada com a presença da Mocidade Independente e com Wander Pires trocando de roupa diversas vezes, foi anunciada a obra de Dudu Nobre e André Diniz. O samba campeão é muito bom tecnicamente, mas tem três problemas.O primeiro é que o componente queria outro, o segundo é que traz o México em destaque e não personagem Roberto Bolaños, que traria uma grande empatia com a platéia e, principalmente, o samba é alegre demais para o Wander, que na minha humilde opinião não foi bem na gravação extra oficial que fez, precisa ajustar muito no CD.

Acadêmicos do Tucuruvi

Uma final das boas também. Por muito pouco Celsinho Mody não consagrou a obra de Acerola de Angola, há quem diga que nos bastidores ela chegou a ser eleita, mas a decisão foi revertida. O samba campeão é realmente o melhor dos concorrentes e irá passar muito bem tenho certeza, tem aquela densidade que o enredo pede, muito bom.

Mancha Verde

Foi a atuação na final que decidiu. Esse samba passou muito bem, apesar de não estar no topo da safra conta bem o enredo, faz a referência clara ao Fundo de Quintal e a segunda do samba é o principal momento.

Gaviões da Fiel

Aqui também foi a performance na final que decidiu. Esse samba não era o favorito, mas Celsinho Mody fez chover em uma pancada daquelas. O samba é denso, histórico, melodia um pouco difícil, bateria e Ernesto vão precisar deixar ele 100% para passar bem no Anhembi em fevereiro.

Unidos do Peruche

Algo surpreendente aconteceu quando o anuncio do samba ia ser revelado e a diretoria da escola optou por juntar os finalistas, anunciando a obra posteriormente. De qualquer forma ficou legal, por se tratar de Matinho da Vila espara-se um samba inesquecível e em comparação a 2017 ficou bem abaixo, mas é um samba de descreve a vida do cantor certinho.

Tom Maior

Outra polêmica. A escola teve disputa, mas não eliminatórias, nem final, apenas gravações em CD e escolha interna. Na minha humilde opinião a agremiação deixou de lado o maiorsamba de sua história (Paceria de Cláudio Russo) e preferiu um samba mais acelerado para tentar fechar a sexta vom maior empolgação. O samba é bom, mas me dá a impressão de não combinar com o enredo.

X9 Paulistana

O Vai Vai esteve presente na final em um sábad de puçá inspiração da safra da escola. Acho que o enredo não ajudou. Se na Dragões as citações foram felizes aqui ficaram avulsas em demasia, infelizmente a letra não tem uniformidade ea melodia é um pouco complicada, temo por notas baixas aqui, mas quem sabe o Darlan não ajeita no CD?

Independente Tricolor

O único encomendado da safra, gostei! Samba simples e animado, ideal para quem vai debutar nesse grupo dificílimo. Bom refrão principal, letra descritiva do enredo com simplicidade, samba para quem almeja com boas chances permanecer no grupo.

3 Replies to “Safra definida em São Paulo: quais os destaques?”

  1. Boas observações, achei super estranho o Wander Pires com aquela voz xiada na faixa não oficial que é bem normalzinha, nada demais. Tom maior tem problemas sérios além do samba, junto com x-9 diante de tantas escolas fortes são as favoritas ao descenso.

  2. Como amante do carnaval de sp segue a lista dos melhores samba.
    1 – Mocidade Alegre.

    2 – Vai Vai

    3 – DR

    4 – Rosas

    5 – Gaviões

    6 – Mancha

    7 – Tatuapé

    8 – Peruche

    9 – Império

    10 – Independente

    11 – Tucuruvi

    12 – Tom Maior

    13 – Vila Maria

    14 – x9

    Destaque para as 3 primeiras;

    Mocidade – Samba gostoso de se ouvir linda poesia dedicada a Marrom. Momento explosivo no “Mangueira sua paixão estação primeria”.

    Vai vai – Samba (para cima) com uma melodia com DNA da Bela vista. Momento explosivo “AH! SE EU PUDER FALAR COM DEUS
    NA LUZ DOS MEUS ORIXÁS”

    DR – Samba Enredo + Enredo caipira = Sambão. Letra fácil e simples. Momento explosivo ““CHORA VIOLA”, VAMÔ SIMBORA!
    ABRE A PORTEIRA QUE A DRAGÕES CHEGOU!”

  3. Mais uma vez o que se verá será uma gritaria esganiçada, como já se vê pelo atropelo e pela correria do samba da Mocidade – isso se presta a ser cantado? Tentem-no.
    Imagino que o cd será apenas, como tem sido ano a ano, a radicalização de tantos vícios – sambas horríveis, dos quais ninguém se lembra dali a um ano, excetuando a “comunidade”; gravação com voz abafada pelo instrumental que mais lembra uma metralhadora, dada a sobreposição e a correria dos tamborins, com os surdos praticamente desaparecendo, sem o que há cadência. Só gritaria e atropelo.
    Para quem gosta de samba de fato, ainda se encontra algo nas escola de Acesso ou da Uesp – até que subam para o Especial e sejam enquadradas. Samba em SP da para ouvir, mais ou menos, até 2004. Dali para frente, o cd é apenas motivo de mero registro e continuo lamento. No do ano passado tinha “autor” em cinco, seis escolas, Que porcaria…

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