Obs:  para uma explicação do procedimento da eleição presidencial americana, leia a coluna explicativa

Estamos a apenas 3 semanas das eleições americanas; então é hora de detalharmos como está a situação em cada um dos estados e quem deve ocupar a Casa Branca a partir do ano que vem.

Antes do panorama estado a estado, uma rápida olhada na situação nacional, que explicará a tendência em vários estados abaixo: após um bom período para Hillary em agosto, Trump pouco a pouco foi recuperando terreno e os dois entraram no 1° debate praticamente empatados. Uma vitória de Trump nas horas anteriores ao primeiro debate não só era possível como começava a se aproximar de ser provável.

Porém, desde a péssima performance de Trump no 1° debate, foram 14 dias de péssimas notícias e polêmicas que minaram a imagem de Trump e suas intenções de votos, de forma difícil de recuperar. Hoje Clinton já possui, em média, 7% de vantagem sobre Trump.

O 2° debate se passou e, apesar de ter parecido um empate entre os dois, a situação de Trump não para de piorar; pois a cada dia surgem novas acusações de assédio sexual cometidos por Trump, alguns com provas em vídeo. Tudo indica que o fundo do poço ainda não foi tocado e isso está afetando até a competitividade de Trump em estados historicamente republicanos.

Partindo agora para cada um dos estados, como sempre, em boa parte deles não há a menor dúvida sobre quem ganhará a eleição dentro do estado. Juntando as pesquisas recentes, a demografia do estado e a história de votação, é muito tranquilo afirmar o vencedor em vários deles.

Ainda sim, a quantidade de incertezas e campos de batalha (estados indecisos que são fundamentais para a vitória) é maior esse ano do que fora nas últimas 3 eleições presidenciais.

O quadro da situação dos estados é descrita abaixo. Antes,  lembro que são necessários 270 dos 538 delegados no colégio eleitoral para vencer a eleição. Entre parêntesis está o número de votos no colégio eleitoral que cada estado possui:

20131108_1021431. Estados certos: são os estados em que, salvo fortes surpresas, é seguro dizer que um dos candidatos ganhará. Quanto a esses nenhum analista discute (ainda pelo menos, pois como veremos no item 2, algumas surpresas já estão ocorrendo).

Clinton ganha Trump ganha
Califórnia (55) Alabama (9)
Connecticut (7) Arkansas (6)
Delaware (3) Idaho (4)
Distrito de Colúmbia (3) Indiana (11)
Hawaii (4) Kansas (6)
Illinois (20) Kentucky (8)
Maine “no geral” (2) Louisiana (8)
Maine 1° distrito (1) Mississippi (6)
Maryland (10) Montana (3)
Massachusetts (11) Nebraska “no geral” (2)
New Jersey (14) Nebraska 1° distrito (1)
New Mexico (5) Nebraska 3° distrito (1)
New York (29) North Dakota (3)
Oregon (7) Oklahoma (7)
Rhode Island (4) South Carolina (9)
Vermont (3) South Dakota (3)
Washington (12) Tennessee (11)
  West Virginia (5)
  Wyoming (3)
Total: 190 Total: 106

Com esses estados, Clinton tem 190 delegados assegurados e Trump, apesar de ter um estado a mais na lista, apenas 106.

Isso ocorre porque Trump coleciona vários estados de médios para pequenos, enquanto Clinton já garante nessa lista 3 dos 5 maiores estados. A grande falta para Trump nessa lista é o Texas, 2° maior estado, com 38 votos, que será analisado abaixo.

capitólio-eua-Saul LOEB-25012011-AFP2. Estados com forte tendência: nessa lista ficam estados em que o candidato tem grande probabilidade de ganhar, mas que por algum motivo específico, não é possível dar como certa a vitória. De forma geral, são estados que historicamente votam em peso para o mesmo lado, mas que as pesquisas esse ano não estão refletindo o histórico. Aqui alguns estados já merecem linhas específicas.

Forte tendência para Clinton Forte tendência para Trump
Colorado (9) Alaska (3)
Michigan (16) Georgia (16)
Minnesota (10) Missouri (10)
Pennsylvania (20) Texas (38)
New Hampshire (4) Utah (6)
Virgínia (13)
Wisconsin (10)
Total: 82 Total: 73

Aqui aparecem estados para Trump que em outras eleições seriam vitórias republicanas certas, como Utah, Texas e Georgia, que caso adicionados no 1° quadro daria um resultado mais próximo ao de delegados certos para Clinton.

Já no lado de Clinton aparece os principais estados do “muro azul” (referência à cor do partido democrata) do norte-nordeste do país. São 4 estados “pesados”: Pennsylvania, Minnesota, Michigan e Wisconsin. Estes tem tradição industrial e de votação pró-democrata, especialmente os 3 últimos; mas que Trump e os republicanos almejavam mudar graças ao discurso anti-tratado comercial que ele adota.

