O futsal é muito praticado no Brasil e tem diversos ídolos, como Falcão e Manoel Tobias. No entanto, o esporte vem ganhando força nos Estados Unidos nos últimos anos, assim como o futebol de campo.

A Liga Nacional de Futsal Profissional (NLP) foi estabelecida em 2016 e conta com 12 times. Desses, quatro se classificaram para os playoffs: KnowEns (California), Sporting Maryland (Baltimore, Maryland), Lansing City Futsal (Lansing, Michigan) e Philadelphia Lions (Philadelphia, Pensylvania).

Surpreendentemente, o time do Philadelphia, que está na sua primeira temporada como profissional, ficou entre os quatro melhores e tem a chance de buscar o título em Baltimore, onde serão realizadas as partidas.

No entanto, a equipe possui recursos escassos e corre sérios riscos de ficar de fora da reta final da competição. Caso não consiga US$ 2000,00 até essa quinta-feira (03/08), os jogadores não poderão comprar a passagem para embarcar sexta em busca desse título. O time foi criado esse ano e conta com o brasileiro Rérom Ribas, que atualmente é diretor esportivo e atua na posição de ala. A equipe é composta basicamente por brasileiros, com exceção do goleiro Alfredo (México) e do ala Christopher (Estados Unidos).

Para os brasileiros que moram nos Estados Unidos e possuem interesse de ajudar o time do Philadelphia Lions FC a viajar em busca do título da Liga Nacional de Futsal dos Estados Unidos, seguem os dados bancários:

  • Route Number 031000503
  • Account Number 8572574907
  • Wells Fargo Bank

Rérom é capixaba e foi morar nos Estados Unidos em 2013, quando ganhou uma bolsa para estudar e jogar futebol de campo na Universidade de Rhode Island. Em maio desse ano, o brasileiro se formou em Administração Esportiva pela faculdade e pretende utilizar os conhecimentos aprendidos em sala de aula para buscar aperfeiçoar a gestão do time do Philadelphia Lions.

Além de ter jogado pela Universidade, seu melhor momento no futebol de campo nos Estados Unidos foi no ano passado, quando foi o camisa 10 da equipe do South Georgia Tormenta FC, que terminou o ano ganhando o prêmio de USL/PDL 2016 New Franchise of the Year (Nova Empresa do Ano).

O seu retorno ao futsal deve-se pela preferência pelo esporte e a inspiração de estar fazendo parte da história da consolidação de uma modalidade esportiva nos Estados Unidos. O atleta também foi treinador do time Sub-10 da academia do Philadelphia Lions e de crianças na American Futsal Association, composta massivamente por jovens jogadores brasileiros. A comunidade brasileira na Philadelphia é muito forte e é através dela que Rérom pretende consolidar a marca da equipe no mercado.

Por toda sua história de superação e vontade de crescer com o time do Philadelphia Lions, além do momento financeiro complicado que o time vive, a equipe do Ouro de Tolo teve o prazer de entrevistar esse brasileiro que tanto nos orgulha. O Ouro de Tolo está torcendo muito para que o time consiga não só embarcar, como conquistar esse título.

Ouro de Tolo: Rérom, qual foi sua principal motivação para a criação do time? E como surgiu sua parceria com o presidente do time?

Rérom Ribas: O time do Philadelphia Lions FC se tornou profissional em janeiro de 2017. O time foi criado pelo Abner O. Melgar, que tinha o grande desejo de ter uma equipe de futsal profissional, motivado pela sua paixão pelo estilo brasileiro de jogar. Eu conheci a equipe em março de 2017, e fiquei motivado em fazer parte, por conta da promessa que o Futsal tem de se tornar o próximo esporte popular nos EUA.

Principalmente após a entrada de grandes investidores, como o famoso Mark Cuban [N.do.E.: dono do Dallas Mavericks, da NBA], que se associou a Professional Futsal League (PFL), que vai estrear em 2018.

Esse ano, o esporte está sendo preparado para que tenha sucesso no ano que vem. Portanto, acredito estar construindo algo que se tornará grande no futuro, e estou muito motivado pela oportunidade de poder colocar em prática tudo aquilo que é correto no futsal e de criar uma instituição extremamente profissional no esporte.

Ouro de Tolo: Quais são as principais dificuldades que um brasileiro enfrenta ao atuar como atleta nos Estados Unidos?

Rérom Ribas: Eu jogo futebol de campo e salão nos Estados Unidos há 4 anos, e não acredito ter encontrado muitas dificuldades, pois meu estilo de jogo se assemelha muito ao que os americanos acreditam ser o estilo brasileiro de jogar, no qual o drible é a principal marca. Mas há dificuldades para os jogadores de marcação, pelo fato de os americanos esperarem outro estilo de jogo dos brasileiros.

