Encerrando a série do Ouro de Tolo sobre o Outubro Rosa, falaremos hoje sobre o tratamento contra o câncer de mama. Além dos tratamentos convencionais, há tratamentos mais direcionados. É sempre bom lembrar que é importante fazer o possível para se prevenir, realizando o autoexame e tentando evitar passar pelos transtornos causados pela doença.

Uma das partes mais dolorosas do tratamento para a maioria das mulheres com certeza é a mastectomia, cirurgia que remove as mamas. Algumas mulheres perdem uma, outras as duas; isso varia de paciente para paciente e do grau de invasão do tumor.

A invasão do tumor para outros tecidos e órgãos dificulta muito o tratamento e como se não bastasse ter que lidar com a perda das mamas, as mulheres perdem os cabelos; efeito colateral da quimioterapia que é realizada, geralmente, após a cirurgia.

getty_rm_photo_of_chemotherapyUm passo muito importante para avaliar o tumor do paciente com câncer de mama é realizado pelo médico patologista. Esse médico recebe um pedaço do tecido tumoral advindo da biópsia e faz diversas análises.

Dentre estas, está a análise dos receptores celulares, que são proteínas que podem se ligar a hormônios, por exemplo. Algumas células mamárias cancerosas contêm receptores que se ligam ao estrógeno e progesterona e estes dois hormônios muitas vezes estimulam o crescimento de células malignas.

Os cânceres de mama com receptores de estrogênio são referidos como RE-positivo (RE+), enquanto que aqueles com receptores de progesterona são chamados RP-positivo (RP+). Na prática, isso significa que esses tipos de tumores tendem a crescer mais lentamente e o tratamento pode ser direcionado à terapia hormonal.

Ainda falando em proteínas, um percentual considerável de tumores de mama possui uma proteína em excesso, que é chamada de HER2, a qual promove o crescimento do tumor.

her_meta_moa_topMulheres com câncer de mama que produzem essas proteínas em excesso são chamadas de HER2 positivas. Na clínica, isso significa que as mulheres que apresentam estes tipos de tumores tendem a ter um prognóstico muito ruim, pois o câncer de mama deste tipo é mais agressivo. Esse tipo é tratado, geralmente, com terapias anti-HER2, como a trastuzumabe, além da quimioterapia.

Por fim, há os tipos de câncer chamados basais, que comumente são triplo-negativos, ou seja, não apresentam os receptores hormonais de estrógeno e progesterona e possuem quantidades normais de HER2. Esse tumor é mais freqüente em pacientes com mutações no gene BRCA1, referido gene que foi encontrado altamente mutado em Angelina Jolie. Esses tumores não respondem às terapias específicas e são mais agressivos que os outros dois; por esse motivo, a quimioterapia ainda é mais utilizada nesses casos.

É importante compreender um pouco das diferenças moleculares entre os tumores, pois isso influencia e muito no tipo de tratamento. E todo paciente com câncer de mama tem o direito de fazer os testes para saber qual o tipo de tumor ele têm.

Espero que vocês tenham gostado da abordagem do Ouro de Tolo ao câncer de mama durante esse mês especial. Mais importante que isso, espero que tenha sido útil de alguma forma.

Homens, se preparem: o alvo de novembro será vocês.

Imagens: Vita Clínica, Getty e Aboutcancer.com

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