Porém, todas as pesquisas nesses estados, desde o início do ano, dão fortes indicações de que Clinton está com uma vantagem confortável para ganhar.

Somando os 190 delegados certos com os 82 muito prováveis, Clinton já teria 272 delegados. Ou seja, já é o suficiente para lhe garantir a vitória. Se Trump quiser ganhar, além de garantir todos os estados já tendentes a ele e conquistar todos os 7 estados que estão em aberto, ele necessita reverter a forte tendência para Clinton em pelo menos um dos estados acima mencionados.

Por isso, a situação de Trump é extremamente delicada hoje, faltando apenas 20 dias para a eleição. Para piorar, enquanto a situação de Clinton é tranquila em seus 7 prováveis estados, a de Trump em Utah e Texas precisa ser vista com atenção.

Em Utah, é certo dizer que Clinton não ganhará. Mas nessa semana surgiu Evan McMullin, um candidato independente que conseguiu 20% em duas pesquisas, empatando com Clinton e tirando muitos votos de Trump. Trump ainda está na casa dos 36-38%, mas Utah já era considerado um estado altamente propenso a eleger um candidato independente e McMullin é um membro ativo da igreja mórmon, disputando uma eleição em um estado que tem 60% de seus habitantes pertencentes a esta denominação religiosa. É bom esperar um pouco antes de cravar a vitória de Trump.

Já o Texas, todos davam como certo para Trump, como o é para os republicanos desde 1980. Porém, semana passada surgiu um grupo de pesquisas que apontou uma diferença de apenas 4% ou 5% para Trump, diferença pequena e totalmente anormal para o estado.

Há quem diga que tal diferença ocorre apenas porque os pesquisados estão com vergonha de dizer ao pesquisador que votarão em Trump após as denúncias de assédio sexual e que tudo voltará ao normal nas urnas; mas os democratas se entusiasmaram com a possibilidade de infringir uma derrota histórica no Partido Republicano e partiram para uma forte campanha no estado. Por isso é outro estado que demanda alguma atenção.

20150308_1537243. Campos de Batalha: em eleições normais, seriam nos estados com resultado em aberto, os “campos de batalha”, que o resultado final seria definido. Porém, como já deve ter ficado claro acima, essa não é uma eleição normal e a situação de Trump é tão desconfortável nesse momento que nem carregando 100% dos campos de batalha (algo muito raro) ele ganharia a eleição. Para piorar, como se verá abaixo, nem nos campos de batalha ele tem uma situação favorável.

Campos de Batalha
Arizona (11)
Florida (29)
Iowa (6)
Maine 2° distrito (1)
Nebraska 2° distrito (1)
Nevada (6)
North Carolina (15)
Ohio (18)
Total: 87

Mesmo nos campos de batalha, a situação de Trump se deteriorou bastante nas últimas semanas e Campos de Batalha que estavam tendendo a ele foram revertidos. Vejamos um a um:

Arizona: outro estado historicamente republicano que nessas eleições está escapando das mãos republicanas. Até o 1º debate, apesar de uma maior competição do que o normal, a vitória de Trump ainda era dada como quase certa. Porém depois de todas as polêmicas, as pesquisas estão inconclusivas, algumas dando pequena vantagem para Clinton e outras dando pequena vantagem para Trump. Não temos pesquisas altamente confiáveis recentemente, o que dificulta a análise. Por enquanto o estado está totalmente em aberto.

Flórida: estado historicamente campo de batalha e que em 9 das últimas 10 eleições, ganhou na Flórida o vencedor do Colégio eleitoral. A única exceção foi em 1992. Nesses meses a Flórida já pendeu levemente para Trump, depois pendeu levemente para Clinton e voltou a pender para Trump. Mas desde o 1° debate o estado pendeu de forma mais forte para Clinton. Todas as pesquisas nas últimas 2 semanas dão vantagem para Clinton, em torno de 4% na média. Cada vez mais a Flórida está se consolidando para o lado de Clinton.

Iowa: o estado, mesmo que de forma apertada, votou nos democratas em 6 das últimas 7 eleições. Mas nesse ano, desde janeiro, o estado mostrou uma tendência para a vitória de Trump, liderando as pesquisas por vantagem bem pequena. Porém é mais um estado que desde a semana retrasada parece ter se voltado para Clinton, mas também não há pesquisas de alta confiabilidade na última semana para se ter certeza.

2° distrito de Maine: o Maine é um estado bem “sui generis” na ponta nordeste do EUA. Ele tem uma tendência democrata, mas o 2° distrito especificamente é bem rural, ligeiramente menor e um pouco mais conservador que o 1° distrito, que é fortemente democrata. Assim, Trump passou a liderar as pesquisas nesse distrito em setembro, de forma consistente. Porém foi mais um local em que Trump recuou nas últimas 2 semanas e está completamente em aberto.