Ouro de Tolo: Quais as principais diferenças entre o futsal brasileiro e o estadunidense? Como você vê a evolução do esporte no país, que possui ainda pouca tradição?

Rérom Ribas: O futsal brasileiro é uma marca já registrada. Manoel Tobias, Falcão e Ricardinho são ídolos no país e inspiração para os jovens que querem seguir carreira no esporte. Nos Estados Unidos, o futsal só tem ídolos locais, e este ano foi a primeira Liga Nacional de Futsal Profissional no país, a National League of Professional Futsal.

Esta tem atraído um público que está aprendendo sobre o esporte, mas que ainda se mostra muito interessante pelo fato de ter um jogo rápido, que envolve constantes improvisos para se jogar em um espaço curto, além da grande quantidade de gols em um único jogo. Outro fator positivo é que pode ser jogado no inverno, quando os jogos de futebol e futebol americano geralmente estão de recesso, o que pode ser um atrativo a mais para os patrocinadores.

Ouro de Tolo: O que representa para o Philadelphia Lions Club essa chegada aos playoffs (final four) e qual a fórmula de sucesso do time nesse primeiro ano?

Rérom Ribas: Chegar aos playoffs no primeiro ano da equipe no cenário profissional demonstra o potencial do Philadelphia Lions FC em se tornar uma grande equipe no cenário nacional nos próximos anos. Nós eliminamos equipes tradicionais no futsal americano, como o New York Ecuador, criado em 1994; o Safira, que ganhou da seleção de futsal americana ano passado em um jogo amistoso; e o New Jersey Copa, que tem uma base imensa de torcedores e também tem uma equipe profissional no futebol de campo.

Além da tradição, essas três equipes são instituições com muito capital de investimento. Nós, mesmo sendo uma equipe profissional, não pagamos jogadores no nosso primeiro ano, o que torna ainda mais impressionante a nossa classificação.

A fórmula do sucesso do time foi a confiança que tínhamos em nosso potencial. Os jogadores do Philadelphia Lions FC são compostos por brasileiros que acreditam que a única coisa que falta para que tenham um contrato em uma grande equipe de futsal nos Estados Unidos é uma oportunidade.

Nós demos a oportunidade para eles mostrarem o seu talento, e eles responderam muito bem. Mas também tem que se dar o crédito ao nosso treinador Ricardinho, que tem feito um trabalho impressionante com os meninos e tem um profundo conhecimento de jogo, o que se torna um grande diferencial da equipe.

Ouro de Tolo: Rérom, quais são seus objetivos profissionais e acadêmicos para a próxima temporada nos Estados Unidos?

Rérom Ribas: Eu me formei em maio desse ano em Administração esportiva, e o meu desejo é usar os meus conhecimentos para conseguir o crescimento da nossa equipe de futsal, que já vem tendo um sucesso espetacular em seu primeiro ano, sem quase nenhum investimento.

Quando eu assumi como Diretor, o Philadelphia Lions era uma equipe formada por veteranos, e o treinador, Fabinho, dava preferência por jogadores mais rodados. Um jogo antes de eu assumir, a equipe havia perdido por 9 x 1 em casa, e por ser formada por jogadores que tinham família, apenas 3 jogadores compareceram aos treinos naquela semana.

Ali eu vi que algo tinha que mudar. Assim que eu assumi como Diretor, o que eu fiz foi recrutar jovens brasileiros que estavam se destacando em ligas amadoras e dei a oportunidade de atuarem pelo time na liga profissional. Usamos o Philadelphia Lions como uma vitrine e, dessa forma, felizmente perdemos o nosso goleiro Deivid Chaves, que foi contratado para jogar a UEFA de Futsal por uma equipe da Irlanda, e o nosso pivô, Flávio Mendonça, que foi jogar na Alemanha.

Mesmo assim, os jogadores que ficaram deram conta do recado e estão fazendo uma temporada brilhante. Eles têm muito desejo de alavancar as suas carreiras profissionais e é isso o que move o Philadelphia Lions FC hoje. Esperamos conseguir patrocínio para que possamos manter os nossos melhores jogadores aqui, pois a nossa realidade financeira é complicada. Esse é a minha maior preocupação hoje.

Imagens: Michael Scott/ Rérom Ribas/ Philadelphia Lions Club

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6 Replies to “O Philadelphia Lions e a Liga Americana de Futsal (NLP)”

  1. Não sabia que o futsal vinha crescendo tanto assim nos Estados Unidos até ler essa ótima matéria! Está de parabéns Vanessa, sempre postando bons conteúdos sobre diversos esportes!

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