2° distrito de Nebraska: aqui ocorre o exato contrario. É um distrito mais urbano e progressista do que o conservardoríssimo Nebraska como um todo. Por isso tem uma tendência maior para uma competitividade a favor do Partido Democrata, ainda sim era mais um local de sólido apoio Trump por toda a campanha. Porém, tal situação também não resistiu a débacle da campanha desde o 1° debate e hoje também está completamente em aberto.

Nevada: talvez o grande mistério dessas eleições. Nevada deu duas vitórias para Obama com certa folga e a evolução demográfica do estado sugere que cada vez mais essa tendência democrata será fortificada. Porém por todo o ano os resultados das pesquisas no estado, tanto para a presidência tanto para o senado, assunto da próxima coluna, foram favoráveis entre 3% e 8% a favor dos republicanos.

Finalmente, desde o fim de setembro os números de Nevada foram se aproximando do esperado e nas últimas semanas Clinton consolidou uma vantagem em torno de 6%; a seu reboque, os números no senado também foram revertidos, mostrando que finalmente a tendência demográfica está se refletindo nas pesquisas. Hoje, Clinton tem grandes chances de ganhar o estado.

20150314-arariboiaNorth Carolina: esse estado está passando pelo mesmo processo de transformação que passou Virginia. De estado indiscutivelmente republicano, está havendo a mesma “rearrumação” demográfica de Virgínia e cada vez mais o estado se aproxima dos democratas. Porém, essa transição tem sido mais lenta do que a do seu estado vizinho ao norte. Se hoje a Virginia já tem tendência democrata, o processo em North Carolina é mais lento e hoje é um campo de batalha muito próximo. Obama ganhou lá em 2008 por meros 0,38%; Romney derrotou Obama também por pouco: 2,04% dos votos.

Para esta eleição, Clinton já ficou a frente no estado em agosto, de forma até sólida, depois Trump ficou todo setembro a frente, mas ele também perdeu muito terreno no estado nessas duas últimas semanas e Hillary ficou a sua frente. Para piorar a situação de Trump, Clinton montou uma estrutura de comitês por todo o estado de forma bastante superior a Trump. O estado cada vez mais tende a ficar com Clinton.

Ohio: “para onde vai Ohio, vai a nação”. Essa frase é famosa na política americana para representar esse clássico campo de batalha, pois em todas as últimas 13 eleições quem ganhou em Ohio levou a presidência. Se olharmos mais para trás, foram 16 das últimas 17 eleições em que isso ocorreu.

Ohio tem dentro de seu estado quase a mesma demografia dos EUA como um todo, por isso ocorre esse fenômeno. Porém, há um aspecto demográfico no qual Ohio não acompanha o país: a ínfima quantidade de latinos.

Só que, como cada vez mais os latinos tem um peso decisivo no eleitorado americano, Ohio deve perder essa fama de “termômetro” e pode começar justamente por essa eleição. Trump esteve sempre a frente de Clinton em todas as pesquisas de Ohio entre 1 e 4%, na média. Justamente pela fama, Ohio é o estado que mais tem pesquisas e com mais qualidade, o que diminui a possibilidade de erros de pesquisa.

Ohio tem sido um dos estados mais “leais” a Trump, mesmo nessas duas semanas negras em sua campanha e enquanto ele perdeu muito terreno em vários estados, em Ohio apenas há pesquisas com sinais trocados, de forma que não dá afirmar qualquer tendência para o estado nesse instante.

Meu palpite

Finalizando esse post, farei como fiz ano passado e darei o meu palpite sobre o que ocorrerá em cada um dos estados.

Trump e Clinton levam todos os delegados certos e prováveis para cada um. Quanto aos campos de batalha, acredito que Clinton leve o 2° distrito de Maine, a Flórida e Nevada com alguma parca folga, entre 2% e 4%. Ela ainda ganha Iowa e North Carolina com uma vantagem pequena, entre 1% e 2%. Ohio e Arizona podem ser decididos por décimos de porcentagem e eu aposto em uma vitória de Clinton por força, respectivamente em cada estado, das mulheres e dos latinos.

Por fim, acredito que Trump ganhe apenas o 2° distrito de Nebraska.

Caso isso ocorra mesmo, Clinton terá uma vitória incontestável de 358 contra 180 delegados, quase 100 delegados a mais do que os 270 necessários.

O cenário pode mudar nas próximas três semanas e hoje, dia 19, a noite haverá o último debate entre Clinton e Trump, o que sempre pode mudar a disputa. Ainda haverá uma última coluna na véspera da eleição para confirmar ou não os palpites acima.

Imagens: Arquivo Ouro de Tolo

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7 Replies to “Eleições Americanas 2016: situação da eleição presidencial estado a estado”

  1. Essa análise depende muito de quais analistas e de quais emissoras foram consultados porque a imprensa em massa vem apoiando a Hillary e suas opiniões não são isentas, mas dado o desespero com que o Democratas vem conduzindo essa eleição, parece que a realidade é bem diferente.

    1. Anderson,

      Antes de escrever você procurou números, fatos, pesquisas? Ou melhor, você analisou qualquer dado? Porque os dados, os números e as análises são tão claras que nem o partido de Trump compra essa tentativa de argumentação.

      Vejamos. Até ontem, a pesquisa da Rasmussen Reports, das mais aceitas, aquela quem sempre aumenta mais os números dos candidatos republicanos, até ontem estava dando empate entre os dois. Detalhe: há quatros anos essa mesma Rasmussen dava 1% de vantagem para Romney quando todos sabemos que foram 4% de diferença a favor de Obama. Um analista desse órgão previu um colégio eleitoral de 323 votos para Romney (em 538), quando ao fim tivemos 332 para Obama.

      A pequisa telefônica do LA Times, que durante todo o ano teve vies muito forte pró-Trump comparada a outras, já aponta apenas 1% para Trump. Detalhe: quando as pesquisas já apontavam Clinton 3% a frente, Trump ainda estava 4% a frente na LA Times.

      O modelo do Fivethirtyeight, que acertou o resultado em todos os 50 estados nas últimas 3 eleições, já mostra Clinton com 84% de chance no modelo mais conservador.

      Se a análise recair sobre os mapas eleitorais dos analistas de diversos matizes, a situação crítica de Trump fica ainda mais latente.

      No mapa da CNN, atualizado ontem, Clinton já tem 307 delegados (lembrando que 270 são necessários apenas) contra apenas 179 de Trump, isso sem contar os campos de batalha. Mas, sabemos que a CNN tem um vies ligeiramente pró-democrata.

      Então passemos ao modelo do Fivethirtyeight, que é totalmente matemático e tem um fator subjetivo altamente reduzido: no modelo mais conservador, Clinton teria 327 delegados, contra 211 de Trump. Se formos para o modelo moderado, ela já pula para 342 delegados.

      Se você ainda não se convenceu, passemos ao mapa da FOX News, a emissora que é porta voz semi-oficial do Partido Republicano.

      No mapa da FOX news, Clinton aparece com 205 delegados contra 158 de Trump. Só que para chegar a esse resultado, eles consideraram Wisconsin, Michigan e Colorado como Campos de Batalha, quando claramente não o são. A pesquisa que pior mostra Clinton nesses estados recentemente dão 5% de vantagem para ela. Só para se comparar, segundo os dois modelos do Fivethirtyeight (eles são bem próximos nesses estados), Clinton tem respectivamente 89%, 93% e 87% de chance de ganhar.

      Nem comentei aqui sobre a Virginia, onde até a campanha de Trump já desistiu de colocar dinheiro, dando o estado como perdido e a Fox News insiste em manter como Campo de Batalha. Soma esses 48 delegados aos 205 e já temos 253. A diferença está na Pennsylvania, que todos já colocam como vitória de Clinton, mas a Fox News insiste em colocar como Campo de Batalha.

      De qualquer forma: mesmo sendo benevolente com a Fox News e concordando sobre a Pennsylvania, Clinton tem 4 tiros (North Carolina, Ohio, Pennsylvannia e Flórida) e só precisa acertar 1 para ganhar a eleição. Trump tem que acertar os 4 e está atrás em 3 desses 4.

      A mídia está mesmo manipulando dados?

  2. Trump não é politico. Hillary é e ainda tem a máquina governamental a seu favor. eLA precisou na reta final pedir a Michelle Obama , a Obama e a artistas pra irem a comícios. Aliado a corrupção da Fundação Clinton que está sob investigação por doações suspeitas dos banqueiros . ENFIM, como em todo lugar , acredito que estas eleições vão ser as mais manipuláveis da história. E QUEM TEM CONDIÕES PARA MANIPULA-las . . obviamente quem detem o controle, ou seja, O GOVERNO. E Pensar que os DENOCRATAS foram contra a abolição da escravatura e lutaram contra LINCOLN ferozmente para não aprovar a emenda . O POVO ESQUECEU.

    1. Prezado Jorge,

      Como já expliquei na coluna cujo link está no alto desta, a ingerência do governo federal americano nas eleições é próximo a zero. Quem comanda as eleições são cada um dos 50 governos estaduais.

      Atualmente 31 dos 50 governadores são do Partido Republicano, inclusive quase todos os governadores de estados decisivos.

      Tanto é que, na confusão da eleição da Flórida em 2000, todos culpam o governador Jeb Bush, que é irmão do então candidato George W. Bush, e não o então presidente Bill Clinton

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